21 junho 2012

RIO+20 - um fiasco

Twenty years on, the report card on that gathering looks modest, at best. Emissions of greenhouse gases are up 50 percent since 1990. Last year, carbon dioxide emissions rose another 3.2 percent to nearly 32 billion tons, the highest level on record, according to the International Energy Agency (IEA).

41 comentários:

Ricciardi disse...

O ser humano do planeta Terra é engraçado; são provavelmente os únicos SERES do universo que cortam ARVORES, fazem papel com elas e nele escrevem: «Salvem as Arvores».
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Rb

sampy disse...

O único fiasco é o das ecotretas do aquecimento global e quejandos. A pouco e pouco, o pessoal vai acordando desta gigantesca burla.

Anónimo disse...

É um dia para celebrar Joaquim! As emissões aumentaram... estão no valor mais alto de sempre!... aleluia... -- JRF

Anónimo disse...

O sampy talvez queira fundamentar o que diz com ciência mínima... cartilha e soundbytes é muito reles... -- JRF

Anónimo disse...

E entretanto, enquanto se escrevem bacoradas nos blogues... a NASA lá vai mostrando como é... só é pena os astronautas serem todos de esquerda... -- JRF

Ricciardi disse...

JRF,

Não adianta. O pessoal é TRIBAL. Não são necessários estudos a este respeito. Mostra-los é dar-lhes oportunidade de contradizer com outros estudos.
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Sentir. Sentir é a palavra chave.
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Sentir, respirar, observar... e constactar que está tudo errado. Os rios hiper-poluidos, as florestas a desaparecer, a poluição no ar, as alergias em crescendo, as praias cada vez mais pequenas, a ESPESSURA e AREA dos gelos dos polos mais reduzida, os katrinas e os el-niños, invernos secos, verões molhados, as temperaturas dos oceanos, a quantidade de CO2 em excesso que eles já têm, a quantidade assombrosa de espécies animais a desaparecer... enfim, é tudo um ajustamento natural dizem os incautos.
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Eles lá sabem. Eles sabem que não tem dados suficientes para ter uma posição. Eu tambem sei. Sei que quando eles tiverem certezas, já não há NADA a fazer.
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Rb

Anónimo disse...

A questão dos estudos é que não há que contradigam... são pouquíssimos... mas esta maltosa está ao nível de discutir se o Sol roda em torno da Terra... citam uns broncos e despacham instituições ao nível da NASA de vigaristas para baixo... quanto ao negócio, é tudo bom se for petróleo, dinheiro criado do ar, "mercado" e poluição diversa, tudo liberalóide... se for energia solar ou eólicas, é fraude, negociata, de esquerda e nada liberalóide... enfim, uns tristes... -- JRF

muja disse...

Concordo com o JRF e o Rb, como é lógico.

Faria apenas um reparo ao que escreveu o Rb:

Sei que quando eles tiverem certezas, já não há NADA a fazer.

Há duas coisas que me irritam na moda deste ambientalismo de pacotilha recente.

A primeira é a conversa de que é necessário salvar o planeta. Que estupidez... Como se o planeta estivesse em risco de desaparecer. O planeta não vai a lado nenhum. O que precisa de ser salvo somos nós e os que depois de nós vierem.

A segunda é que a malta fala como se nós, os que agora cá estamos, pudéssemos fazer alguma coisa por nós. Não podemos. As consequências demoram anos e anos. O que estamos a sofrer agora e que ainda vamos sofrer é resultado do que (não) foi feito no último século. O que nós fizermos agora, vai afectar sobretudo as gerações vindouras.

Considerando o egoísmo e o individualismo militante que são religião de estado no ocidente hoje em dia, não auguro nada de bom para os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos.

Fernanda Viegas disse...

Mujahedin permita-me que faça também um pequeno reparo. Nós podemos fazer alguma coisa por nós próprios, no nosso microcosmos e isso contribuirá de alguma forma para o bem comum. Essa será a melhor filosofia de vida, aplicada a todos os sectores da comunidade. Comece por si e vai ver como à sua volta tudo melhora um pouco, depois, é o efeito multiplicador a funcionar. E isto não se aprende nos manuais científicos, sente-se, tal qual diz o Ricciardi.

zazie disse...

Pois é. A defesa da Natureza é outra coisa que tenho em comum com o morgadinho da cubata e com o Doutor Engenheiro Campónio.

Uma das coisas mais cretinas e leninistas que existe é defender-se a falta de cuidado com o planeta em nome do "pugresso".

É o "pugresso blibn bling" dos porcalhões.

zazie disse...

