09 junho 2012

aquiescentes

Os portugueses são aquiescentes? O NYT afirma que sim, neste artigo. O JN, citando o NYT, preferiu falar de complacência, diz que somos complacentes. Ora vamos lá a ver se somos estas coisas:

aquiescer
verbo transitivo e intransitivo
dar consentimento (a)consentircondescender (Do latim acquiescĕre, «consentir»)
complacente
adjetivo de 2 géneros
1.que tem ou usa de complacênciabenévolo
2.obsequioso (Do latim complacente-, particípio presente de complacēre, «agradar»)
Em termos médicos, complacente ainda se refere ao hímen que não rompe com o coito (digo eu) e em calão complacente é "estar de pernas abertas".
Na minha humilde opinião, os portugueses não são aquiescentes nem complacentes. São ronhas:
ronha [o]
nome feminino
1.espécie de sarna que ataca alguns animais
2.popular malíciamanhaastúcia (Do latim vulgar *ronĕa-, alteração de aranĕa-, «herpes; impigem; sarna»?)
Somos manhosos e astutos. Vão chamar complacentes às vossas mães.

10 comentários:

Lionheart disse...

O governo tenta vender a imagem de Portugal como sendo um pais paciente, por contraponto `a Grecia, mas nao sei se isso tem o efeito que se pretende. Por um lado somos valorizados por nao darmos muito trabalho, mas por outro causa muita estranheza a falta de indignacao. Os outros nao veem isso como sendo paciencia, mas sim acomodamento e inacao. Um povo com fama de parado nao e' atractivo para quem quer investir. Entao para a cultura americana que tem uma historia de participacao civica por vezes turbulenta, faz-lhes muita confusao. Por isso nao creio que estejamos a usar o melhor "cartao" de visita.

No entanto, a paciencia dos portugueses tem a sua logica. Os portugueses pensam que o pouco que possuem se deve `a Europa e se esta quer austeridade o povo obedece. Em mais nenhum pais a "troika" tem um papel tao importante quanto aqui, por causa da fraqueza das nossas instituicoes. Sem a "troika" jamais o governo se atreveria a fazer metade do que tem feito. E isso nao abona em nosso favor. O povo nao quer ficar sem o "guarda-chuva" europeu porque senao fica entregue `a bicharada "tuga", em que mandaria mais quem falasse mais alto e causasse mais instabilidade, como ainda nao ha muito tempo. Por isso para o povo para pior basta assim e vai-se entretendo com as promocoes e com a bola.

CCz disse...

Recordar história sobre a ida do imperador Adriano às termas e a conversa que teve com um veterano pobre sem dinheiro para comprar um escravo

lusitânea disse...

Cá por mim o pessoal anda é a fazer de corno manso...

Anónimo disse...

Os Portugueses protestam emigrando.

lucklucky

Ricciardi disse...

Isso Lucky. O portugues não tem jeito, nem paciencia para esperar recuperações que nunca acontecem nem acontecerão. Mal passemos esta provação ganhará outro partido e o regabofe vai continuar.
.
E com razão, o portugues sente, mesmo sem perceber de finanças, que o futuro não está a ser preparado sustentadamente. Mal passemos esta provação os problemas serão os mesmos. Todos falam em reformas estruturais, mas ninguém sabe reformar. Aquilo que não depende do mérito do governo foi efectuado - aumentar impostos, reduzir salários. O que depende do mérito de gestão nunca será feito.
.
Rb

manel z disse...

Joaquim,

Fale por si.

Bmonteiro disse...

“O quinto império”
... nós somos púnicos, parecemo-nos comos mercenários de Amílcar e todos esses matreiros do mediterrâneo. Nós somos girinos...
Em português, as palavras são um simples meio de simpatia, ou o seu contrário. As pessoas perdem assim horas em conversas inúteis, só com o fim de garantir a sua estima recíproca (*)
Dominique de Roux (1977, Paris)
* O PM, com o MDN, ainda há dias deram posse a uma comissão de 27 sábios: rever o Conceito Estratégico de Defesa Nacional.
A bem do Regime.

marina disse...

bem , haja alguém que se chateie e defenda os portugueses. ainda que manhosos não é lá grande defesa :)
e , peço desculpa , mas concordo com Lusitanêa. traídos vezes sem conta , nas lonas , e nada , nada de nada. nem sequer votar em branco , um protesto dentro do sistema.

zazie disse...

Anomia de uns e função pública ou encosto de outros.

Em Portugal existem grupos completamente estanques de pessoas com as mesmíssimas capacidades, habilitações até superiores de uns e experiência profissional incomparável

Os que a têm superior e não estão na função pública, podem ter vida absolutamente miserável- e conheço vários casos.

Os outros ainda vivem no doce engano em que os habituaram desde que a urna e o saque partidário passou a ser lei.

zazie disse...

Digo completamente estanques porque nem se conhecem.

Acho que são estrangeiros uns para os outros.

E isso é diferente do que se passa nos outros países e nada tem a ver com classe social.

É um fenómeno lixado. Até no trato a coisa assume as raias classistas.

Aqui há tempo assisti a um caso desses- as doutoras eram as "nutricionistas" oficiosas; a rapariga era a da higiene- rapariga a recibos verdes, com curso superior em matemática, média de 15 valores e a fazer mestrado.