16 junho 2012

não gerava lucros

Grupo Mello encerra lar no Parque das Nações:
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Depois do encerramento da unidade no Parque das Nações e de as 23 pessoas que ali residiam terem sido distribuídas pelos lares da Junqueira e da Parede, os responsáveis do grupo reuniram-se individualmente com cada um dos residentes inscritos na modalidade DomusClub para anunciar que o lar não gerava os lucros esperados e que se decidiram pelo encerramento desse serviço, que funcionava nos primeiros cinco pisos do edifício.

Grupo José de Mello Residências e Serviços, mensagem do presidente:

A José de Mello Residências e Serviços tem desenvolvido, desde a sua génese, um projecto inovador de soluções residenciais e domiciliárias de elevada qualidade para a terceira idade que assenta, antes de mais, no compromisso de longo prazo que o Grupo José de Mello tem com o país e com os Portugueses, no sentido de intervir nos mais variados sectores da actividade de forma profissional e sustentada, com estruturas adequadas e procurando sempre uma linha de actuação socialmente responsável.
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As soluções que definimos baseiam-se em conceitos que complementam a assistência profissional com uma forte componente humana assente nos valores de Afectividade, Dignidade Humana e Confiança.
Salvador de Mello, presidente.

PS: As empresas não existem para gerar lucros (Peter Drucker). As empresas existem para prestar um serviço à sociedade. O lucro é apenas um barómetro da gestão correcta e uma condição indispensável para a sobrevivência das empresas. No caso referido parece haver um claro problema de gestão e um equívoco quanto aos valores da empresa - "Afectividade, Dignidade Humana e Confiança" (sic).

76 comentários:

Ricciardi disse...

Não acredito que foi o meu caro Joachim que escreveu o PS: do post.
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Eu por acaso acho que as empresa existem para dar lucro e depois, em função da massa que a coisa dá, é que podemos ser uns gajos porreiros ou não. Também os há sovinas e velhacos e exploradores.
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Mas pronto, eu não começo um projecto a pensar em servir alguém socialmente. Quando muito empreendo porque gosto muito da coisa ou, a maior parte das vezes, para melhorar a condição dos meus filhos, sem prejuizo de considerar muito e ter em boa conta os desejos dos fregueses.
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Por isso é que, colocar empresários privados, a gerir coisas como a saúde só pode dar barraca. Porque primeiro pensasse no luvro, depois no lucro e em seguida no lucro. E só se for vantajoso para o lucro é que damos umas abébias sociais a ver ser a freguesia acha a empresa IN socialmente falando. Em termos ambientais é a mesma treta. Se não houver policias, as tinturarias despejam tudo o que é residuos nos rios. Eles querem lá saber. Era por isso que, ali no Rio Ave, de manha o rio era vermelho, ao almoço era verde e à tardinha azulão.
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Rb
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Rb

zazie disse...

Bem, mas há velhos cheios de maçaroca.

Não sei a que título se pode dizer que até esses, para serem bem tratados em lares, deviam ir para os do Estado.

E dar lucro e assistência social, não são coisas que se excluem, necessariamente.

O que é preciso é precisamente isso- diferenciar toda a assistência. Com lucro, com lucrinho canino; sem despesa, e com despesa, seja por caridade, seja por imposto.

zazie disse...

O problema em Portugal, é literalmente este: ou é um extremo, ou é outro.

Porque o encosto é mais atractivo e porque o Estado invadiu todos os terrenos, incluindo o da Igreja.

Nestas coisas, o que é preciso, por parte dos governos, é moralização do que fazem- moralização dos gastos, a começar pelos deles. Sempre por cima.

O resto, seja na educação, seja na saúde, devia ser escalonado. A universalidade dos dois- à borla, é uma mentira.

E depois, percebe-se como se engasgam com mais luxos e paraísos que a UE vende e impõe, como aquela patranha do controle das crianças dos 4 aos 18 anos.

zazie disse...

Olha só o exagero que estes idiotas vendiam:

«Além do valor que pagaram inicialmente pelo direito de residência, cerca de 130 mil euros, os residentes pagam ainda uma mensalidade na ordem dos 1700 euros por casal por serviços como enfermagem 24 horas por dia, acompanhamento médico, fisioterapia, limpeza das suítes, lavandaria, refeições, cabeleireiro, actividades físicas e lúdicas e protocolos com os hospitais e clínicas CUF. O contrato prevê que os residentes que beneficiavam deste programa pudessem rescindir recebendo metade do investimento inicial, desde que não tivessem ainda passado nove anos desde a assinatura do contrato. Depois desse período perderiam o total investido.»