Este: http://cocanha.blogspot.pt/2009/12/religiao-neo-liberal.html

e

este:

http://cocanha.blogspot.pt/2009/12/o-algodao-nao-engana.html

e mais este:

http://cocanha.blogspot.pt/2009/12/ecologia-e-fascista.html

muja disse...

Fernanda,

A ideia era referenciar aquela malta que acha que é urgentíssimo "salvar o planeta", mas nem se apercebe que, a salvar, só o salvamos para os que depois vierem. Aquilo que nós vamos viver está mais ou menos traçado já, por ser consequência do que já se passou há muitos anos. Por outras palavras, a consequências funcionam ao retardador.

Ou seja, o desafio é muitíssimo maior porque incide precisamente naquilo que a sociedade de hoje mais despreza: o destino dos que hão-de vir.

zazie disse...

Bem, o oposto é a malta que diz, como não salvamos nada, bora destruir a todo o vapor.

Principalmente com o argumento que destruição do planeta dá dinheiro e faz bem à saúde das pessoas.

V.s não entendem que existe uma coisa chamada Criação. E esta não tem valor monetário- devia ser sagrada.

Sem ela não existimos.

Ponto final.

muja disse...

A verdade é que a esmagadora maioria das pessoas, hoje em dia como dantes, não está minimamente sensibilizada para as barbaridades que se cometem por esse mundo fora, para que possam ter o último grito de uma merdice qualquer o mais barato possível.

A politização disto foi o pior que podia acontecer. Agora é munição para demagógico, abstracta e estéril. De problema passou a causa e, finalmente, de causa a arma de arremesso ideológica.

Só que continua a ser um problema.

Zazie,

V. diz lá num dos seus posts ou num comentário, que a criação é sagrada e por isso deve ser preservada. Eu concordo.
Mas repare agora como a evolução é um conceito poderosíssimo e acaba por apoiar mais essa tese do que a do ateísmo militante:
Nós temos o poder de exterminar quase toda a vida à face da Terra. Mas a chave está em quase. Basta que fiquem umas réstias, uns farrapos de vida, espalhados pelo planeta, e esta ressurgirá nova e renovada, pujante, adaptada à realidade. A evolução continuará a funcionar, impassível. O que antes era mau e adverso, agora é perfeito. E a vida cobrirá o planeta novamente. Mas, desta feita, sem nós e, portanto, sem nada do que nós consideramos maravilhoso.

Embora o nosso poder destrutivo seja francamente desproporcional e terrível, não é suficiente para esterilizar a Terra ou causar um acontecimento cósmico que ponha em causa o planeta. É suficiente para destruir muitas vezes o nosso mundo e a nossa vida, mas não chega para destruir nem o Mundo nem a Vida.

Nesse sentido, a Vida é sagrada. Apesar de a conseguirmos distorcer, subverter ou mutilar, é tão sagrada que não a podemos destruir. Está bem além do nosso alcance. Somos nós que precisamos da Vida, não o contrário. Somos nós que necessitamos de salvação, não o planeta.

zazie disse...

Como é qeu v. sabe que restava alguma coisa?

Oh... nestas coisas acho que a cientoinice só atrapalha.

Veja aqui um texto de um bacano que nem é religioso mas que será dos poucos a fazer a ligação entre esse sentido primordial e a noção de "valor" da Natureza:

http://cocanha.blogspot.pt/2009/04/para-ajudar-ressacralizacao-do-mundo.html

Recomendo os textos dele.

muja disse...

Como é que eu sei?

Saber não sei, mas desconfio:

http://en.wikipedia.org/wiki/Extremophile

Veja se se lembra de alguma coisa que sejamos capazes de fazer para o qual não exista um microorganismo adaptado ou tolerante a ela na lista do link.

Entretanto vou ler os textos do bacano.

zazie disse...

A ideia que é sagrada em nada tem a ver com a do ateísmo militante.

O darwinismo e os vegas é que já regrediram ao estado de amiba e depois até fazem uma forcinha para que a espécie humana acabe com as suas possibilidades de vida.

O problema da ecologia é que tende a ser defendida por militantes ateus e ideológicos.

Mas não é esse o sentido e noutros países nem é assim.

zazie disse...

Oh, e isso que interessa?

Que interessa existirem umas tretas de bactérias e chamarem a isso Criação?

Não interessa para nada. A poesia diz mais que toda essa cientóinice

zazie disse...

