Quando eu era adolescente, raramente se falava de cancro. Porém, quando se apontava uma pessoa como tendo cancro, era certo e sabido que ela iria morrer do cancro. Era como uma profecia que inexoravelmente se cumpria.
Agora é diferente. Sabe-se que uma pessoa tem cancro, às vezes ela até aparece nas páginas das revistas sociais, sem cabelo, algo desfigurada e triste. Estou a pensar na Fernanda Serrano. Passado algum tempo, ela aí está de novo nas páginas sociais, bela outra vez, a fazer anúncios para o BES.
As coisas mudaram, e a minha questão é saber se mudaram para melhor. Eu já fui levado a pensar que, se algum dia tiver um cancro, eu quero ter um destes cancros modernos, nada de cancros antigos, porque esses matavam sempre.
Ou será que os cancros modernos não são, afinal, cancros coisa nenhuma?
9 comentários:
Já ouvi dizer de muitos médicos que os piores doentes são os engenheiros, porque questionam tudo. Estou a ver que só dizem isso porque ainda não lhes calhou na fava o Pedro Arroja :)
Não sei muito da sua vida pessoal, mas imagino que a sua opinião seja largamente influenciada pelas suas experiências. No meu caso tenho uma pessoa muito próxima que foi salva por cirurgia seguida de quimioterapia, e por isso nunca conseguiria dizer que os tratamentos não servem para nada. Em alguma coisa a medicina há de ter melhorado no tratamento do cancro.
Quanto ao aumento do número de casos de cancro, é perfeitamente natural, dado o grande salto que demos na esperança média de vida. Há mais gente a chegar à idade de ter cancro, e de alguma coisa temos que morrer.
Quem acha que mijar de alto e' dar uma grande martelada deveria abster-se de escrever sobre estes assuntos.
Quem acha que mijar de alto e' dar uma grande martelada deveria abster-se de escrever sobre estes assuntos.
Essas coisas não se dizem nem a brincar, quanto mais não seja por respeito para com as pessoas que morrem de cancro em condições por vezes agonizantes. Que tirada tão infeliz.
não creio que o PA eseja a gozar com doentes nem com o seu sofrimnto.
todos estes assuntos devem ser questionados e discutidos tendo presnte que a saúde é o negócio do século e que é precisamente com o medo e respeito reverencial que os mercadores contam para actuar como lhes dê maior lucro. controlam os corpos com a "doença" tal e como a Igreja controlava os espíritos com os "pecados" , só que a confissão e a penitência eram de borla e não tinham por aí al´m efeitos secundários mas os check ups e os exames e patati são a pagar e muitas vezes estragam o que estava perfeito.
Eu gostaria de perguntar ao FV que certeza tem de que o seu familiar tenha sido salvo pela cirurgia seguida da quimioterapia. O inverso também se verifica. Não há verdades absolutas em nada e no mundo em que vivemos, onde como diz e muito bem a Marina, a saúde é o negócio nº1, há que questionar. Isso não é ofensivo para ninguém!
Fernanda,
obviamente que não posso ter a certeza absoluta. Da mesma forma que não tenho a certeza que você é uma pessoa real.
Mas quando há sintomas físicos fortes, a taxa de mortalidade sem intervenção cirúrgica é próxima de 100% num curto espaço de tempo. Com tratamento há alguma esperança (que varia conforme o tipo de cancro obviamente).
Há muitos tipos de cancro em que existe uma correlação grande entre tratamento e esperança de vida. (Principalmente antes dos 60 anos)
FV deixe-me brincar um bocadinho. Estamos a comunicar através de um meio virtual, mas eu sou uma pessoa real assim como o FV também é uma pessoa real.A melhor prova disso é a pergunta que lhe fiz e que tem a ver com a realidade, a minha própria realidade.Fui operada, mas tenho muitas restrições quanto à quimio e procuro obter o máximo de informação através das experiências dos outros.
Faz muito bem em procurar toda a informação disponível, embora alguns médicos não gostem muito disso :). Os resultados dependem de caso para caso, e até poderá ser verdade que no seu caso não valha a pena fazer quimio, só não se pode cair no extremismo de que é tudo banha da cobra. O tratamento do cancro não é tão indiferente como o PA quer fazer parecer.
E olhe que das melhores fontes de informação ainda são os médicos (a famosa 2ª opinião), que lidam com o assunto diariamente. Principalmente se for familiar ou amigo, que não a vai querer enganar.
A quimio também já não é o que era dantes, é cada vez menos agressiva (apesar de ainda não ser nenhum passeio, mas há de chegar o dia).
De resto que tudo corra bem.
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