Isto é para "esnobar". E há muito novo rico que gosta. Depois lá vem a crise e há aparto, até para eles e lá se vai o esnobanço e lucro na venda dele.

zazie disse...

Mas, por acaso, 1 700 euros por casal, tirando o valor de entrada inicial, nem um pobrezinho consegue em privado.

Qualquer lar chunga para os pobres que não são minorias ou que não têm cunha no Estado, custa, no mínimo dos mínimos, entre 1800- 2 mil euros mensais.

É um roubo. E por isso admiram-se que haja velhos largados nos hospitais. Com preços destes, num país com ordenados de tal modo baixos, o que estavam à espera.

zazie disse...

Os 130 mil euros de entrada, sacam-nos os privados e o Estado aos desgraçados dos velhos que ainda possam ter uma casinha.

Entram logo os bens como fiança. E é por isso que andam para aí a fazer bases de dados para toda a gente "sinalizada". Para o saque.

zazie disse...

Mas, uma chefe de Santa Casa, seja de parceria, seja totalmente estatal- pode ganhar 5 mil euros/mês que para há sempre lucro que chegue.

Anónimo disse...

Hola Zazie,
:-)

Anónimo disse...

Caro RB,

Se o objectivo for apenas o lucro é mais seguro por o dinheiro a prazo.

zazie disse...

Olá, Joaquim

":O)))))

zazie disse...

«Se o objectivo for apenas o lucro é mais seguro por o dinheiro a prazo.»

ahahahaha

Era, era... já não é.

André Miguel disse...

"Eu por acaso acho que as empresa existem para dar lucro"
Completamente errado.
E como é que se atinge o lucro?
Se o meu amigo montar uma pastelaria numa rua cheia de pastelarias ou se diferencia ou morre; ou então abre numa rua sem pastelarias. De qualquer modo está a prestar um serviço à sociedade aproveitando as lacunas do mercado. Só depois vem o lucro.

muja disse...

Oh, ai!

Então alguém abre uma empresa porque quer suprimir as lacunas do mercado??

Suprimir as lacunas do mercado é o que uma empresa deve fazer para obter lucro. Mas quem abre empresas quer lucro, que diabo! Senão abria antes uma caridade!

Se eu abrir uma pastelaria é com o intuito que dê lucro! A melhor maneira de o ter, é assegurar-me que o pessoal que não tem acesso ao pastél de nata, o passe a ter por causa do meu negócio. Mas o meu objectivo primário, ou melhor, a motivação primária tem de ser o lucro. Senão, abria antes uma caridade de pastéis de nata e nem tinha que andar a pagar impostos e essas maçadas todas!

Agora, tratam-se é as empresas como pessoas. E isso é que está mal. As empresas não tem consciência. As pessoas é que têm. As empresas não têm responsabilidades nenhumas, quem as gere é que tem. Dizer agora que as empresas têm de ter uma componente social e não sei quê é mais paleio de encanar a perna à rã. Quem as detém e gere é que tem que ter consciência do que está a fazer, e o Estado tem de garantir que não fazem o que querem na perseguição do seu objectivo, o lucro.

muja disse...

100% com o Rb.

Aliás, isto parece de doidos...

As empresas existem para prestar um serviço à sociedade.

??

Então e o Estado e quem governa serve para quê? E as caridades e instituições de utilidade pública?
Isto parece é uma forma de dizer: na sociedade tudo são empresas. Estado, negócios de família, hospitais, escolas, famílias, pessoas.
Sou completamente contra essa visão da sociedade. Absolutamente.

As empresas servem para dar lucro e são precisas. E, como organizações, tendem à auto-preservação miópica que é a maximização do lucro, ou melhor, a minimização do prejuízo.
A responsabilidade do Estado é garantir que esta tendência não prejudica o cidadão e que não é largada à solta na sociedade. Aquilo a que chamam o capitalismo selvagem. Que para mim não passa de permissividade e corrupção estatal. O lucro das empresas não se sobrepõe ao prejuízo das pessoas.

As empresas não são pessoas. São negócios. Como tal, são expendable.
Mas hoje é tudo ao contrário. Expendable, são as pessoas.

zazie disse...

Por acaso é assunto que já pensei várias vezes.

Nunca entendi o que se passou no meu bairro.