A Essência das Coisas
Nunca me conformei com um conceito puramente científico da Existência, ou aritmético-geométrico, quantitativo-extensivo. A existência não cabe numa balança ou entre os ponteiros dum compasso. Pesar e medir é muito pouco; e esse pouco é ainda uma ilusão. O pesado é feito de imponderáveis, e a extensão de pontos inextensos, como a vida é feita de mortes.
A realidade não está nas aparências transitórias, reflexos palpitantes, simulacros luminosos, um aflorar de quimeras materiais. Nem é sólida, nem líquida, nem gasosa, nem electromagnética, palavras com o mesmo significado nulo. Foge a todos os cálculos e a todos os olhos de vidro, por mais longe que eles vejam, ou se trate dum núcleo atómico perdido no infinitamente pequeno, ou da nebulosa Andrómeda, a seiscentos mil anos de luz da minha aldeia!

A essência das coisas, essa verdade oculta na mentira, é de natureza poética e não científica. Aparece ao luar da inspiração e não à claridade fria da razão. Esta apenas descobre um simples jogo de forças repetido ou modificado lentamente, gestos insubstanciais, formas ocas, a casca de um fruto proibido.
Mas o miolo é do poeta. Só ele saboreia a vida até ao mais íntimo do seu gosto amargoso, e se embrenha nela até ao mais profundo das suas sensações e sentimentos. É o ser interior a tudo. Para ele, a realidade não é um conceito abstracto, ideia pura, imagem linear; é uma concepção essencial, imagem hipostasiada, possuída em alma e corpo, nupcialmente, dramaticamente, à São Paulo ou Shakespeare.

Teixeira de Pascoaes, "O Homem Universal"

zazie disse...

O Papa explica muito bem que nada disso tem a ver com "ecocentrismo ou ecobiologismo"
............

..) uma visão correta da relação do homem com o ambiente impede de absolutizar a natureza ou de a considerar mais importante do que a pessoa. Se o magistério da Igreja exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, fá-lo porque tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos.

Deste modo, chega-se realmente a eliminar a identidade e a função superior do homem, favorecendo uma visão igualitarista da "dignidade" de todos os seres vivos. Assim se dá entrada a um novo panteísmo com acentos neopagãos que fazem derivar apenas da natureza, entendida em sentido puramente naturalista, a salvação para o homem. Ao contrário, a Igreja convida a colocar a questão de modo equilibrado, no respeito da "gramática" que o Criador inscreveu na sua obra, confiando ao homem o papel de guardião e administrador responsável da criação, papel de que certamente não deve abusar mas também não pode abdicar.

Com efeito, a posição contrária, que considera a técnica e o poder humano como absolutos, acaba por ser um grave atentado não só à natureza, mas também à própria dignidade humana.

muja disse...

Bom, daqui a pouco já escrevo mais, que agora estou ocupado.

Mas, quanto ao papa per se, há muita coisa que ele não explica. Como, aliás o seu antecessor. Muita coisa que não explica, e muitas coisas que testemunhou mas sobre as quais não testemunha agora.

Por isso, ele pode falar sobre o papel do Homem no Mundo e explanar considerações doutrinárias à vontade, mas enquanto a verdade que falta dizer não for ouvida da boca do trono de S. Pedro, o meu respeito pelo pináculo da Igreja é pouco ou nenhum.

Não invalida o que ele diz e o que a Zazie cita, como é lógico.

Isto é mais um desabafo do que outra coisa.

muja disse...

Isto acerca de "atentados à dignidade humana". E não tem nada a ver com conspirações idiotas e fantásticas à Código Da Vinci.

zazie disse...

Mas o que queria que ele dissesse?

Ele limita-se a dizer que Deus fez o mundo e o ser humano para cuidar dele.

É nisto que se resume o sentido divino da Criação.

O único que consegue atribuir um valor à Natureza que nunca poderá ser um valor mercantil. E o único onde os ditos "direitos da natureza" existem porque são deveres nossos.

A religião católica é perfeita. ":OP

muja disse...

O que eu queria que ele dissesse não tem nada que ver com isto. Fica para outra altura.

E o único onde os ditos "direitos da natureza" existem porque são deveres nossos.

Mas não é dever nem direito. Nem se trata de divino ou profano. É bom senso. É por isso que eu digo que somos nós que precisamos da salvação, não a Natureza.

É evidente que é possível e até intuitivo atribuir à Natureza um sentido poético e divino, mais ou menos sofisticado.

Mas há dúvidas que, a ser pervertida, poluída, deformada - como tem vindo a ser - a Natureza, somos nós que vamos sofrer as consequências? Claro que não. A consequência não é metafísica nem problema de consciência. É prática e mundana. E é terrível. E não é preciso esperar pelo fim dos tempos para a sofrer.

