22 maio 2012

welcome to the multiverse

The latest developments in cosmology point toward the possibility that our universe is merely one of billions.

19 comentários:

muja disse...

Em boa verdade, os desenvolvimentos não "apontam" para a possibilidade do multiverso. O mais correcto é dizer que entretêm essa possibilidade. E isto tem mais a ver com certas particularidades teóricas da teoria de cordas, e um determinado conjunto de parâmetros cujos valores, se correctos e aplicados à teoria, podem explicar o universo conhecido. Mas há vários conjuntos de parâmetros que fazem a teoria produzir resultados coerentes, ainda que desajustados do universo conhecido, daí se entreter a possibilidade de servirem para "outros" universos.

Mas é tudo muito especulativo porque a teoria de cordas, embora prometedora ainda necessita de uma base experimental e empírica concreta, que não existe. Sobretudo quando comparada com as teorias dominantes da cosmologia e com a mecânica quântica. Com as quais não é incompatível, note-se. Antes pelo contrário.

Mas, por definição, é extremamente difícil conceber experiências para validar a teoria de cordas, e pode muito bem estar para além das nossas capacidades tecnológicas durante muitos anos...

zazie disse...

O Stephen Hawking diz que é ficção.

Lionheart disse...

Nós estamos para a teoria do todo, como os gregos antigos estavam para a astronomia, ou para a física. Não temos tecnologia para provar nada. Os gregos imaginaram o átomo, a evolução das espécies, o universo infinito e com mundos para além do nosso, o Big Bang, etc. Tudo sem recurso a tecnologia, apenas com pensamento e dedução. Imagine-se o que seria aquela gente com a tecnologia actual. Génios

Ricciardi disse...

É uma especie de bolhinhas da banheira. De uma banheira num universo de banheiras paralelas. Dentro de uma casa de banho numa chusma de casas de banho perpendiculares a imensas casas em filinha organizadas em condominios sobrepostos.Condominios esses paralelos a milhentos condominios de uma determinada regiao paralela a diversas regioes agrupadas finalmente por um Deus de entre varios outros deuses que formam um olimpo de entre milhoes de outros olimpos que EU criei ha uns milhoes de anos luz quando decidi separar-me dos meus irmaos para ficar com esta centesima parte do universo em heranca.
RB

muja disse...

Pois eu não sei se seriam os Gregos da altura génios, ou se não haverá é agora mais burros...

Mas há especulações interessantes que se podem fazer. Eu penso muitas vezes, por exemplo, no que seria diferente se os romanos tivessem conhecimento do sistema numérico árabe. A complexidade dos cálculos aritméticos que eles poderiam fazer aumentava exponencialmente. O que, para mestres da engenharia como eles, seria extremamente significativo.

Mas a teoria de cordas é interessantíssima (bom, para quem se interessa por essas coisas, suponho). É a única solução apresentada para o enigma da mecânica quântica e, mesmo que errada, estou convencido que poderá ser uma inspiração importante para outras soluções. Ou, pelo menos, permitirá uma imagem mais clara dos desafios que necessitam de resolução. E isso já uma boa parte de caminho andado.

Lionheart disse...

A teoria das cordas pressupõe um entendimento para uma realidade que alguns entendem estar para além da compreensão humana. Ou pelo menos para além do que podemos aceitar. Um pouco como a noção do sistema solar heliocêntrico foi uma ideia que custou a assentar, devido a crenças religiosas. Hoje em dia não serão crenças religiosas o obstáculo mas, sei lá, a dificuldade de compreensão do que será uma realidade com mais dimensões. É um desafio para a nossa imaginação, mas foi essa capacidade de imaginar que fez com que os gregos, mesmo com meios muitos escassos, tivessem tido tanto entendimento para aquela época.

Ricciardi disse...

Muja, eu, enfim, apesar de gostar de lersobre o assunto, fico sempre na minha. Quer dizer, se o Tempo foi criado quando se deu a Big Coisa, entao que sentido faz falar em Antes da Big Coisa. Ah? Se nao havia Tempo e se o tempo só iniciou funcoes aquando da criacao da materia, entao nao ha Antes, porque Antes é uma referencia temporal, mas o tempo nao existia. ANTES do Tempo ser criado existia uma Coisa que era. ERA apenas e simplesmente. EU sou aquele que sempre FOI.
RB

muja disse...

Rb,

pois tem V. muita razão. Realmente não faz sentido falar em "antes" do começo do Universo se se considerar que o tempo começou com o Universo.

