08 junho 2012

a UE é o paraíso dos banqueiros

O Ministério Público norte-americano pede a aplicação da pena máxima de 230 anos de prisão ao financeiro Allen Stanford por ter defraudado investidores em mais de sete mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros).
Expresso

PS: Obviamente esta cena seria impensável na UE. Os banqueiros são mais bem tratados na UE do que nos EUA.

9 comentários:

sampy disse...

Não me parece que o caso Stantford possa ser considerado representativo do tratamento dado ao universo bancário norte-americano. Aliás, como se comprovou há pouco tempo com o JPMorgan, os grandes tubarões continuam a jogar alegremente à roleta russa, o que só pode significar que laboram num sentimento de verdadeira impunidade.

Por outro lado, na Europa, os verdadeiros especialistas em esquemas de Ponzi não se fazem banqueiros; fazem-se governantes...

Vivendi disse...

Concordo com o Sampy!

muja disse...

Óbvio o que diz o sampy, caro Joaquim.

É ver o Inside Job para o constatar. Estão todos nos mesmos sítios onde estavam antes da "crise".

sampy disse...

Alguém está a seguir o debate na AR? Parece que há consenso para criar um sistema bancário socialista. Estamos mesmo fodidos...

lusitânea disse...

O kwanza é uma moeda com futuro...

Lionheart disse...

Sobre o anunciado pedido de resgate da Espanha, o que pensarão os irlandeses, que foram obrigados a nacionalizar a banca e a encetar um programa duríssimo de austeridade? Muito mais duro que o espanhol, apesar de a banca espanhola ser um problema muito maior para a Europa. O que pensarão os portugueses do resgate suave à espanholada, porque a Espanha é muito "fina" para ter lá a "troika", apesar de custar bem mais dinheiro à Europa do que Portugal? Se calhar por ser um problema maior, a Espanha tem mais poder negocial. Mas pelo modo como tratou os pequenos, quando os grandes têm tantos ou mais problemas e com bem mais graves repercussões para todos, vê-se como a "Europa" é um LIXO absoluto.

A crise subiu de nível. Brevemente mais países do centro europeu vão solicitar ajuda, e esses não se querem sujeitar ao enxovalho de um protectorado à vista de todos como Portugal, a Grécia e a Irlanda têm tido de aturar. Para esses, como já havia começado a ser ensaiado com a Itália, e agora mais explicitamente com a Espanha, arranja-se um expediente para salvar a face ao poder político, até porque há muito medo na Europa da rua espanhola.

E aqui põe-se outro problema. A austeridade é mais para uns do que para outros. Os pequenos e que protestam pouco, não dão trabalho e por isso deixa-os andar. Os outros, é preciso ter cuidado com eles e vai daí dá-se um resgate suave. Registamos como a Europa tratou Portugal e a Espanha e o "reconhecimento" que nos deram pela paciência, para além de relatórios e comunicados completamente inúteis, que não ajudam em nada a real situação do país. É bom que os portugueses abram os olhos e vejam bem a pouca vergonha em que se tornou a UE.

Vivendi disse...

Lionheart,

Portugal não tem ponta por onde se lhe pegue. Tem de se reformar de alto a baixo.

Já o problema espanhol foi de excesso de crédito e bolha imobiliária. Eles sempre foram mais organizados e começaram a fazer reformas quando o Sócrates ainda estourava. No tempo de Aznar tinham superavits. O outro problema é o desemprego e aí é que a coisa complica. Protecionismo??? Lo creio

Lionheart disse...

Vivendi, a dívida da Espanha está espalhada pelas autonomias. Assim o Estado central podia ter "superavits" e passar por bom aluno na Europa. Os "critérios" davam para tudo. Há lá muitas "Madeiras"...

Quanto ao excesso de crédito e bolha imobiliária, ao fim e ao cabo o que foi isso? Foi uma forma artificial de fazer crescer a economia para disfarçar a falta de dinamismo e competitividade. Conseguiram adiar o declínio durante mais algum tempo do que nós, mas agora a factura está aí.

Que Portugal não tem ponta por onde se lhe pegue, não discuto. Já a "bondade" da agenda da "troika" é outra coisa.

Vivendi disse...

Lionheart,

Sim! A "fiesta" das autonomias foi pesada. Catalunha já se julgava independente e agora vai precisar de "solidariedade" e por aí adiante.

Mas o elo de ligação disto tudo chama-se bancos com as suas reservas fraccionários. Foi o exagero de criar dinheiro a partir de nada. Vai ver quando os EUA pararem de tomar esteroides o que lhes vai acontecer.