Há 20 anos havia meia dúzia de lojas que supriam as necessidades- cafés, uns tantos, mas espaçados, 2 cabeleireiros, uns restaurantes- um deles com fama, que era excelente e que fechou a semana passada) e mais umas tantas coisas bem diversificadas.

Pois bem. De repente, deu a todos os empregados em serem patrões.

E desataram a abrir cafés colados aos já existentes.

Com os cabeleireiros a febre ainda foi maior- dezenas! não é exagero- de brasileiros, principalmente.

Depois vieram os chinocas a vender toda a porcaria e mais alguma.

O que aconteceu a isto tudo- faliram!

Os cafés antigos, alguns até bons, fecharam- os dos empregados, idem- Já vi uns tantos a trabalharem agora ao balcão de outros cafés mais longe.

E cabeleireiros dá para apostar quantos dias dura o que abre.

Isto significa o quê? que se pensou no lucro, que se pensou no serviço para a comunidade, ou que pura e simplesmente se pensou em ser patrão?

zazie disse...

No meu local de trabalho também aconteceu e ainda acontece muito disso.

Gente que trabalha lá, que até gosta muito do local e de tudo, que até é bom no que faz e assim...

Daí a uns tempos estão a abrir negócio por conta própria.

Não sei para quê. Porque o negócio, mesmo com background, nem dá.

zazie disse...

Há-de ser problema meu. De facto não tenho gostinho em ser patroa e, ainda menos no mando.

Se posso ser independente com outrem a fazer de patrão e eu a mandar no que faço, é o ideal.

zazie disse...

Mas, na minha família, praticamente toda a gente teve firma ou negócio por conta própria.

E, no caso do meu pai, lembro-me perfeitamente que o que o movia era a criação- era fazer algo que ninguém fazia.

Por gosto, por paixão. Nunca por nunca me lembro de ele ter falado em lucro. A minha mãe é que passava a vida a dar esses conselhos- que podia fazer e assado que até vendia mais.

E ele lá fazia umas coisas bem giras, assim e assado, que até vendiam e bem para turista.

Mas o sonho era a criação do que exigia descoberta, até técnica.

E com isso lá fez obra. Podia perder tudo num dia, ou largar, que tinha novo sonho na calha. E realizava-o.

Sempre.

O que eu gostava era de ter essa força. De resto, ele nunca se considerou patrão- trabalhava lá com os operários, lado a lado. Só acarretava o risco sozinho.

zazie disse...

Ah, e essa ideia do estudo de mercado para saber se vai haver muita gente a comprar, ainda é coisa que me passa mais ao lado.

E ao meu pai também. Ele vivia de luxos e eu também.

Os meus são baratinhos mas perfeitamente dispensáveis em termos vitais.

Só que o ser humano não existe apenas para realizar o que é meramente vital.

E ainda bem.

zazie disse...

Mas o Muja está errado.

As cooperativas, por exemplo, existem e até t~em nos estatutos que não têm função lucrativa.

O que isto significa é que existe muito tipo de serviço para a comunidade que não pode ser uma mera forma de colocar o dinheiro a procriar.

Nisso o que o Birgolino disse foi muito acertado.

Se quer lucro e com segurança, bota as notas no banco que elas lá fornicam e deixam descendência sem mais preocupações.

Coisas mais sensíveis que andam perto do humanitário ou do imprescindível- como escolas e transportes, por exemplo- não pode existir em função do lucro.

zazie disse...

No caso dos lares, depende. Se há quem tenha bué de carcanhol e queira estourá-lo à grande e à francesa, mesmo em cadeira de rodas, pois então- lá se inventa o luxo à medida.

E pode dar lucro, pois então. Só que não estou a ver essas megalomanias hollywoodescas no Parque das Nações.

zazie disse...

Em Londres é que gosto de morder essas velhotas.

Completamente munificadas e com a criada a tratar por "Mylady" e a mylady embrulhada em sedas e jóias que nem se consegue ver a mylady.

E depois entram no rolls e lá vão ver os passarinhos ao parque.

eheheheh

zazie disse...

Uma vez distraí-me com a cena e fiquei entre o mordomo, a criada e a mylady.

Foi o fim da picada porque estava a ver que também tinha de entrar no rolls-royce para poder sair pela outra porta e atravessar a rua

eheehe

CCz disse...

Zazie,

A história do seu pai e da sua mãe, consigo visualizar vários casos desses entre empresas com que trabalhei.

