14 junho 2012

Jim Rogers sobre a España

El rescate a la banca española es una locura, hay que dejar quebrar al país. Lo que están haciendo es quitar los bienes a las personas competentes para dárselo a las personas incompetentes… es una moral absurda, la forma de que un sistema funcione es permitir a la gente competente entrar y hacerse cargo de los activos, reorganizarlos y volver a empezar.

35 comentários:

sampy disse...

O Jim deve ter vários investimentos em Espanha. Deve, deve...

Ricciardi disse...

Bem, esta coisada da europa e da zona euro está uma salgalhada tão grande que já nem sei o que dizer acerca do que quer que seja.
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Para mim, a europa não tem futuro. A Alemanha não sabe liderar, está visto. Sabe impôr, enxovalhar, humilhar, mas liderar não é com eles. Com ou sem razão. Isso já nem interessa. Um lider afirma-se e impõem-se com naturalidade e não cria destabilidade. Se todos confiassem nas boas intenções dos boches a coisa ia lá. De outro modo, não faz sentido.
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Pelo que, sou da opinião, de que a Alemnanha devia sair do Euro urgentemente. Pronto, sair. Olhem, fiquem lá com a moeda que nós vamos voltar ao nosso Marquinho.
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Aliás, não devia sair. Devia ser efectuado um convite formal para que saisse. Xoo.
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E perdiam poder negocial com os blocos económicos mundiais... e perdiam uma moeda que lhes dá um jeito do caraças... e ganhavam menos exportações e mais defices e mais divida. É a vida. Amanhem-se.
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Rb

Ricciardi disse...

Mas também lhe digo, caro Joachim, não compreendo resgates/emprestimos que implicam taxas de 8,5%.
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Ora se os bancos tem de pagar 8,5% pelos emprestimos que vão obter, naturalmente, os seus clientes vão ter que arcar com taxas na ordem dos, say, 12,5%. Isto para um país que precisa de financiar as empresas é a estucada final, literalmente. Olée
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Rb

André Miguel disse...

Visto ao longe a Europa é neste momento um novelo bastante complicado de desembaraçar... Não há ponta por onde se lhe pegue.

muja disse...

A Europa não tem futuro já há várias décadas caro Rb. Parecia que ia ter, mas não vai.

Filipe Silva disse...

Para se perceber que a Alemanha tem toda a razão, é necessário compreender como foi e o porque da criação do Euro.

O euro foi a moeda de troca que a Alemanha foi obrigada a aceitar como custo da sua reunificação, foi uma imposição da França, que temia que uma Alemanha reunificada.

Qual a maior arma da Alemanha? o seu Banco Central, apesar de também ser inflacionista, era muito mas muito menos do que qualquer outro, uma politica que defendia uma moeda forte, por oposição dos franceses.
O Bundesbank com a sua politica forçava todos os outros Bancos centrais a seguir uma politica em linha com a deste, um poder de influencia que os franceses não podiam aceitar.

Os franceses gostaram sempre de monetizar o seu deficit, e as propostas do Hollande e companhia não é mais do que isso, colocar o BCE a imprimir e a comprar divida directamente.

O Euro desde há uns 2anos que está a funcionar como o padrão ouro funcionava, isto é, o crédito ao ficar muito caro limita a loucura dos politicos, não lhes permite gastar à tripa forra, obriga a que as reformas ditas estruturais sejam realizadas(apesar de ainda não terem saído do papel em Portugal).

O Euro devia ter operado da forma que opera hoje, desde o inicio, os ditos PEC, deviam ter sido apenas como era previsto antes dos alemães terem cedido aos franceses, apenas pactos de estabilidade, mas ao vencer o socialismo lá tivemos os pactos de estabilidade e crescimento.
As penalizações deveriam ter sido muito mais gravosas e automáticas para quem não cumprisse os PEC.
A moeda pode funcionar sem a loucura que é um estado Europeu, funcionou durante 10anos, o problema foi que os países inflacionistas tiveram acesso a taxas de juro que nunca teriam tido sem o Euro, as chamadas Eurobonds implicitas

Filipe Silva disse...

