13 outubro 2012

o pacto com o demónio

... estou convencido que muita gente assinou um pacto com o demónio não uma vez mas várias vezes no decurso das suas vidas. Que, graças a esta escolha, obtiveram riqueza, honras, poder, êxito e ficaram felizes com isso. Não experimentaram sentimentos de culpa ou de remorso. Pelo contrário, consideram-se astutos, orgulhosos da sua própria falta de escrúpulos.
No entanto, seja qual for a posição alcançada, todo aquele que fez esta escolha perdeu a sinceridade e a capacidade de fazer um juízo moral objectivo. Perdeu a própria essência da moralidade. O que não significa que não pronuncie condenações morais. Pelo contrário, sentir-se-á totalmente livre para condenar. Deixa de ter dúvidas. O mafioso considera infame o seu inimigo e sente que está a ser justo quando o condena à morte. Olhemos à nossa volta, vejamos quantas pessoas condenam em absoluto e sem apelo. Mas quantos, no seu íntimo, ainda são capazes de se interrogar com sinceridade, com verdadeiras dúvidas, sobre o que está bem e o que está mal?

Francesco Alberoni, Viagem pela Alma Humana

2 comentários:

Anónimo disse...

!

Pedro Sá disse...

De facto só lhe faltam as asas. Juízos morais objectivos são algo que efectivamente não existe, pela simples razão que nestas matérias não há objectividade possível.