Gastos com medicamentos em US$ (PPP) / capita — 2011
Nova Zelândia: 285,00
Polónia: 314,00
Reino Unido: 369,00
Dinamarca: 364,00
Portugal: 510,00
Estes dados podem ser obtidos aqui (OCDE)
Vem isto a propósito destas declarações do presidente da Apifarma, hoje no Sol:
Segundo o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, está em causa uma «redução adicional de 400 milhões de euros para 2013, depois de se ter reduzido 300 milhões em 2012 e 300 milhões em 2011. Em três anos são mil milhões de euros, o que é insuportável».
João Almeida Lopes considera ainda que o objectivo da troika se deveria aplicar apenas aos medicamentos de ambulatório e não a todos.
«Não vale a pena objectivos exigentes que não são exequíveis e que põem em causa toda a cadeia do medicamento», afirmou, em declarações à Lusa.
O responsável alertou para os prejuízos que podem decorrer desta medida, como a falta de medicamentos nas farmácias, o encerramento de laboratórios e a dificuldade de os doentes encontrarem os remédios de que precisam, «o que já começa a acontecer».
Almeida Lopes lembrou ainda que o próprio Ministério da Saúde já reconheceu que houve poupança nestes anos e considerou que «não vale a pena insistir no que não vai ser possível».
Comentário: O presidente da Apifarma parece alienado da realidade nacional. O corte de 400,00 M€, que ele afirma não ser possível, é totalmente insuficiente. O corte tem de ser 3 a 4 vezes superior, porque já não chega atingirmos a média da OCDE, temos de ir mais longe.
8 comentários:
O problema é que o Estado tem que arranjar forma de cortar, não no preço dos medicamentos, que de facto não pode ser cortado, e sim na quantidade de medicamentos vendidos, que essa sim é enorme, e também no tipo de medicamentos vendidos, que em grande parte não são genéricos baratos e sim medicamentos sob patente.
O problema é como arranjar forma de cortar nessa quantidade. Não é fácil.
Caro Luís Lavoura,
Há medicamentos que o Estado comparticipa e outros que não, pelas mais diversas razões.
Tudo o que é necessário é elaborar uma lista reduzida dos medicamentos essenciais que seriam comparticipados pelo preço mais económico.
Quando os médico do SNS de saúde necessitarem de medicamentos fora dessa lista deve solicitar uma autorização especial a conceder caso a caso.
Dados de 2010, se não me engano, ainda sem os "colossais" cortes de 2011 e 2012.
Caro Peliteiro,
Como tem passado?
São dados de 2011 e ainda não reflectem alguns cortes.
Bem, obrigado ;) E por aí?
O excel do seu link também me dá 508,1 em 2010 (Total expenditure on pharmaceuticals and other medical non-durables, /capita, US$ purchasing power parity).
Há medicamentos que o Estado comparticipa e outros que não, pelas mais diversas razões.
Tudo o que é necessário é elaborar uma lista reduzida dos medicamentos essenciais
Joaquim Couto,
o que você no segundo parágrafo diz ser essencial fazer é aquilo que no primeiro parágrafo diz que já hoje se faz.
Ou seja, já hoje o Estado tem uma lista de medicamentos essenciais, que são os comparticipados. Os não comparticipados são considerados inessenciais.
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