As taxas da Alemanha subiram e as dos países da periferia desceram.

Se a percepção do risco não tivesse baixado, como baixou investimentos que foram realizados nos países do sul, nunca o teriam sido, porque para taxas mais elevadas nunca teriam rentabilidade.

Hoje é notório este fenómeno em Portugal, com dezenas de investimentos realizados pelo Estado a terem custos cada vez maiores.

Se desde o início os investidores não tivessem contado com a solidariedade da Alemanha para com o resto da UE, nunca teríamos tido a bolha das dividas soberanas.

Resta falar da banca, o que acontece hoje de ser o contribuinte a salvar a banca é consequencia directa do principio da reserva fraccionária nos depósitos à vista e da existencia de um Banco Central, o sistema montado leva a que isto ocorra.
E também aos medo dos politicos da falência de bancos.

Para se perceber melhor o que se passa aconselho a ver/ler o professor Jesus Huerta de Soto explica as coisas de forma magistral.
Outro livro interessante e muito bom "a tragédia do Euro" phyllips Bagus

joserui disse...

Caro RB eu continuo a achar uma certa piada à tese da Alemanha culpada de todos os males da Europa... os reles governantes de Portugal e arredores, os socialistas como diz o Joaquim, os muitas vezes criminosos sem condenação, são para passar entre os pingos da chuva, sem se molhar... a culpa é da Alemanha... porque a Alemanha tem mais é que ter a tecnologia, a produção, o trabalho, mandar para cá dinheiro e calar... para os governantes roubarem e para o zé povo roubar... está certo... -- JRF

Fernanda Viegas disse...

Estou de acordo consigo José Rui. Uma coisa é estarmos com um pé atrás em relação às boas intenções da Alemanha, outra coisa é fazer dela o bode expiatório.Mas não há pachorra p´ra queles boches que até nos lixaram logo o primeiro jogo do europeu.

Ricciardi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricciardi disse...

eheeh
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Não JRF, eu aprecio muito os boches. A sério. Acho mesmo que eles fazem o que tem de fazer tendo em conta o seu bem estar.
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O problema é outro. Que já discorri tantas vezes sobre ele que já me começa a maçar.
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Mas resume-se a três dimensões básicas que decorrem do poder absoluto que dispõem na europa e qie propicia o asfixiamento dos outros.
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Para te dar um exemplo, quando a UE negocia com outros blocos economicos as tarifas aduaneiras, os alemães fazem-nos por nós e olham para os seus interesses.
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Os chineses baixam as tarifas para industria automovel europeia e em contrapartida a europa dispoe-se a baixar noutro produto que os chineses tem interesse em exportar.
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Como deves compreender os interesses industriais portugueses nunca são tidos em conta. A alemanha que tem 90 milhoes de pessoas negociem em nome de 300 milhoes. Ouro sobre azul. Nestas circusntancias nós temos mais vantagens em negociar a coisa sozinhos do que deixar entrar por aqui dentro tudo o quanto a alemanha (em representação da UE) negociou nos seus próprios interesses. Ou seja a alemanha garante a abertura para os seus produtos aos chineses, mas facilita a entrada de produtos estrageiros que não lhes interessa, mas que interessa a Portugal. Percebes?
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Adicionalmente, a alemanha impõem ao BCE politicas rigorosas que atentem apenas e exclusivamente a situação economica alemão. Se Portugal precisa de taxas mais baixas, mas a alemanha tem de controlar a sua inflação, o BCE faz a vontade à alemanha.
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Sem esquecer, nunca, o grande beneficio que o uso de uma moeda como o euro fornece à alemanha. De acordo com a pujança da sua economia o Marco estaria mais valorizado naturalmente, o que geraria um equilibrio.
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Assim está tudo ao contrario. Temos uma moeda de rico. Uma moeda que se traduz numa irrealidade atroz. E uma moeda deve reflectir o pulsar de cada economia.
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Rb

Vivendi disse...