Homem, a levantar-se domingo de madrugada para ir para a fábrica experimentar uma ideia, sempre a sonhar apaixonado com aperfeiçoar isto e aquilo. Mulher, a chamar a atenção para os preços praticados, para a necessidade de vender...

É dessas experiências que aprendi a máxima: a paixão nas empresas é inversamente proporcional à sua dimensão.

CCz disse...

"Mas quem abre empresas quer lucro, que diabo! Senão abria antes uma caridade!

Se eu abrir uma pastelaria é com o intuito que dê lucro!"

O ponto não é esse. Qualquer empresário espera vir a obter lucro com o seu empreendimento, se arrisca quer ser recompensado. O que o PS do Joaquim quer dizer, na minha interpretação, é que a sociedade, os potenciais clientes não precisam que apareça mais uma pastelaria à procura de obter lucro. Enquanto uma tribo ou uma família tem vida própria, existe para servir os seus membros, uma pastelaria, uma empresa, só existe em função do exterior, só tem direito a existir em função do serviço que consegue prestar. Se eu empresário só pensar no lucro, vou subalternizar o serviço que presto aos meus potenciais clientes e eles, vão-se marimbar para mim e para a minha pastelaria. Se eu me concentrar no serviço que vou prestar, vou ser capaz de seduzir clientes que vão experimentar e adorar e pagar e voltar a pagar. Contudo, uma empresa pode ter clientes satisfeitos e fiéis e perder dinheiro... não basta ter clientes satisfeitos, é preciso ter montado um negócio adequado ao nível de facturação e de custos. Por isso, como referem Joaquim & Drucker o lucro é o teste à capacidade de gestão de quem está à frente da empresa... uso capacidade de gestão com pinças. É tudo transiente, as boas opções feitas há 5 anos hoje podem ser absurdas.

CCz disse...

Se eu empresário só pensar no lucro, vou subalternizar o serviço que presto aos meus potenciais clientes e eles, vão-se marimbar para mim e para a minha pastelaria.
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Por isso, o lucro, apesar de desejado e fundamental para o futuro de uma empresa, é uma consequência, não um objectivo directo.
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Os políticos cometem o mesmo erro, quando falam de desemprego, que muitos empresários quando falam de lucro. A criação de emprego não é um objectivo directo, a criação de emprego é uma consequência.

Anónimo disse...

Surpresa das surpresas! Ao que parece, a Zazie não é prima da Elizabetf, Regina. É da populaça remediada, horror dos horrores.

O primo.

zazie disse...

« Enquanto uma tribo ou uma família tem vida própria, existe para servir os seus membros, uma pastelaria, uma empresa, só existe em função do exterior, só tem direito a existir em função do serviço que consegue prestar»

Exacto, é isso,Ccz.

No entanto, o que eu também referi foi a diferença entre empresas que lidam com coisas que não são vitais e as outras.

Não faz sentido a população ficar presa do lucro de bens vitais como a água, a electricidade, o gás e os transportes.

Por exemplo.

E é por isso que monopólios nessas áreas são coisa tramada e precisam de ser controlados pelo Estado.

(quanto ao resto, sim. Era mais ou menos isso, mas havia suporte do lado materno para as aventuras dele. ahahahahaha)

zazie disse...

Mas o meu pai nem se levantava ao domingo de madrugada para experimentar uma ideia.

O mais das vezes, ficava era lá 3 dias, dormindo e tudo e depois chegava a casa e perguntava à minha mãe se ela se lembrava se ele tinha jantado ou almoçado antes disso

ahahahahaha

Vivendi disse...

Nem na Suíça teriam sucesso!! A reforma máxima suportada pelo estado é de 1700 €. Só quem teria também fundos privados conseguiria sustentar esse tipo de mordomia...

http://vivendi-pt.blogspot.com/2011/12/reformas-na-suica.html

Preparem-se para assistir a muitos encerramentos de muitos negócios de grandes grupos económicos, o segredo deles até então era viverem alavancados no crédito. E quando a economia se torna real a fachada cai.

zazie disse...

Vivendi: 1700 euros por mês, para um lar, por casal, é coisa dada.

Não tem isso em parte alguma.

Em parte alguma. Eu é que nem tinha lido bem a notícia. Dizem que tinha atendimento médico 24 horas por dia e cabeleireiro e comparticipações com hospital mas isso não é nada.

O preço que aquilo cobrava eram os 130 mil de entrada. Isso sim.