Mas, uma das versões da teoria inflacionária do Universo pretende que este se expande e contrai ciclicamente. Neste caso particular, o problema reside no momento zero de contracção, em que todo o Universo estaria/estará contraído num ponto de densidade infinita e espaço zero. Não sei ao certo como é que tempo encaixa nesta situação, mas é provável que, sendo considerada uma singularidade (como o interior dos buraco negros), os físicos pura e simplesmente considerem o tempo parado ou impossível de se medir seja de que forma for.

Por outro lado, a teoria das cordas também oferece uma solução para este problema. No fundo, a base da teoria das cordas é que não existem pontos i.e. entidades com zero dimensões. Logo, num hipotético big bang, o Universo não estaria concentrado num ponto com densidade infinita, mas sim numa "corda", que é uma estrutura uni-dimensional e, portanto, haveria uma densidade máxima.

Mas sem dúvida que o tempo é ainda dos maiores mistérios da ciência. Eu diria mesmo que, justamente com a "consciência", são os maiores e menos atacados mistérios da Natureza. Embora a parte do menos atacados esteja a mudar, particularmente no problema da "consciência".

muja disse...

Lionheart,

talvez esteja mesmo para além da nossa compreensão. Mas até o chegar a essa conclusão seria uma grande vitória! Conhecer os nossos limites é o primeiro e necessário passo para os quebrar! ;)

Por outro lado, há quem argumente que estamos a chegar a um momento em que a própria tecnologia começará a escapar à nossa compreensão. É complicado de definir isto, mas eu compreendo e até certo ponto partilho esta intuição.

É perfeitamente possível, hoje em dia, resolver um problema - ou melhor, encontrar uma solução para um problema - sem a compreender! (sem compreender o problema é que acho que ainda se não faz...). Eu sei, porque sou capaz de o fazer.

tric disse...

qual Multiverse !!?? O Universo é que é formado por Sub-Verses ( as bolinhas de sabão da figura...) e o somatório desses Sub-Verses vai dar o Universo...e o sub-Verse aonde se encontra a Terra é o nucleo dos Sub-Verses, ou seja, o Sub-Verse aonde se encontra a Terra é o centro do Universo...ainda não tenho as ferramentas matemáticas e fisicas para provar esta teoria, talvez daqui a 3000 mil anos...mas chego lá...
.
a primeira frase dessa noticia diz tudo ao que vêm...a Teologia do Multi-Verse...os portugueses já demonstraram a existencia desses sub-verse,à escala planeta Terra, e ao demonstrarem apenas criaram um novo uni-verse...

AF disse...

Ok, para os que "gostam" destas coisas, e ainda para aqueles que ainda não sabem se gostam ou não:

http://www.youtube.com/playlist?list=PL15E513A0EE08E902&feature=plcp

(The Elegant Universe)

Quanto à questão do tempo trazida pelos vários comentadores ... bem, eu já me sentia feliz se conseguisse entender, na verdadeira acepção do termo, a teoria da relatividade. (não a matemática da coisa, apenas os princípios). Essa coisa de usarmos quatro dimensões como referencial é um bocado puxada :)

E já agora, uma outra coisa que sempre me deixou a cabeça a andar à roda: a história da dualidade onda-partícula da luz. Parece que houve uns tipos que conseguiram realizar a "experiência das duas fendas" e chegar a novos resultados.

http://arstechnica.com/science/2012/05/disentangling-the-wave-particle-duality-in-the-double-slit-experiment/

(raisparta o Heisenberg!) :D

muja disse...

A teoria da relatividade restrita é relativamente simples de entender (a geral já tem bem mais que se lhe diga):

Sem entrar em grandes pormenores, imagine dois objectos; bala e comboio

O comboio viaja à velocidade vc em relação à terra. Alguém dispara a bala com uma velocidade vb.
Segundo a mecânica newtoniana, a velocidade da bala em relação à terra é vc + va. Ou seja, a velocidade da bala para alguém que esteja a ver passar o comboio é a velocidade da bala em relação ao comboio mais a velocidade do comboio.

Só que descobriu-se que, se em vez de se disparar uma bala, se disparasse um raio de luz, a velocidade da luz era constante. Ou seja, esteja alguém onde estiver, se medir a velocidade da luz (no vácuo), vai obter sempre o mesmo resultado!

