A comunidade humana que se junta num avião, num navio, no bloco operatório de um hospital, ou num batalhão de infantaria, não se governa democraticamente. Governa-se de forma autoritária, através da autoridade suprema e absoluta de um homem.
Não existe um regime político que seja intemporal e universalmente válido para governar uma comunidade humana, e a democracia também não é esse regime. O regime político adequado a cada comunidade humana depende da sua cultura ou tradição e das circunstâncias do tempo e do lugar.
Aquilo que se pode afirmar com certeza é que numa comunidade que esteja sujeita a circunstâncias extremas, como aquelas que referi acima, o regime de governação mais adequado é o regime autoritário, tal como definido acima também.
Neste regime, as decisões importantes são tomadas por um homem que é normalmente o mais experiente e o mais sabedor para lidar com situações extremas, que são aquelas que, no limite, põem em risco a vida humana. E isto é assim porque este homem é o mais habilitado para chegar rapidamente à verdade da situação e lidar adequadamente com ela. A decisão democrática da comunidade demoraria muito tempo a chegar lá, se é que alguma vez chegaria.
É possível imaginar uma família de sete filhos a ser governada democraticamente quando os tempos são bons, e as decisões acerca da afectação do orçamento semanal da familia às compras no supermercado a serem tomadas por maioria. O cabaz de compras que nessa semana a família traz do supermercado provavelmente incluirá muitos chocolates, brinquedos, pilhas, mas pouco pão, manteiga, carne, leite e peixe. Os pais, porém, poderão ir por trás com um orçamento suplementar e adquirir estes bens essenciais.
Mas passa a ser óbvio que em tempos de aperto se acaba a democracia, e aquilo que será comprado ao Sábado no supermercado será decidido unilateralmente pela mãe, pelo pai, ou pelos dois. Por isso, uma comunidade como a família que sempre esteve sujeita, e continuará sempre sujeita, a situações in extremis como a situação de pobreza, o melhor que tem a fazer é governar-se de forma autoritária. A forma democrática de governo só é possível em pequenos interlúdios de tempo excepcionalmente bons.
A Igreja Católica é outra comunidade que tradicionalmente se governa de forma autoritária. A história está aí para demonstrar que não foram raras as ocasiões em que ela esteve sujeita a situações extremas. Mas não apenas isso. Eu estou muito persuadido que a Igreja Católica é a comunidade humana mais difícil de governar que existe, ou já existiu, no mundo. A razão é que a Igreja é uma comunidade que procura conciliar todos os opostos. Governar a Igreja Católica há-de ser o mais extraordinário exercício de governação. É bem provável que o Papa e os seus colaboradores se levantem cada dia a pensar se será nesse dia que a Igreja vai ruir, para se deitarem à noite com o conforto de que, afinal, não foi ainda nesse dia que ela ruiu.
Na Europa e na Zona Euro, a Grécia é a comunidade humana mais próxima de uma situação in extremis. Portugal está logo a seguir.
Não existe um regime político que seja intemporal e universalmente válido para governar uma comunidade humana, e a democracia também não é esse regime. O regime político adequado a cada comunidade humana depende da sua cultura ou tradição e das circunstâncias do tempo e do lugar.
Aquilo que se pode afirmar com certeza é que numa comunidade que esteja sujeita a circunstâncias extremas, como aquelas que referi acima, o regime de governação mais adequado é o regime autoritário, tal como definido acima também.
Neste regime, as decisões importantes são tomadas por um homem que é normalmente o mais experiente e o mais sabedor para lidar com situações extremas, que são aquelas que, no limite, põem em risco a vida humana. E isto é assim porque este homem é o mais habilitado para chegar rapidamente à verdade da situação e lidar adequadamente com ela. A decisão democrática da comunidade demoraria muito tempo a chegar lá, se é que alguma vez chegaria.
É possível imaginar uma família de sete filhos a ser governada democraticamente quando os tempos são bons, e as decisões acerca da afectação do orçamento semanal da familia às compras no supermercado a serem tomadas por maioria. O cabaz de compras que nessa semana a família traz do supermercado provavelmente incluirá muitos chocolates, brinquedos, pilhas, mas pouco pão, manteiga, carne, leite e peixe. Os pais, porém, poderão ir por trás com um orçamento suplementar e adquirir estes bens essenciais.
Mas passa a ser óbvio que em tempos de aperto se acaba a democracia, e aquilo que será comprado ao Sábado no supermercado será decidido unilateralmente pela mãe, pelo pai, ou pelos dois. Por isso, uma comunidade como a família que sempre esteve sujeita, e continuará sempre sujeita, a situações in extremis como a situação de pobreza, o melhor que tem a fazer é governar-se de forma autoritária. A forma democrática de governo só é possível em pequenos interlúdios de tempo excepcionalmente bons.
A Igreja Católica é outra comunidade que tradicionalmente se governa de forma autoritária. A história está aí para demonstrar que não foram raras as ocasiões em que ela esteve sujeita a situações extremas. Mas não apenas isso. Eu estou muito persuadido que a Igreja Católica é a comunidade humana mais difícil de governar que existe, ou já existiu, no mundo. A razão é que a Igreja é uma comunidade que procura conciliar todos os opostos. Governar a Igreja Católica há-de ser o mais extraordinário exercício de governação. É bem provável que o Papa e os seus colaboradores se levantem cada dia a pensar se será nesse dia que a Igreja vai ruir, para se deitarem à noite com o conforto de que, afinal, não foi ainda nesse dia que ela ruiu.
Na Europa e na Zona Euro, a Grécia é a comunidade humana mais próxima de uma situação in extremis. Portugal está logo a seguir.
Sem comentários:
Enviar um comentário