E isso é que é um tanto estranho porque, quem tem esse valor, tem casa e pode pagar a enfermeira e técnicos para fazerem o mesmo que o lar.

Não estou a ver que tipo de público larga 130 mil para viver num lar.

O Estado é que os saca, mas isso é outra história.

zazie disse...

Mas, v.s devem estar a leste do preço dos lares em Portugal.

É que estão mesmo. Por isso é que embandeiraram em arco com aquela anormalidade das visitas domiciliárias para evitar riscos com crianças dos 4 aos 18 anos.

Só pode. Estão mesmo a leste.

zazie disse...

Tem a menor ideia de quanto custa o transporte numa ambulância. Mesmo que seja para uma distância mínima de menos de 1 km?

Faz ideia? e sabe o que é que o Estado comparticipa?

Não sabem. Não sabem e depois dá-lhes para serem experts da Suíça e das reformas suíças

ehehehehhe

Vivendi disse...

Zazie,

Temos a santa casa da misericórdia à mais de 500 anos. É só respeitar o excelente trabalho. E afastar o estado é claro.

E as mordomias tem de acabar. A civilização ocidental entrou numa onda esquisita de excesso de bem estar e procura de conforto, que citando João Pereira Coutinho, este se questiona como foi possível a civilização humana se aguentar até então!

zazie disse...

V. sabe o que está a dizer?

Ora conte lá o que é a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Aposto que vai dizer o mesmo que uma vez disse o Daniel Oliveira. Nem esse sabia.

zazie disse...

Já descobriu?

É que desde o Marquês de Pombal que é o mesmo que é hoje.

E v.s não sabem.

Vivendi disse...

Na minha família preferimos o apoio familiar e tive uma avó que precisou de cuidados especiais por motivos de doença degenerativa, foi contratada uma pessoa a tempo inteiro para cuidar dela. A mesma tornou-se não só uma amiga mas como parte da família.

Vivendi disse...

Conte estimada Zazie! O que há mais além da obra social.

zazie disse...

Não sei que treta é esta doença de agora dar tudo em papagaio com o "afastar o Estado".

Afastar o Estado daquilo que é função do Estado, precisamente por não se poder ficar à espera da caridade alheia?

E a caridade alheia deixa de ter espaço por haver também Estado para colmatar o mais que resta que é praticamente tudo e nem chega?

Vivendi disse...

Já tem umas santanetes por lá??? :))))

zazie disse...

Passo-me com esse chavão de afastar o Estado para a caridade privada poder existir.

Mete nojo.

zazie disse...

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é a Segurança Social no Conselho de Lisboa.

Ponto final. É Estado- tudo. Não é santa. Só de nome.

Phónix!

zazie disse...

E fora de Lisboa é as duas coisas!

Não existe nenhuma Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que seja do Patriarcado.

E já chateia ter de ensinar isto a toda a gente, incluindo ao "jornalista" Daniel Oliveira.

zazie disse...

A obra social é do Estado. É do Estado desde que Marquês a "nacionalizou".

O trabalho é bom. toda a gente sabe. Mas não chega e tem luxos desnecessários com "animadoras de centros de dia" e folclore repetido que existe nas Juntas de Freguesia.

E falta o resto- o primordial- os lares e os apoios domiciliários.

E aí, como no resto que é habitual, há luxo em cima e recibo verde e mal pago em baixo.

zazie disse...

Tem mongas e psicmongas, e terapeutas, e nutricionistas, e chefes disto e daquilo e animadoras e sei lá que mais.

E isso é pago como função pública. Para o vital- é rasca, é recibo verde e não chega.

E quanto a lares, o que uma responsável uma vez me disse foi muito engraçado: para pobres? para miseráveis? isso é que era bom. São óptimos, são, mas são para ricos".

Com cunha. Como tudo o mais.

André Miguel disse...

CCZ,
Subscrevo tudo o que escreveu.
É impressionante como muita gente ainda pensa primeiro no lucro e só depois nos clientes.

zazie disse...

Esse exwemplo de comçar pelo lucro, uma vez até foi ilustrado pela tinamonga, que era uma comentadora assídua do Blasfémias.

Dizia ela que tinha criado uma empresa. E todo criador de empresas está a sustentar inúteis que são os trabalhadores.

Depois, a empresa só dava prejuízo. E ela disse que todos os empresários que não conseguem ter lucro deviam estar livres de impostos.

