En las actuales circunstancias no hay razón alguna para considerar a Julian Assange un cruzado de la libertad de expresión, sino más bien un vivillo oportunista que, gracias a su buen olfato, sentido de la oportunidad y habilidades informáticas, montó una operación escandalosa que le dio fama internacional y la falsa sensación de que era todopoderoso, invulnerable y podía permitirse todos los excesos. Se equivocó y ahora es víctima de estos últimos. En verdad, su peripecia parece haber entrado en un callejón sin salida, y no es imposible que, una vez que pase la ventolera que hizo de él una persona famosa, se le recuerde sobre todo por la involuntaria ayuda que ha prestado, creyendo actuar a favor de la libertad, a sus enemigos más acérrimos.
Mario Vargas Llosa, no El País
4 comentários:
Olhe Joaquim, não sei qual é a sua opinião, mas eu neste artigo leio:
bla, bla, bla, a wikileaks dá-me um galo do caraças porque ataca os EUA, bla, bla, primus inter pares das democracias liberais e com os quais eu sinto uma afinidade irracional (como muitos outros, até podia dizer americanofilia) bla, bla, bla, apenas parcialmente explicada por ter derrotado o comunismo (que ajudou a criar).
Bla, bla, o Assange é um oportunista porque não respeitou as leis sagradas para expor que nós não as respeitamos quando garantimos absolutamente que sim. Bla, bla, pôs em risco inumeráveis vidas e trabalhos delicadíssimos de espionagem (democrática) nos países em que é revelado que se cometem as maiores atrocidades, um cheirinho das quais é evidenciado pela informação divulgada. Bla bla, por tudo isto, o Assange é claramente um violador e tem que ser julgado "de forma justa".
Eu acho piada a estes súbitos legalistas. Os argumentos são de rir.
1º A wikileaks é ilegal, porque é hacking.
O gajo nem sabe o hacking é. Viu nos filmes ou ouviu se calhar o Pacheco Pereira explicar. :D
2º É tão famoso como futebolistas e "roqueros".
O que eu tenho a dizer é que antes fosse.
3º Que o governo do Equador - que lhe ofereceu asilo politico - perpetrou, depois de Cuba e Venezuela, os maiores atropelos à imprensa na América Latina.
O Sr. Llosa esquece-se de referir que os seus (recém) amados EUA vêm antes de todos aqueles, não só à imprensa, mas em toda a espécie de atropelos na América Latina. Até tinham lá uma escola, a Escuela de Las Américas, em que ensinavam green berets a atropelar tão bem ou melhor que os "revolucionários".
4º Que Assange nem sequer é alvo de investigação nos EUA, e que não há nada que indique que a Suécia o entregue de presente. Porque a justiça da Suécia é espectacular e nem sequer o querem pelas suas "infidencias", mas apenas porque é um violador.
Pois, o Bradley Manning também não foi alvo de investigação. Ou melhor, nem acusação tem formada e está em solitária há meses. Quanto à independência da justiça sueca, posso dar o exemplo recente do raid ao site Pirate Bay e posterior julgamento dos fundadores. A única coisa relevante é haverem cables da embaixada amaricana em Estocolmo que denunciam a pressão americana sobre os suecos e o facto de se ter vindo depois a descobrir que magistrados do processo incluindo juízes, estiveram e voltaram a estar envolvidos (leia-se empregados ou contratados) com a "indústria" da música e os fat cats dos copyrights.
A justiça sueca pode ser uma maravilha, mas apenas se não souberem quem é o julgado. Porque se souberem, são câezinhos amestrados de quem? Pois é... E os prémios nobel? Quem ganhou um da paz aqui há uns tempos, quem foi?
Afinal a independência dos suecos não é assim tão espectacular.
5º Contribuíram as wikileaks para demonstrar crimes Americanos? - pergunta o xô Llosa para imediatamente dizer que nisso acreditam (apenas, presume-se) os que odeiam (cá está a palavra mágica) os EUA. E que esquecem como os EUA nos salvaram do comunismo (que ajudaram a criar, digo eu mais uma vez)! E esclarece que o oceano de informação era todo feito de coisas benignas e burocráticas que qualquer observação serena e objectiva (como a dele, presume-se) revelará que devem permanecer na confidencialidade e reserva tépidas da diplomacia e defesa. A marinar, vá...
O xô Llosa prossegue de seguida a denunciar como a revelação dessas benignas e pacatas informações puseram em risco inúmeras vidas de lutadores democráticos empenhados em destruir os terroristas que nos querem fazer mal. Nomeadamente uns da Al-Qaeda (que, tanto quanto se sabe, é também made in USA) e "congéneres".
6º Depois indigna-se porque Assange resolveu divulgar informações secretas de países com liberdade de imprensa - liberdade verdadeira, assegura-nos! - e não o fez com informação de países despóticos e de ditaduras.
Cá temos um clássico da segunda metade do séc. XX: Contra as democracias não vale nada (especialmente as americanas). Contra as ditaduras vale tudo.
Mas o xô Llosa esquece-se de referir que nos cables divulgados estão envolvidos inúmeros desses governos despóticos, sobretudo pelas saudáveis relações que mantém com esse farol da liberdade. Exemplos como a Arábia Saudita, ou o Bahrein, ou o Yemen. Todos excelentemente equipados para a luta anti-terrorista com equipamento americano.
7º, 8º, 9º e por aí fora: Resume-se dizendo que o xô Llosa acha que Assange não é nenhum defensor dos direitos humanos, e que só fez o que fez e faz o que faz, por oportunismo e recorrendo às suas habilidades informáticas (sejam elas quais forem) montou um espectáculo escandaloso com vista à fama internacional.
Enfim, seria caso para perguntar ao xô Llosa o que ele acha, por exemplo, de Nelson Mandela...
Depois ainda diz que a wikileaks não tem transparência porque se recusa a divulgar os doadores de milhões que alegadamente terá recebido (segundo um tal John F. Burns, sobre quem aconselho uma ligeira pesquisa).
Ao xô Llosa só faltou indicar a sua preferência pelo candidato americano, para também poder participar nessas extraordinárias eleições psicológicas americanas. Em que os americanófilos , muito embora não possam votar nem ninguém que possa queira saber deles para coisa alguma, se degladiam intelectualmente defendendo as suas donzelas presidenciais... No fundo, são as eleições do futuro. Eleições de um governo real para eleitores virtuais.
O que o camarada Muja disse. Ou a maior parte.
Tinha mais respeito pelo Vargas Llosa. Ficar indignado com um pequeno destapar da careca dos nossos donos não lhe fica bem.
Este palerma tem é dor de corno.
As suas aventuras políticas foram um fracasso e agora chateia quem nada tem a ver com arrivismos políticos mas antes com contar as merdas tapadas.
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