Nós vimos da Natureza - mais ou menos costela, mais ou menos sete dias - isso para mim é claro. Somos parte dela e ela é parte de nós. É estreiteza de vista não o percepcionar. Se afirmá-lo põe em causa a diferença ontológica entre humanos e o resto, pois que seja. Não vejo como pode isso ser prejudicial. Parece-me chauvinismo. Quem preza a vida, preza-a. Humana ou outra qualquer. O nosso privilégio é outro.

Temos o poder da escolha. Podemos escolher um caminho ou outro. Ao fim do dia, é apenas isso que importa. A escolha e a liberdade que temos para a fazer. Ninguém nos impõe o nosso próprio caminho, nem Deus nem coisa nenhuma.
Nós somos parte da Natureza. Se escolhermos destruí-la, destruir-nos-emos as nós próprios. Se escolhermos preservá-la e viver nela, preservar-nos-emos e viveremos melhor connosco.

É simples. Não requer doutrinas nem sistemas axiomáticos.
É sobrevivência. E uma lição de humildade.
Na arrogância do nosso deslumbramento com a aparente superioridade tecnológica e moral, somos postos de joelhos pela mesma e única necessidade que partilhamos com o resto da Natureza de que fazemos parte: sobreviver. Quanto mais nos afastamos da Natureza, mais ela nos obriga a descender ao mais básico, ao mais primitivo. Quanto mais a combatemos, mais descobrimos que está em tudo, e em todo o lado. É a nossa origem e o nosso destino.

muja disse...

Mas fundo, respeitem-se ou não as diferenças axiomáticas, vai dar ao mesmo. A Natureza necessita de ser cuidada, seja lá por mandato divino ou por necessidade de sobrevivência ou por dever aos que virão.

Não está a ser, e a tragédia é essa.

zazie disse...

Repare uma coisa: v. não consegue encontrar consenso legislativo acerca dos direitos da Natureza, precisamente porque nunca entra o factor sagrado.

Se a Natureza não tem deveres- então, também nunca poderia ter direitos.

E é por isso que apenas se avalia os prejuízos em função da sua utilidade humana.

Ora aqui é que está o erro. Se leu os textos do José Casquilho percebeu como ele refuta essa ideia.

E refuta-a porque as consequências dos estragos não se medem como utensílios ou propriedade de alguém.
...........

O resto, de ser sagrado ou não, não vale o mesmo. Como é mais que óbvio.

Se para um crente a obra de Deus tem um sentido e valor sagrado, o dever é de outra ordem do utilitarismo ateu ou até do panteísmo pagão.

zazie disse...

E repare, v. mesmo disse que era ilógico aquele tipo de reactiva que "acredita que se vai agora salvar tudo".

E v. justificou porque os danos estão traçados e não podem ser parados numa geração ou em duas.

Pois bem- a ideia católica é diferente- deve-se proteger por dever. Por respeito para com a obra de Deus. E isso não necessita da palhaçada dos tribalismos cientóinos que negam ou que lançam pânicos por ideologia.

zazie disse...

Quero eu com isto dizer que quem defende o utilitrismo monetário acima da protecção da Natureza não está a praticar mandamentos católicos.

Está a praticar mandamentos da cartilha neotonta.

E essa foi, é e será sempre ateia.

zazie disse...

E a comunista também. Por isso é que os ecologistas de esquerda são uma praga que não se aguenta.

Porque fazem daquilo religião. Deslocam a religião que estão proibidos de ter por serem materialistas, para a militância de um materialismo natural que acaba por se transformar em mais uma variante da luta anti-capitalista.

zazie disse...

«Nós somos parte da Natureza. Se escolhermos destruí-la, destruir-nos-emos as nós próprios. Se escolhermos preservá-la e viver nela, preservar-nos-emos e viveremos melhor connosco.»

Sim. Em parte sim. Mas não ao mesmo nível. Se fosse ao mesmo nível não éramos humanos.

Éramos mais um macaco entre outros tantos da dita cuja e da sua evolução

":O))))

muja disse...

Se fosse ao mesmo nível não éramos humanos.

Hmm. Então, qual seria o valor da Natureza i.e. de tudo o que é vivo; se não existissem humanos?

Faz sentido considerar essa pergunta?

Concretizando, para ser mais fácil pegar-lhe:

Admitamos que existe uma coisa qualquer - uma espécie de dispositivo de extermínio completo e derradeiro, por exemplo - que eliminará todas as formas vivas na Terra. Admitamos também que há um último Homem que tem o poder de destruir ou inutilizar o tal dispositivo. Esse Homem sabe que vai morrer de qualquer forma e após ele não haverá mais humanos.
Que deve ele fazer? Porquê?

zazie disse...

