24 maio 2012

troika dixit

Há hospitais a mais e gasta-se demasiado em cuidados continuados.

Porque é que os portugueses ligam tanto às opiniões dos estrangeiros e nada às dos portugueses, como aqui tem sido sublinhado pelo PA.
Será porque são os "maridos das outras"? Gostaria de propor uma explicação alternativa que me ocorreu quando li a notícia que linkei.
Toda a gente sabe que há camas hospitalares a mais e que alguns hospitais deviam fechar, mas ninguém quer ferir susceptibilidades. É como se fossemos uma família e ninguém quer chatear os familiares e amigos. Agora quando os estrangeiros vêm dizer o mesmo, a coisa muda de figura. É a troika que quer fechar hospitais. Não é o Dr. Paulo Macedo, nem o Dr. Passos Coelho, nem o Dr. Miguel Relvas... estas pessoas não têm de ficar com o ónus dessas decisões.
O apreço pelas opiniões dos estrangeiros pode, portanto, ser também uma espécie de concretização de algo local, mas que é convenientemente transferido para fora. Nalguns casos, estou convencido de que é isto que se passa.

16 comentários:

email disse...

Entramos, finalmente, naquela situação aonde os juros da divida afundam o país. O Saldo Primário é positivo e os Juros fazem o défice. O sô PPC não está preocupado com isto. Ele hoje disse que não era preciso as Eurobonds. Fiquei estarrecido, sinceramente. Independetemente do mérito da coisa, é claro que as Eurobonds baixariam os juros fortemente e portanto, para Portugal, seria uma excelente solução.
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Fiquei, pois, confuso, teremos nós um primeiro ministro de PORTUGAL ou de uma ideologia? teremos um lambe cus na governação ou um homem que defende apenas e exclisivamente os interesses nacionais?
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Corte algum seria necessário na saúde se os juros fossem 1/3 dos actuais.
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Não percebo isto. Configura um crime de Traição à Patria. Aos interesses da pátria. Era umas vergastadas nas costas.
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Rb

email disse...

Hoje, deixei de achar que PPC é bem intencionado.
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Rua.
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Rb

joserui disse...

O PPC é mais um fantoche (Porta da Loja)... e reles... e pobre de quem pensa que isto vai lá sem violência... -- JRF

Anónimo disse...

por alguma razão os romanos tinham o juiz de fora

quem é de fora, fala com mais independencia, sem interesses, mas com mais distanciamento e objetividade.

Já por isso em tempos se obrigavam os juizes a irem mudando de terra.

Isto é assim em todas as culturas

Camilo

André Miguel disse...

Todos os portugueses deviam ser obrigados por lei a passar uma temporada no estrangeiro. Isto de só ter um vizinho também não ajuda nada.

Zephyrus disse...

Digam também que há universidades a mais, e politécnicos, escolas de saúde, etc. Sim, há e não é pouco.

E também há escolas a mais, especialmente de ensino básico.

Se um novo Marquês organizasse o mapa do Superior, do Básico e do Secundário o Estado poderia poupar muitos milhões de euros.

BDA disse...

Há uns anos toda a terriola queria ter um hospital.
Tiveram-nos.
Ninguém lhes disse que o importante mesmo era organizar e assegurar serviços de saúde.
Hoje, temos de abdicar dos serviços de saúde para pagar os hospitais que vão fechar.

Miguel disse...

Acho que tanto o PA como o Joaquim têm razão, mas o PA tem mais razão do que o Joaquim. O ónus só é transferido para fora porque estão sempre a olhar para fora. Não assumem o ónus porque também não assumem as ideias a menos que tenham a chancela do "estrangeiro". Parece-me que ninguém quer fechar os hospitais, mesmo que estejam às moscas, a menos que a troika obrigue.
Miguel

Miguel disse...

Os portugueses não olham para os hospitais de forma abstracta. Olham para os hospitais e pensam no que se passa lá dentro: os médicos, os enfermeiros e os doentes. Mesmo que não esteja lá ninguém. O mesmo se aplica a qualquer outro equipamento. Assim é muito difícil restruturar. Faz sempre tudo muita falta, mesmo o que já não faz falta nenhuma.

Anónimo disse...

Iniciou-se o caminho descendente de uma ilusão chamada ppc, venha próxima ilusão até chegarem os olhos azuis.

sampy disse...

Talvez o Pedro Arroja queira dar, sobre este tema, mais um contributo, fazendo uma comparação com a Igreja Católica e a forma como ela dispõe dos seus membros investidos de autoridade.

Penso que a norma é a colocação de padres (ou bispos) em zonas afastadas daquela que é a sua naturalidade. O princípio costuma ser "santos da casa não fazem milagres", ou "ninguém é profeta na sua terra".

A Igreja prefere, pois, que cada paróquia ou diocese seja governada por um estrangeiro; embora, de tempos a tempos, faça a vontade aos fiéis e opte pela prata da casa.

(É que os fiéis ambicionam sempre ter uma palavra sobre a escolha do seu pároco ou do seu bispo; mas a sua escolha é sempre limitada porque se reduz ao universo dos que conhecem; e isso pode impedir de se encontrar a pessoa mais adequada...)

Zephyrus disse...

Em Portugal a colocação dos professores de Educação Fisica pelas autarquias deu bandalheira. Tenho um amigo com média de curso 16 da Faculdade de Desporto da UP que nunca teve emprego numa escola. Mas está num dos melhores ginásios do Porto. Ele lá se lamenta que não tem cunha numa autarquia...

Zephyrus disse...

Por isso o comentário 11 chama a atenção para um facto importante. O poder local não entende o conceito de bem comum e prefere beneficiar sempre os seus. É o que faz, por exemplo, Alberto João Jardim. Por isso em Portugal a descentralização nunca funcionará. E as provas estão à vista. O Ordenamento regulado pelas autarquias não funciona. As universidades não funcionam, como deveriam. Dar poder às regiões e ao poder local só poderá acabar em desgraça.

Cfe disse...

Discordo de que PPC esteja errado na defesa e alinhamento as ideias alemãs.

Uma vez que já existe uma Grécia, afoita e atolada num lamaçal, que lidera os protestos de abrandamento das políticas fiscais, para servir de teste ao que acontece a quem se atreve a erguer a cabeça, de que serve protestar em público e desdizer de quem paga as contas?

Todo mundo diz que a Grécia está em perigo de sair do euro e Portugal vai abraçar a causa de justamente quem não tem nada a oferecer? Se houvesse coro português ao desastre grego nos protestos, em vez de um seriam dois países que estariam sendo apontados como casos perdidos e certamente a maior parte dos que agora reclamam diriam que seria melhor PPC estar quieto

Quem paga as contas da UE é a Alemanha e nada indica que havendo eurobonds esta não seja a principal financiadora destes papéis.

A posição de Portugal revela muita cautela e perspicácia política. Isso da confiança demora-se muito tempo a ganhar e um nada a perder.

PPC está a ser muito mais português do que parece, está a imitar o comportamento de sempre de quem administrou o império português.

Anónimo disse...

"gasta-se demasiado em cuidados continuados."

Em critérios estritamente economicistas, a eutanásia fica mais barato.
E deixar morrer os doentes sem qualquer assistència médica também.
e resto, a aprtir dos 50 anos, os dontes só dão despesa.

Anónimo disse...

"gasta-se demasiado em cuidados continuados."

Em critérios estritamente economicistas, a eutanásia fica mais barato.
E deixar morrer os doentes sem qualquer assistència médica também.
e resto, a aprtir dos 50 anos, os dontes só dão despesa.