Já lhes bata ter de dar emprego a quem não sabe criar empresas.

ahahahahahaha

zazie disse...

Mas, um dia ainda me hão-de explicar a que título deve existir o Estado.

Porque, se a lei é afastar o Estado de tudo o que é necessidade vital dos mais desfavorecidos da sociedade ou de questões de defesa e lei, então existe para quê?

Votam em governos e metem gente no Estado para se servirem a eles próprios.

Há-de ser para praticarem caridade entre eleitos.

muja disse...

Então, mas calma.

O lucro não é impedimento da dedicação e vontade de bem servir. Antes pelo contrário.

Só é possível dissociar as duas coisas quando se atinge uma tal dimensão que o lucro passa a ser obtido com operações monstruosas de cadeia de fornecimento e produção em massa. E aí, sim, é possível ter lucro ainda que as pessoas não fiquem satisfeitas. Ou então quando se tem um monopólio.

Agora, se o negócio em causa for uma coisa limitada, tem que se servir bem os clientes. A procura cega do lucro, nesse caso, é contra-producente. É uma espécie de miopia, como escrevi. Se não servir bem os clientes, haverá quem sirva: concorrência.

O problema é que às corporações gigantescas não se aplicam as mesmas regras por causa da sua dimensão e capacidade internacional ou, pelo menos, de operar sobre grandes distâncias. E são essas que têm de ter trela do Estado. Porque essas, mesmo com grande vontade do gestor, oferecem sempre resistência a uma diminuição temporária do lucro, e paralelamente, não têm em consideração a ética e moral, nem têm os escrúpulos, como uma pessoa tem ou pode ter.

Mas mantenho o que disse. O objectivo de quem monta um negócio é o lucro. Poderá sê-lo apenas na medida em que permita levar uma existência digna, como era na maior parte dos negócios tradicionais. As pessoas começavam as coisas para terem do que viver, não para originar emporios internacionais! E é também natural que as pessoas nutram e desenvolvam uma paixão por aquilo que fazem, mesmo ao ponto de o lucro ficar em segundo plano. Mas não deixa de ser o seu ganha-pão. Ou seja, alguma coisa, em alguma altura terão de ganhar para que possam viver: lucro.

Quanto ao afastar o Estado, isso nem sequer é princípio nenhum. É falácia.
O Estado tem, em primeiro lugar, que controlar as infra-estruturas essenciais: Água e saneamento, energia, transportes, saúde, segurança e defesa. Não que não possa haver redes privadas, mas o Estado tem que estar sempre presente para garantir que os cidadãos não estão à mercê do capricho privado.

Depois, tem que pôr trela nas empresas gigantescas. Não há outra forma. Seja por legislação ou outra forma qualquer, esses monstros têm que andar à trela.

Por fim, e aqui sim, tem que deixar de chagar o cidadão comum e o negócio de família ou local, com impostos e normas e todas essas burocracias. O Estado tem que se apresentar simples e eficiente para essa gente. Porque esses negócios, as pessoas controlam-nos facilmente. Se começarem a asnear, as pessoas vão a outro e eles acabam.

zazie disse...

É um problema semântico.

V.s estão à volta com palavras.

O Ccz, preocupa-se em mostrar que o lucro há-de ser consequência e recompensa de uma qualquer eficácia naquilo que se investe.

O Morgadinho da Cubata disse outra coisa- disse que, como o lucro está sempre na mira empresarial (e isto não significa que não esteja igualmente sujeito ao cliente) então, certas ofertas sociais deviam ser colmatadas pelo Estado.

Eu concordo em parte. E dei exemplos- nunca se ficar nas mãos de privados em termos de necessidades básicas de saúde, água, energia e transportes.

Como os monopólios também fazem parte da lei do que vence, então, também faz sentido que nessas áreas haja controle de cúpula governamental.

Mas não fui tão longe quanto ele no caso dos lares. Porque isso de ser velho é uma fragilidade física mas não tem de ser uma fragilidade de carteira.

zazie disse...

Por acaso, o post do Joaquim e o que ele salientou a vermelho, até foi bacano e diz tudo.

Se era mesmo por uma questão de afectividade e não sei quantos, o facto de não gerar os lucros esperados é cretino.

Bastava que nãso desse prejuízo ou então andaram a vender palavrinhas bonitas.