Subscrevo totalmente o que o Filipe Silva escreveu. Todas as palavras. Essa é a verdade económica.

Vivendi disse...

Ricciardi,

Viver na inflação não cria riqueza pelo contrário perde-se. Os portugueses é que andam mal informados.

Ricciardi disse...

Qual inflação?
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Aonde é que eu falei em inflação?
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O pessoal vive num limbo etéreo.
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A cotação da moeda não pode, nem deve, ser manipulavel (excepto em condições mto especiais, como o caso das guerras ou catastrofes ou crises mto profundas).
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Deve apenas fluir de acordo com a economia. Se a economia é deficitária em termos de balança externa a cotação da moeda deve acompanhar esse movimento. Mais nada.
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Olhe, imagine que eu sou uma tribo e vc é outra. As únicas no mundo. Vc tem a peseta e eu o escudo. Trocamos bens e serviços. Vc quando me vende um bem recebe escudos; e eu quando lhe vendo recevo pesetas.
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Se vc me vender mais do que eu lhe vendo, fica com reservas em excesso de escudos. Com o tempo vai querer trocar esses escudos por pesetas. Mas eu que vendo menos que vc não as tenho em quantidade suficiente. Assim proponho-lhe epá vivendi a unica forma forma que tenho de lhe ficar com os escudos é vc passar a comprar mais bens aqui à minha tribo. Desse modo paga-me em escudos por troca dos bens que lhe forneço. Vc que não tem outra alternativa tem de aceitar comprar-me mais bens. Este movimento de divisas gera o equilibrio. A certa altura vc terá tantos escudos quanto eu tenho pesetas.
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De outra forma, se vc não se comprometer comigo a comprar-me bens a unica forma que eu tenho é dizer-lhe epá vivendi, desculpe lá, mas a coisa está preta e todos os escudos que v.exa. tem ai em reservas eu só lhe posso dar por eles o equivalente a 80% em pesetas. A formação da cotação das moedas, em suma. Só tenho 80 pesetas, por isso vc passa para cá os 100 escudos e eu dou-lhe as 80 pesetas. Fixei uma cotação. Apartir desse momento vc já interiorizou a ideia e já sabe que qualquer bem será transacionado numa relação de 1,2 na cotração das duas moedas.
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Mas isto não lhe resolve o problema de base. Quer dizer, eu tenho de conseguir vender-lhe mais bens. O ideal é equilibrar aquilo que lhe compro com aquilo que lhe vendo. E se não consegue isso por via da transação de bens, a cotaçã da moeda terá de reflectir essa realidade. O que quer dizer que, se eu tenho de lhe dar mais escudos pelas suas pesetas, vou ter de imprimir mais escudos para me manter.
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Daí que, todas as medida de batota cambial são ineficientes a medio-longo prazo, mas funcionam para resolver problemas prementes.
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Rb

Fernanda Viegas disse...

A Dª FMI está a alertar Espanha para a necessidade do aumento do IVA e baixa dos salários da função pública. Os doentes são diferentes, mas parece que os remédios são iguais para todos.Será que o Sr Rajoy ainda tem vontade de rir e ver futebol? É que se vamos ter tourada,lá, ela é com touros de morte.Valha-nos Cristo!

joserui disse...

Caro RB, continuo a dizer que o Euro em termos práticos continua forte relativamente ao dólar, já esteve bem mais, não foi isso que impediu a Alemanha de exportar milhares de milhões para os EUA (país que até tem um tipo de nacionalismo comercialmente chato para os de fora...).
O euro para Portugal pode ser um exagero, se calhar metade do valor era adequado... mas para a Alemanha, está ajustado, ou seria pouco mais se houvesse o marco... -- JRF

joserui disse...

Maria, que me interessa o futebol?... Nada!... Nem vi esse jogo, nem nenhum desse campeonato... vi foi que liquidaram uns 60.000 cães e gatos vadios para receber as estrelas da bola e demais broncos numa Ucrânia limpa... -- JRF

joserui disse...

