09 julho 2012

+ Porter

"Cortar salários a médicos e enfermeiros não resolve os problemas da saúde em Portugal", defendeu esta manhã Michael Porter, no seminário sobre sistemas de saúde em tempo de crise, organizado pela Universidade Católica e a Novartis. Na primeira fila a ouvi-lo estava o ministro da Saúde, Paulo Macedo.


"Preocupamo-nos erradamente em reduzir os custos individuais de medicamentos, do pessoal, sem saber bem medir os resultados e qual o valor que damos aos pacientes", disse.
Na opinião de Michael Porter, "o sistema esta mal organizado, centrado nos especialistas e em questões administrativas em vez de estar organizado por doenças, centrado na procura em vez de o estar na oferta".
"Todos neste país têm de mudar a forma de pensar", disse o guru da gestão.

Em conclusão, Michael Porter passou-nos um atestado de incompetência. Bem merecido, digo eu. Para o PSD, o partido mais economicista do centrão, foram autênticas réguadas por mau comportamento.

13 comentários:

CCz disse...

Mesmo nas empresas privadas é difícil passar da lógica administrativo-departamental para a lógica sa sequência do trabalho, a lógica dos processos.

Bmonteiro disse...

Há diversas formas de reformar uma organização: por exercício racional mediante pequenos passos, ou por uma grande ruptura devido a necessidade premente.
Poema enviado ao Sol.
Sobre determinado labirinto do Estado.
Ele há tantos.

Anónimo disse...

Tem toda a razão. Existem especialistas nos HUC, que dão uma média de 3 consultas por ano!!!
Dito pelo presidente da ARS!!!

Anónimo disse...

Para o lorpa anonimo 5:03
Para seu governo e apenas para principio de conversa fique a saber o seguinte :
Nos hospitais existem especialistas que podem fazer nenhuma consulta, podem apenas fazer cirurgias,podem estar a desenvolver programas de investigacao, podem ensinar medicos mais novos.
Sim os medicos necessitam de receber formacao pratica e teorica durante varios anos (4 a 6 )para se tornarem especialistas que e dada por medicos mais experientes.
Noticias desse calibre " medicos apenas fazem 3 consultas por ano " sao para serem consumidas pela populaca que adora que lhe acicatem os animos

CCz disse...

A propósito de produtividade no SNS, recordo sempre este exemplo paradigmático http://balancedscorecard.blogspot.pt/2008/04/ele-h-coisas.html

Anónimo disse...

E reduzir os salários de outros profissionais, cria valor?

zazie disse...

este aqui conta e sabe do que fala

http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/4976292.html

Paulo Macedo e o cúmulo

É uma pena Paulo Macedo ter chegado tarde, mas se tivesse chegado mais cedo não duraria duas semanas. Quantos médicos aceitaram, como o Emanuel Furtado ou o Zé da Esquina, a exclusividade? 10%?Menos?

O segredo de Polichinelo, guardado há décadas, é simples; os médicos tiveram sempre ( desde os anos 80) uma vida de regalias. Um chefe de serviço pode chegar a ganhar 3000 euros/mês em bancos de urgência, sendo que, pelo menos, metade desse tempo é passado a dormir em casa ou na consulta privada. Por outro lado, durante décadas, um clínico geral ou um jovem especialista, vulgares de Lineu, faziam sem dificuldade seis ou sete fins de semana em pousadas e duas ou três viagens internacionais , tudo num ano e pago pelos laboratórios. Os congressos e simpósios são, em regra, prodígios da ubiquidade.

Se os jornalistas quisessem investigar os ensaios clínicos dentro dos hospitais, encontrariam outro exemplo de arte de massas. Alguns directores clínicos e os seniores ( a segunda melhor frota automóvel da função pública a seguir à dos gestores) arrecadam ( ou arrecadaram) uma belíssima fatia disponibilizada pelos laboratórios para que determinado medicamento seja estudado no ensaio clínico, tudo dentro de um hospital do SNS.

O cúmulo, figura da retórica clássica caída em desuso, é o protesto de uma sub-classe possidónia ( os seniores instalados) contra uma poltica que vai afectar sobretudo a sub-classe proletarizada dos jovens internos. Como nas Histórias, de Tácito, em que o cúmulo é os romanos gozarem com a destruição do Capitólio ( III, 72).

Bmonteiro disse...

Zaz
Um médico do IPO, muito simpático, trés bonne figure, liberal e com consultório (anos 80):
Anãlises clinicas para os utentes do seu consultório privado?
No IPO lab, por supuesto. De borla, isto é, a cargo do OE/MinistérioS.
Por 1996/7,fiquei pesaroso por um jovem médico da base. Convocado para exercício de campo da mili, ficou impedido de fazer o fim de semana no Hospital de Coimbra.
Quando percebi que ia perder cerca de uma centena de contos, deixei de perceber.
Somos assim.

Anónimo disse...

Por outro lado CCZ os enfermeiros têm um nível de produtividade em Portugal maior do qualquer outro país da OCDE...

E Zazie... desengane-se se estas medidas vindas a público, a afastar a agenda mediática das fraudes no Medicamento e criando o fait-divers de contratação de enfermeiros por 3.96 euros/ hora, prontamente aproveitado pelo bastonário da OM para descaradamente sem qualquer vergonha comparar à situação de médicos, não pretenderão servir perpetuar esta fachada que é os médicos sustentarem a existência de um SNS...

zazie disse...

Os médicos sustentam-se do SNS. Isso sim.

é a classe mais vigarista e com mais poder que existe.

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Porque é que pensa que ficaram histéricos e vão para greve?

Bruxo, ameaçam tocar-lhes nos privilégios.

Vergonhoso é quem tapa este saque dos médicos e diz que se deve é deixar morrer as pessoas porque são umas fiteiras e só vão ao médico para chatear e dar despesa ao Estado.

Isto é que é que é foleiro e anda meio mundo de neotontos a repetir a patranha.

Os neotontos nestas coisas são muito engraçados. Detestam o Estado mas, em havendo privilégio que possa comer à tabela, vá de defenderem o Estado, porque, coitadinho, está pobrezinho e temos de o alimentar.

Anónimo disse...

É!!! Tem toda a razão! Se o SNS fosse bem administrado, conseguiamos fazer muito melhor com metade do dinheiro!
A maior patranha é a história dos custos dos internamentos per capita! Quanto mais internamentos menor é o custo individual porque a despesa é quase toda fixa nos hospitais! Os custos dos consumiveis associados são ridiculos em face do resto da despesa em estrutura, pessoal, etc. No entanto andamos numa roda viva a afastar gente dos hospitais e dos internamentos (vão morrer longe)!!! Sabem porquê? Quanto menos internamentos, operações, etc., menos trabalho, mais tempo para dormir e para dedicar aos negócios privados! Simples, só não vê quem não quer! Mas é melhor calar-me sernão ainda vem aí um inteligente chamar-me otário!...