27 setembro 2012

não é possível


O Ministério da Saúde pode e deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros para tratar doenças como a sida ou o cancro. Foi neste sentido que se pronunciou o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.
...Miguel Oliveira da Silva, presidente deste órgão consultivo, afirma que "não só é legítimo como, mais do que isso, desejável". "Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo", diz.
Expresso

Comentário: Eu acrescento que, em saúde, dar tudo a todos não contribui para a saúde da população. O elevado consumo de medicamentos (comparticipados pelo Estado), por exemplo, tem consequências graves para os doentes e efeitos tóxicos para o meio ambiente.
Está estimado que se gasta tanto a tratar reacções adversas a medicamentos como se gasta em medicamentos. O governo deve actuar nesta área.

18 comentários:

Anónimo disse...

E quanto se vai gastar no aumento dos salários aos médicos, no âmbito na negociação da carreira médica?

Anónimo disse...

Não sei o que dizer.
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É um assunto tão delicado que não pode ser discutido desta forma tao basica Joachim.
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Os burocratas NÃO tem o direito de fazer o papel de Deus. Não reconhecço, nem confio, nos critérios dessa gente para aferir de uma decisão acerca de quem, afinal, pode viver mais tempo.
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Não confio. Hoje defendem não financiar o cancro e a sida, mas amanha democratizam a coisa por toda a doença que muito bem entenda um punhado muito restricto de burocratas. Não pode ser assim. Nem pensar.
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Rb

Alexandre Gonçalvces disse...

Ouvi o bastonário da ordem dos médicos praguejar contra o condicionamento de medicamentos aos doentes. Sim, o bastonário da mesm ordem que sempre se bateu pelo condicionamento de médicos aos doentes.

Anónimo disse...

Que se passa com o dragoscópio?

Anónimo disse...

"Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo",". Não e porquê? Será que foi a trioKa que aconselhou, o mundo não deve esquecer os anos quarenta e as teorias alemãs acerca de só alguns terem direitos, será que a história se repete?
Torna-se arrepiante que estes humanos da comissão de ética agem como donos dos destinos dos outros humanos, não confio neles.

naoseiquenome usar disse...

Enquanto cidadã, fico chocada, não com o parecer da CNECV, aqui, http://www.cnecv.pt/admin/files/data/docs/1348745574_Parecer%2064_2012%20CNECV%20Medicamentos%20SNS.pdf , mas com as declarações do seu presidente. Mas não só. Com a forma como é feita a comunicação de uma intenção, que até já é pratica corrente nos hospitais, enquanto racionalização, que não racionamento. Com a frieza, de que é exemplo a pergunta de retórica absurda que passo a citar: “Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível em termos de cuidados de saúde todos terem acesso a tudo. Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros? Tudo isso tem de ser muito transparente e muito claro, envolvendo todos os interessados”. É evidente que é necessário evitar o desperdício, é sabido também que os doentes, por vezes, pedem MCDT, que não servem para nada. Mas caramba, pôr assim a vida nesse patamar? Porque raio não foi anunciado então pelas Finanças e não pelo CNECV? .... E já agora: se o argumento do tempo de vida é válido aqui, menorizando-o, porque diabo é ele amplificado quando se discute a eutanásia, com o argumento exactamente contrário que consiste em defender que nunca se sabe se em 2 meses se não encontra a cura? Antes fosse humor britânico. É no entanto puro non-sense.

Anónimo disse...

Por acaso tendo a concordar com o Joaquim caro RB... Se me disser, compra-se mais uma frota de luxo para a administração hospitalar ou salva-se uma vida, não tenho dúvidas... Mas no caso de tratamentos extremamente caros ou vanguardistas por exemplo, é escusado julgar que todos os irão receber... Para os outros mais corrente, quando acabar o dinheiro acabou... E de facto há medicamentos a mais a circular e embalagens de doses enormes a ir para o lixo... É um desperdício constante na saúde, mas interessa a muitos. -- JRF

naoseiquenome usar disse...

Caro JRF, essa dos medicamentos de embalagens enormes, não se aplica em ambiente hospitalar...

Anónimo disse...

O Titanic a ir ao fundo e o Joaquim a reclamar o menu do restaurante...

D. Costa

LJC disse...