Acho que decidi esta semana deixar de ter televisão... estou a pagar e não vemos... às crianças só prejudica... -- JRF

muja disse...

Faz V. muito bem JRF.

Fernanda Viegas disse...

Credo José Rui, não sabia dessa barbaridade. Nem tenho palavras. Isso é mesmo verdade?

essence disse...

Adicionalmente, a alemanha impõem ao BCE politicas rigorosas que atentem apenas e exclusivamente a situação economica alemão. Se Portugal precisa de taxas mais baixas, mas a alemanha tem de controlar a sua inflação, o BCE faz a vontade à alemanha.

Palavras suas Ricciardi...

Vivendi disse...

Aconselho a visualização deste vídeo.


http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/06/crisis-financiera-reforma-bancaria-y-el.html

Jesus Huerta de Soto, um dos melhores economistas ibérico. É extenso, mas é imprescindível a visualização para compreender o que se passa na crise do €.

Esta crise surgiu de uma expansão creditícia que alimentou gastos desmesurados, bolhas, e corrupção...

O € é uma moeda estável podendo ser associada ao padrão-ouro e a culpa da crise não está na moeda.

Agora o € não serve de prostituta para fazer as vontades aos vários países que ficaram com as calças na mão. É amante de todos mas o chulo é a Alemanha, é uma puta fina!


Bom fim-de-semana a todos.

Anónimo disse...

Deve ser Maria... envenenados a maior parte ao que consta... na Grécia foi o mesmo ou pior para os Olímpicos... de onde concluo que nem os cães, nem os gatos eram culpados da pouca vergonha que por lá se vive... -- JRF

Anónimo disse...

Caro Vivendi, chamo-lhe a atenção para o facto de chulo e puta fina serem uma contradição de termos, se bem que a escolha foi finíssima... ou é uma coisa ou é outra...
Talvez Portugal, Espanha et al, sejam as putas finas... só casacos de pele, champagne do melhor e diamantes... quem vier atrás que feche a porta... ora, eu, que não sei o que é uma puta na minha vida, vou andar a sustentar putedo dos outros?... não me está a parecer... -- JRF

Vivendi disse...

Caro JRF,

referia-me à Alemanha ser o chulo dessa puta fina chamada Euro e por isso não deixa tornar-se em uma prostituta barata... ;)

Ricciardi disse...

ehehehe

Vivendi ouvi o Huerta de Soto. É sempre um prazer ouvir gente bem disposta.
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Concordo em parte com ele. Resumindo, a solução do Huerta é imprimir moeda para dá-la aos bancos de forma que o rácio credito/depositos seja igual e pegar. Todos os activos subjacentes servirem de garantia para pagar a divida pública.
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Enfim, concordo com o rácio proposto. Acho que os bancos não devem poder fabricar moeda escritural.
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Mas não deixa de ser curioso que a única solução que ele tem seja imprimir moeda, isto vindo de um liberal austriaco.
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Ora parece-me que não é necessário tantas voltas para fazer a coisa mais directa. Imprimir moeda para pagar as dividas públicas, apagando-as, e fixar metas no tempo de desalavancagem para os bancos tendentes ao rácio proposto pelo Huerta. Adicionalmente, tornar obrigatório que a contratação de nova divida por parte de cada estado só possa ser efectuada por aprovação dos outros paises da zona que partilham a mesma moeda, o euro, em forma de eurobond, conscientes, portanto, dos riscos à priori e não como agora querem. Agora querem que os mais ricos se responsbilizem por medidas dos outros. Isto seria uma verdadeira união europeia.
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No entanto, discordo do Huerta em tudo o resto. O Euro não é boa moeda, nem foi, precisamente porque facilitou uma virtualidade crediticia assente em taxas de juros fantasiosas, bem como o facto de ter provido os estados aderentes de credito ilimitado, muito acima de qualquer racionalidade economica.
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Muito menos concordo com o padrão ouro que ele defende, pelos motivos que há tempos tive a oportunidade de lhe dizer. Mas que passam sobretudo pelo facto de eu achar que a cotação de uma moeda, deve fluir em ligação estreita com a sua competitividade externa. Se é deficitária a moeda desvaloriza porque saem mais dinheiro do que aquele que entra. E essa desvalorização cria equilibrio para o lado da oferta que facilita as exportações e diminui as importações levando a prazo a nova valorização da cotação.
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No fundo, o Huerta acha que este processo deve ser efectuado por processos que tem a ver com desvalorização dos custos de produção. Quer dizer, baixar salarios básicamente que é aquilo que se pode controlar nos custos. Eu acho que não, acho que esta prática não é sustentavel socialmente, muito menos suficiente para atender à geração de VALOR que é necessário para competir com os emergentes.
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Rb
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Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Caro Ricciardi,