Bem, a Criação é o Mundo.

":O)))

Não faço ideia. Mas, como até agora estamos sós, é a nós que se reporta.

Porque, mesmo a teoria da Evolução das Espécies implica um determinismo- implica um princípio antrópico.

Não é um caos ao acaso.

zazie disse...

Mas, como é óbvio, só podemos constatar que estamos num grau absolutamente superior das restantes espécies.

Temos consciência disto- da vida, do mundo.

zazie disse...

Ainda que, muitas vezes mais pareça que está demasiada coisa "entregue à macacada"

zazie disse...

Mas essa é a única pergunta inteligente que um ateu pode fazer- se estamos sós, qual o sentido de tudo.

muja disse...

Mas, como é óbvio, só podemos constatar que estamos num grau absolutamente superior das restantes espécies.

Temos consciência disto- da vida, do mundo.


Pois. Podemos constatar, mas eu tenho dúvidas.
O que se constata é somos capazes de comunicar essa consciência que temos.

Não é líquido que sejamos os únicos a tê-la ou que ela não exista - em estado dormente, por exemplo - noutros seres. É por isso que eu acho que se devia dar tanta atenção, ou mais, à investigação da comunicação com outros animais quanto se dá à procura de vida extra-terrestre.

Mas essa é a única pergunta inteligente que um ateu pode fazer- se estamos sós, qual o sentido de tudo.

Mas não só os ateus. Os crentes também se podem fazer essa pergunta. E resposta é igualmente difícil de encontrar.

Mas não era bem aí que eu queria chegar:

Se o magistério da Igreja exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, fá-lo porque tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos.

Ele limita-se a dizer que Deus fez o mundo e o ser humano para cuidar dele.

Portanto, o mundo existe em função do Homem? A Criação, em que o Homem tem um papel especial, existe em função do Homem. Ora se o Homem é o guardião e beneficiário da Criação, o que é a Criação sem o Homem?
Vale alguma coisa? Tem valor intrínseco, por si só?

Eu acho que tem. Se eu fosse o tal homem do dispositivo, não hesitava em o destruir. Mesmo sabendo que ninguém poderia mais beneficiar ou guardar aquele mundo cheio de vida.

Demais a mais, foi logo por aí que começou a minha dúvida e afastamento progressivo da fé. Nunca me pareceu muito lógico que o Homem tivesse o lugar especial da Criação em vez de um lugar especial na Criação.

zazie disse...

Aquela citação era do Papa, não é texto meu.

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Quanto ao resto, tenta perguntar isso a outra espécie, sem ser a humana que talvez tires essas dúvidas metafísicas em segundos.
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Acerca do sentido da Criação, para um crente é tal como eu disse. Pode ter muitas dúvidas mas que o mundo foi criado por Deus, não há-de ter, caso contrário não era crente.
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Quanto ao resto, vais-me desculpar mas eu não sou muito dada a divagações desse género- do se estamos sós ou se há ETs ou se a ervinha do meu jardim vale mais que o gato da vizinha e ambos mais que eu.
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Olha, estou a reler Nietzsche no meu quintal. Portanto....

":OP
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Eu não tenho formação católica e nem sou sequer do tipo "muito espiritual". Gosto de questões filosóficas mais que religiosas.

Mas nunca tive problemas existenciais na adolescência e duvido que os venha a ter agora.

Sou uma básica a dar para o estético

":OP

zazie disse...

Ah, e esta coisa da Natureza e da sua defesa, para mim também é simples-

É uma questão de gosto, de requinte e de bruta ligação a ela.

Há quem não tenha nada disto e por isso nem sinta a diferença entre o sintético e o natural.
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(o João Miranda não deve distinguir)

muja disse...

Eu sei que a citação era do Papa.

Pois pode ter a certeza que se ainda não perguntei a outra espécie foi porque ainda não tive oportunidade. Talvez um dia...
É pena que os tomateiros não sejam muito faladores, senão tinha já perguntado aos que estive ali a plantar ainda agora. Ehehe :)

Eu também nunca tive problemas existenciais, acho eu. Mas foi no encadeamento da discussão e era para tentar perceber melhor o seu pensamento.

BLUESMILE disse...

"Mas, como é óbvio, só podemos constatar que estamos num grau absolutamente superior das restantes espécies. "

Não é nada óbvio.

zazie disse...

Realmente tens razão. Ao veres-te ao espelho percebe-se que duvides.