Portanto, a experiência demonstrou inequívocamente que a teoria de Newton não podia estar certa. A luz não se mexia, digamos assim. É absoluta. Ora o que era tido como absoluto para Newton era o espaço e o tempo.

Eistein chegou à conclusão que se a velocidade se calcula dividindo a distância pelo tempo, e o resultado é sempre o mesmo, independentemente dos valores que se dêem à expressão, então são os valores que têm que ser relativos, porque o resultado é absoluto (a experiência implacavelmente o comprova).
Ou seja, o espaço e o tempo contraem-se ou distendem-se em relação ao observador. Uma régua que pareça ter um metro para alguém que viaje com ela à velocidade da luz, teria um comprimento diferente para alguém parado! O mesmo se passa com o tempo.

O Elegant Universe é muito interessante, recomendo a leitura do livro a quem se interessar por coisas semelhantes!

Anónimo disse...

A hipótese do multiverso não precisa da teoria das cordas para nada. Está ligada à hipótese da inflação cósmica.
Podem ler alguma sobre isso aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Inflation_%28cosmology%29

Dá uma ajuda a ultrapassar a perplexidade causada pelo principio antropico.
De qualquer forma não tem ainda comprovação cientifica.

leopardo

AF disse...

Obrigado pelo excelente resumo, mujahedin ;)

O meu problema é tentar "visualizar" o espaço-tempo... tentar visualizar o tempo como mais uma dimensão ... mas pronto, é falha minha, de certeza :)

Agora, pra quem quiser um resumo mais ligeirinho, aqui vai:

http://www.youtube.com/watch?v=buqtdpuZxvk

(Galaxy song - Monthy Python)

muja disse...

AF,

eu o que faço é tentar imaginar a sequência do objecto ao longo do tempo. Como se estivessem sempre a tirar-lhe fotografias periodicamente.

Talvez <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Light_cone>isto</a> consiga ajudar.

muja disse...

saiu mal o link.

Light cone

AF disse...

mujahedin,

Obrigado mais uma vez :)

Agora, isso é muito bonito, porque representa o espaço como bidimensional. O tempo é o y (ou z). É uma simplificação. Descrever isso com um espaço tridimensional é o caraças (para mim).

Mas eu percebo que coisas com mais do que três dimensões são pra ser descritas matematicamente, e não pra ser visualizadas :) E é aí que a porca torce o rabo: é que eu sou muito pouco dotado matematicamente, e tendo sempre a querer "ver" as coisas mentalmente.

muja disse...

Bom, o análogo a três dimensões seria uma esfera aparecer, crescer, encolher e desaparecer novamente.

Se um referencial 3d representa o espaço, imagine esse referencial a passar pelo tempo. Todos nós viajamos no tempo. Só que é sempre para a frente!

Quando V. faz uma retrospectiva da sua vida, está, no fundo, a imaginar o percurso do objecto que o seu corpo é, com três dimensões, através da dimensão temporal!

A dificuldade em visualizar o tempo como dimensão está talvez associada à intuição de o imaginar como dimensão análoga às espaciais, que nascemos equipados para percepcionar.

Mas uma dimensão é apenas um grau de liberdade de movimento. Mesmo que V. fique parado a vida toda no mesmo sítio, não terá dúvidas que alguma coisa muda ao longo do tempo! V. está a deslocar-se no tempo!

Curiosamente, nós tendemos a inverter a maneira como falamos do tempo. Se formos de comboio, por exemplo, dizemos que passámos pelo sítio x. Mas em relação ao tempo, dizemos que ele é que passa por nós! :)

Como vê, é natural ter alguma dificuldade em percepcionar mais dimensões que as três espaciais, como espaciais. Mas nós percepcionamos a dimensão temporal perfeitamente, só que de outra maneira...

AF disse...

Bem, pra fechar, e voltando ao tema original do post, aqui vai, pelo mesmo Brian Greene:

http://www.youtube.com/watch?v=UKis-Es33Pw&feature=BFa&list=ULDpxxUs3Fq9o

(Fabric of the Cosmos - Universe or Multiverse?)

Atenção que esse é o último de uma série de 4 programas, apesar de ser o que trata directamente do tema em questão. Os anteriores são igualmente interessantes e, curiosamente, "ilustram" a maior parte dos conceitos que o caro mujahedin nos tem deixado aqui nos comentários. São quatro horas bem passadas ... do vosso tempo. Do meu, foram de certeza, mas como isto do tempo e do espaço é tudo relativo... ;)