Dado que o padrão-ouro determina a oferta monetária, não há muito espaço para o banco central utilizar políticas monetárias para estabilizar a economia.... Se há um padrão-ouro a amarrar a oferta monetária ao ouro, não há flexibilidade para o banco central reduzir as taxas de juros em uma recessão ou aumentá-las em uma inflação.

Em um ambiente onde o dinheiro é o ouro e ninguém tem a capacidade de sair a imprimir dinheiro de papel sem nenhum lastro, não há como haver oscilações econômicas — isto é, períodos de crescimento económico seguidos de recessão. (Vale notar que o ato de imprimir dinheiro desencadeia uma troca de nada — papel pintado criado por uma impressora — por alguma coisa, o que nada mais é do que uma fraude ou peculato).

O que importa não é a quantidade de dinheiro, mas sim seu poder de compra. Logo, havendo expansão na riqueza real, havendo um aumento na produção e um consequente aumento na oferta de bens e serviços — algo que depende exclusivamente da divisão do trabalho e da acumulação de capital, e que nada tem a ver com a quantidade de dinheiro na economia, o poder de compra da unidade monetária irá aumentar e todos os indivíduos terão acesso a mais riqueza.

Uma redução generalizada nos preços, algo que é erroneamente chamado de deflação ("deflação", por definição, é uma redução na quantidade de dinheiro na economia), faz com que mais indivíduos tenham acesso a um crescente conjunto de riqueza.

Não é minha autoria este raciocínio mas partes de um estudo académico de Frank Shostak.

Ricciardi disse...