Nºao sei. Não faço a menor ideia e aposto que v.s também não

":OP

zazie disse...

o Mujah, já tinah dito, é isso:

«O Estado tem, em primeiro lugar, que controlar as infra-estruturas essenciais: Água e saneamento, energia, transportes, saúde, segurança e defesa. Não que não possa haver redes privadas, mas o Estado tem que estar sempre presente para garantir que os cidadãos não estão à mercê do capricho privado.»

zazie disse...

O morgadinho deu o exemlo da saúde e do ambiente.

De acordo. Em parte no caso da saúde; em absoluto no ambiente.

Aí até defendo o mega-totalitarismo.

":O))))

zazie disse...

Mas há coisas que não se explicam nem de uma maneira nem de outra.

Por exemplo- a ida ao médico. O médico básico que lá detectava a doença e passava a receita.

Hoje tornou-se um lucx e um negócio brutal, por vezes uma coisa mesmo imoral, como clínicas em nome de filhos menores e comparticipações do Estado. Em sendo privado.

E o oposto- ir "à Caixa" e ter isso tudo praticamente à borla.

O que se passou com o intermédio. Dantes, havia médicos para todas as bolsas- não tinham todos de ser milionários para "investirem" na população doente.

Estas merdas é que são a grande mudança da fuçanga de um capitalismo onzeneiro e de um Estatismo que é mentira.

zazie disse...

Aliás, dantes não havia médicos milionários, a não ser aqueles famosos que apareciam na tv.

Como o tipo das transplantações cardíacas.

Eram personagens de ecrã.

Anónimo disse...

Zazie, os médicos estão possuídos pela industria farmacêutica. O país tem uma profusão de doentes crónicos a que os médicos de hoje, com raras excepções, não sabem dar resposta adequada. Serem ricos ou não será o menos, o pior é que, tirando umas centenas de hospitalares habilitados a altas tecnologias, o resto é frágil e inconsistente apesar dos alardes, das USF e dos lobbys dos clínicos gerais que funcionaram em grande no período rosa. Desse sector emanam orientações burocráticas ortodoxas. Tudo menos permitir escolha livre do médico por parte das pessoas, única forma de garantir a confiança indispensável à eficiência das intervenções prioritárias que são as de promoção e prevenção.

zazie disse...

Os médicos não sabem dar resposta porque deixaram de aprender a fazer diagnósticos

Tornaram-se agentes de propaganda médica e sem aquela parafernália de exames nem conseguem detectar uma gripe.

Vivendi disse...

Monopólios naturais devem ficar na mão do estado.

Assistência social deve ser feitas parcerias com instituições sociais, o estado não deve gerir.

Saúde, nos casos mais graves deverá ser o estado.

zazie disse...

Não deve gerir o quê?

E o caso sabe que é mais grave depois de ir ao médico do Estado ou ao privado

eheheheh

V.s não jogam com o baralho todo

zazie disse...

As parcerias têm sido bué de fixes. É cada parceria que faz favor.

Isto é um país de ciganos. Não tem nada a ver com o resto. Só não rouba quem não pode.

Parcerias deviam existir, isso sim, e muitas mais, no ensino. Porque aí é possível controlar gastos.

zazie disse...

O que o Estado não deve gerir é a vida das pessoas.

E nisso parece que ninguém se preocupa. Anda tudo a pedir tutor para tudo e mais alguma coisa.

Cfe disse...

Eu administrei um negócio de família que exigiu um bom pedaço de minha vida profissional. É fato que existe a paixão sim senhor, diria que faz de motorista, operador da máquina, ou parecido mas o combustível é o lucro.

Sem lucro é impossível manter a empresa por mais engenho e dedicação que exista.

Cfe disse...

O fato de tantos negócios terem aberto foi a facilidade dos juros. De repente tudo queria frequentar negócios bonitos, tipos shoppings e macdonalds, com ISOs e não sei que mais - aliás a Asae surgiu nessa linha de pensamento. Claro que os "novos empreendedores", ou curiosos como prefiro chamar, lançaram-se. Aí o comerciante que abastecia a população ficou desatualizado porque não entrava nessa ciranda financeira pois vivia do comércio e não da finança. O resultado está a vista. Não só os pequenos como os grandes que vivem da finança estão tramados.

zazie disse...

Sim. E, em sendo estrangeiros tinham logo 2 anos livres de impostos.

Depois fecham e abrem outro e são mais uns tantos assim, sem pagarem nada.

zazie disse...

Consta que os chineses têm ainda maior benefício à conta de uma associação qualquer que já existe por cá há muito tempo.

zazie disse...