Tem toda a lógica. Então um pobre pensionista vai de madrugada marcar consulta ao centro de saúde para daqui a um ano tratar da vista, dos ossos, da moleirinha,etc. Anda nisto uns anos até estar ceguinho, entrevadinho e xexezinho.
Se tiver o infortúnio de acabar os seus últimos dias numa cama de hospital já mais morto que vivo ai sim não se pode olhar a despesas para manter a criatura neste mundo.

Faça-se um estudo entre a longevidade/qualidade de saúde entre quem pode recorrer a consultas particulares sem constrangimentos e quem esta limitado ao sistema estatal.

Então anda um monte de gente a deixar de tomar medicamentos relativamente baratos por causa de 50 euros ou menos mês com grande influencia na saúde e não vejo grandes indignações e agora é que se vai cair na barbárie?

Fernanda Viegas disse...

Pois concordo com a "não sei que nome usar" e sublinho o último parágrafo(do comentário da 11.55 pm). E pergunto eu: mas alguém ainda tem dúvidas de que tudo não é para todos? Então qual é o critério na escolha? Não há escolha, o critério é o dinheiro. Ou se tem, ou se não tem.

Unknown disse...

Não percebo o espanto... isto já é feito há muitos anos, por exemplo através de critérios de admissão em Cuidados Intensivos ou decisões de não reanimação... Poderíamos pensar é se tal se deve a optar pela ortotanásia ou evitar a distanásia ( o "encarniçamento terapêutico" )ou simplesmente a critérios de racionamento.

No entanto discordo da ênfase dada pela comunicação social ao parecer, pois embora só se tenha focado o "racionamento"... não se evidenciou a necessidade de avaliar devidamente todas as intervenções e meios de diagnóstico, algo que o sector da Saúde parece estar imune, sob o argumento de que a Saúde não tem preço... Mas tem e muito e é preciso saber o que custa o quê para que mais seja feito.

Discutir isto parece-me crucial tanto ética como economicamente mas ... julgo que devem ler primeiro o parecer e só então perceberem se os ecos na comunicação social e blogues são ou não "adequados".

O link: http://www.cnecv.pt/admin/files/data/docs/1348745574_Parecer%2064_2012%20CNECV%20Medicamentos%20SNS.pdf

Anónimo disse...

o que mais me assusta nesta noticia é apenas uma palavra..."independentemente" da qualidade de vida...não defendo o prolongar da vida sem o minimo de qualidade e penso que o teor da noticia nao fala nas caixas de amoxicilina que trazem pastilhas a mais, mas sim em quimioterapia paliativa e coisas do genero que são utilizadas para prolongar a vida COM QUALIDADE de um utente!! quem trabalha na saude conhece casos praticos e reais de pessoas sem possibilidade de cura e que vivem com estes tratamentos de 50/100/200 mil euros por anos, o ultimo que conheci viveu 5 anos e pensava que ia viver uns meses!!

BLUESMILE disse...

"não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo"

Tem de ser possível, em nome dos mais fundamentais princípios éticos.

BLUESMILE disse...


#Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros?"

RESPOSTA

E e fosse a vida do teu filho, já justificava?

Anónimo disse...

O Bluesmile era capaz de vender tudo e ir viver para debaixo da ponte para dar ao filho mais dois meses de vida(que se podem tornar 1 or 12 devido à incerteza médica) numa cama do hospital?

A pergunta não é só para si é para todos. A minha resposta é não sei.
É uma escolha terrível.

Mas com o dinheiro dos outros já tem de ser possível não é? O que é estranho é que o dinheiro dos outros pode e ainda não se lembraram de pedir a escravatura aos médicos e enfermeiros.

"Tem de ser possível, em nome dos mais fundamentais princípios éticos."

Bla bla. Nem sequer você defende isso. Porque se você defendesse isso implicava que a Saúde receberia toda a riqueza do país excepto a que seria gasta para a população comer e ter abrigo. As populações viveriam apenas para estender a vida dos seus enfermos.



lucklucky

BLUESMILE disse...

"O Bluesmile era capaz de vender tudo e ir viver para debaixo da ponte para dar ao filho mais dois meses de vida(que se podem tornar 1 or 12 devido à incerteza médica) numa cama do hospital?"

SIM.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=590482&tm=2&layout=123&visual=61

Anónimo disse...

Não respondeu às outras questões.

O link mostra a mentira.

lucklucky