Caro Vivendi, é fácil compreender de que a moeda-ouro só podia funcionar se TODOS os paises o usassem. Ora, isso parece-me uma miragem, uma utopia. Como é que vc comercializa com alguém que lhe paga com papel?
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Bom, ainda que fosse possivel obrigar todo o mundo a aderir ao padrão-ouro, há questões práticas que merecem ser esclarecidas e que o sr. Huerta, de forma um bocado demagogica nunca responde. Ele fala na Inflação que a impressão de moeda provoca. Pois bem, não vejo diferenças inflaccionistas entre os EUA e a UE. Não vejo que o Japão com o iene tenha inflação, pelo contrario. A deflação nipónica não gerou a tal riqueza de que falou.
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Imagine que todo o mundo aderia ao ouro-padrão. Melhor, imagine que as moedas para troca de bens era uma unica - uma moedinha de ouro - que se trocava directamente no comercio. Esta comoditie, além de ser usada para fins de utilidade estética e de investimento, passava a ser usada para o comercio real.
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Como a produção de ouro é limitada à quantidade que se consegue extrair da terra, a produção e venda de bens, bem como portanto, a procura, estaria sempre limitada à quantidade de ouro disponivel. E agora pergunto-lhe, o que é que produção de arroz pode ter que ver com a quantidade de ouro que se extrai. Uma comooditie nunca deve ser padrão de coisa alguma, excepto pelo seu valor intrinseco ou estético e de investimento que tem a ver com a raridade da mesma.
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Vc quer obrigar que a produção de bens, bem como a procura, seja dependente da produção de ouro. E isto está errado.
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Está errado por vários motivos. Além de tornar de um dia para o outro, e sem qualquer mérito, paises ultra ricos, que são aqueles que tem ouro nas suas terras, faz depender toda a economia das empresas de extração que gerem a seu bel prazer a quantidade de ouro que produzem. No fundo vc admite indirectamente, mas implicitamente, que as empresas extractoras funcionariam como uma espécie de bancos centrais. Com a agravante de que seriam privados na Africa do Sul a comandar o resto do mundo. Alegará que isso podia ser controlado pelas nações e que as empresas d extracção seriam nacionalizadas. Mas isso é o que já temos, os bancos centrais, que embora sejam privados, podem ser controlados pelos governantes.
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A competitividade de um país, que se mede pela sua capacidade em vender mais do que aquilo que compra ao estrangeiro, nada mudaria com a moeda-ouro. A alemanha continuaria a vender mais para Portugal do que Portugal para a Alemanha. Isto significava que saia mais ouro-moeda de Portugal do que aquele que entrava. Na prática os paises superavitários ficariam na mesma com reservas de ouro maiores e teriam de voltar a financiar os deficites dos outros. Não há outra forma. E este teriam na mesma de pagar as suas dividas àqueles.
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Mas eu agora pergunto-lhe, a que taxa de juro? num padrão-ouro, a que taxa de juro emprestaria a massa, isto é, o ouro-moeda? Se a nivel planetário não existe inflação, se o ouro é padrão, a que taxa de juro emprestaria vc o dinheiro?
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Bom, eu compreendo a ideia subjacente ao padrão-ouro e serve de modelo orientador, mas nunca para modelo prático.
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O modelo que devia ser usado, pense bem nisto, meu caro Vivendi, e que NINGUÉM defende, nem sabe, nem sonha defender, é que a produção de moeda seja exclusivamente indexada às vidas humanas produzidas. Esta comoditie (ehehe) se assim quiser chamar à Vida é o padrão de todos os padrões. Mais um ser humano gerado, mais uma moeda fabricada. Quer melhor padrão do este, e muito pouco provavel de ser manipulavel?
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Rb

zazie disse...

Não nascem moedas de ouro debaixo da terra.

Qualquer lingote de ouro, para poder ser trabalhado e manipulado, é sempre uma liga de outros metais.

E, mesmo em ourivesaria, precisa de ser ratificado pela contrastaria, de acordo com os kilates em norma nesse país.

Quando os anarquistas vêm com esta conversa, nunca referem o detalhe. E inventam a sacralidade de uma moeda por decreto.

Claro que esses defendem o padrão ouro mas para outra coisa- para se acabar com os bancos centrais e entregar o ouro directamente ao bandido.

O que eles querem é voltar ao dinheiro a ser produzido pelos banqueiros.

essence disse...
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Vivendi disse...

São Tomás de Aquino, afirmou que "o propósito do dinheiro é servir à sociedade e facilitar a troca de bens necessária à condução da vida.

A história de como os Bancos Privados se tornaram poderosos.

Um interessante vídeo de 1996 e bastante atual.

http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/02/os-mestres-do-dinheiro.html

Anónimo disse...

Quem gasta mais do que produz com um cartão de crédito ilimitado provoca a ruína daqueles sobre que tem o poder.
É o que acontece a um sistema político
onde os políticos têm poder total sobre a finança e economia.
O sistema é por natureza corrupto, isto é os políticos têm esse poder por cada cidadão está à espera que o político tire a B para lhe dar a si.
E se não for a B vai-se ao mercado vender dívida.
Ao fim de algum tempo a imoralidade da coisa leva à autodestruição.

lucklucky

zazie disse...

Claro que gasta. Porque lhe oferecem precisamente para gastar mais do que produz.

Se não fosse para isso, nem existiam cartões de crédito.

Já nem há pobres a viverem com o que produzem- isso é coisa pré-histórica- agora o que importa é viver-se da dívida.

A prosperidade mede-se em dívida- a começar pela dos países.

Anónimo disse...

Zazie já dizia o JR da série Dallas... Quanto mais falidos estavam os Ewing, mais gastavam para dar arzinho de prosperidade... -- JRF