22 outubro 2012

o exemplo de L'Aquila


A condenação, a 6 anos de prisão, dos responsáveis da Comissão de Grandes Riscos de Itália, por não terem informado adequadamente a população de L’Aquila dos riscos iminentes de um grande terramoto, é um exemplo muito oportuno da diferença entre a cultura católica e a cultura protestante, que o PA tem descrito aqui no Portugal Contemporâneo de forma tão eloquente.
Os cientistas que compõem a Comissão, incapazes de preverem, com qualquer grau de certeza, a ocorrência de um sismo catastrófico, trataram de fazer o que faria qualquer bom patriarca católico. Tranquilizaram a população, assegurando-lhe que não corria qualquer risco.
Claro que no fundo, todos sabiam que existiam riscos, mas assumiram o papel do pai de família, que serena e pacifica os seus, mesmo quando sabe que a situação pode ser dramática.
Num país protestante nada disto se teria passado. Os membros da Comissão de Grandes Riscos tinham imediatamente explicado à população que não era possível prever a ocorrência de um grande sismo e que essa possibilidade não podia ser excluída. Iriam deixar a proteção civil em “estado de alerta amarelo” e criavam uma linha verde para dar explicações adicionais a quem o desejasse.
Desconfio que o resultado teria sido exatamente o mesmo, mas agora, os cientistas estavam na comunicação social a explicar que tinham afirmado que o risco de um grande sismo não podia ser excluído, como toda a gente muito bem sabe.

8 comentários:

Anónimo disse...

Estes juízes são loucos e deviam ser internados num hospício! Simplesmente não é possível prever sismos!

Anónimo disse...

http://www.rascunho.org/2012/10/22/sondagem/

ALCAIDE disse...

Julgo que a possível diferença de atitude não tem nada a ver com catolicismo/protestantismo.

Talvez o ambiente em que vivemos e o nosso código genético criem a mentalidade de cada um de nós.

joserui disse...

Joaquim! Fora do tópico, sobre a Amazon e o seu Kindle... tem noção que os livros que compra não são seus, apenas emprestados ou alugados? Nice... as belezas das grandes empresas! -- JRF

Anónimo disse...

béu-béu

caramba

demorou tempo a absorver

o mestre já aí vem afagar-lhe o pêlo

muja disse...

JRF, tem bom remédio. Não compre livros em formato electrónico à Amazon. O Kindle lê formatos sem protecção. De qualquer forma, existe uma aplicação de gestão de biblioteca electrónica chamada Calibre, que remove essas protecções dos livros.

Mas olhe, eu há dois anos que tenho um Kindle e devo ter comprado para aí três livros na Amazon. se tanto. Os livros pré-1900 são do domínio público e existem imensos no site do Projecto Gutenberg. Há lá literatura grátis para uma vida. E devidamente formatada para os variados dispositivos. Tem inclusivamente muitas obras portuguesas e - coisa interessantíssima, pelo menos para mim - no português original em que foram publicados pela primeira vez.

Só por isso um Kindle (ou outro dispositivo do género) já vale bem a pena.

Os livros que saem hoje em dia que eu gostava de ler, ou são muito caros ou não saem em versão electrónica. E depois, tropeça-se sempre num ou noutro disponível pela interrede fora, se se souber por onde andar... ;)

Calibre: http://calibre-ebook.com/
PG: http://www.gutenberg.org/wiki/PT_Principal

Este também vale a pena ver o que tem:
http://archive.org/

muja disse...

Já agora, e acerca daquele gráfico do aquecimento global de há dias, parece que os tipos do Daily Mail se "esqueceram" de reproduzir uns meses no início, entre outras coisas:

http://sargasso.nl/daily-mail-manipulates-graph-to-suggest-stopped-global-warming/

Anónimo disse...

Esqueceram? Chocante!
Kindle não tenho, só iPads... Mas livros pour moi, de papel. -- JRF