Voltando ao post

Alguém compreende o sentido de quem já tem casa grande no Parque das Nações, a vender e ainda entrar com 130 mil euros para ter direito a viver durante 25 anos num lar, com pagamento de 1 700 euros.

Eu não entendo. Fazem isto como um projecto de vida, com que idade?

E não existe família? No fim o apartamento fica para a clínica?

Isto não podia ser só assim. A história está mal contada.

Então largaram a casa grande, naquela zona, que até dava um bruto aluguer, e agora foram despejados e vão viver para outro lar?

130 mil mocas e casa vendida para ter direito a cabeleireiro e médico?

Não entendo.

Foi negócio imobiliário na certa. E com os tipos da clínica.

André Miguel disse...

CFE,
O combustível são os clientes, não o lucro. O lucro é a prova de que você serve os clientes certos da forma certa.

Anónimo disse...

Caro RB, se não está totalmente certo, anda perto... Essa das empresas como muleta social é demais... Aliás o próprio mundo é um retrato fiel dessa realidade... Só dá bons samaritanos... Volta e meia leio aqui cada uma que até fico despenteado... -- JRF

Anónimo disse...

E se há área onde é só bondade empresarial é na saúde... Essas empresas só pensam no bem e em fazer bem e em suprir necessidades sociais pungentes... Depois os lucros colossais, de farmaceuticas a clínicas, devem-se à ordem natural das coisas... É uma espécie de lei da natureza... Eles nem queriam, mas os milhares de milhões caem-lhes literalmente em cima de tanto bem que fazem... -- JRF

zazie disse...

":O))))))

Ricciardi disse...

eheheehe

Cfe disse...

"O combustível são os clientes, não o lucro. O lucro é a prova de que você serve os clientes certos da forma certa"

Eu já pensei assim, já agi assim e testemunho que está errado.

O cliente é insaciável por natureza e e então tende querer tudo ao menor custo possível, se possível a custo zero e com troco. O papel de consumidor para o Homem tornou-se sua característica dominante. Daí sua insatisfação com, por exemplo, a Igreja católica.

Voltando aos assunto...Monte uma empresa e foque o cliente. Você não irá focar a satisfação do cliente. Você irá focar a satisfação duma necessidade que possa satisfazer as necessidades pecuniárias, suas e da empresa. Você não escolhe as necessidades que irá suprir por altruísmo, ou seguindo a escala e hierarquia de valores daquele a quem pretende agradar, mas por interesse próprio.

Então se as empresas elencam as necessidades em que podem tirar vantagens dos clientes o objetivo é o lucro.

Porque uma farmaceutica irá produzir um remédio para uma doença tropical em que os que padecem desta não tem capacidade de compra-la.

Cfe disse...

"O cliente tem sempre razão."

"O cliente é razão de seu negócio."

Essas frases feitas servem
enfatizar a necessidade de agregar valor, por via de melhoria no atendimento e da compreensão do que o cliente deseja.

Mas muita gente não entende e leva o significado ao pé da letra.

O cliente é o foco, o alvo. Se alvo não interessa então...

André,

Talvez seja só semântica.

Abs.

Cfe disse...

O único travão a irresponsabilidade dos administradores das empresas são os valores que este possuem.

Por isso a cultura tem muita importância no processo decisório nas ações que as empresas tomam para obter lucro.

A correção, o limite, o rigor são confundidos com o atendimento às necessidades e satisfação do cliente, quando na realidade é a explanação do equilíbrio do fornecedor na busca do lucro para preencher suas necessidades.

zazie disse...

Sim, v. tem razão. Há a mania de se vender a ideia que o dito mercado é um equilíbrio entre a oferta e a procura.

E, nesse equilíbrio, a empresa existe para colmatar necessidades de quem compra.

Isto é falso. Começa-se logo por conseguirem inventar necessidades e vendê-las.

E depois vence a lei do mais forte que nem sempre tem a ver com a qualidade do que oferece.

Basta secar a concorrência por facilidades que os outros não têm.

O que são os monopólios a não ser isto.
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Só que nada disto vinha ao caso no exemplo do post. As pessoas é que desviaram para a saúde, quando a venda de lares não é coisa de tratamento de doenças.

zazie disse...

Este exemplo, pareceu-me foi uma anormalidade dupla. Dos 23 palermas que compraram e da empresa que sacou 130 mil mocas antecipadas a prometer o paraíso a longo prazo a velhos com a maçaroca disponível.