11 fevereiro 2012

santos e demónios


Nesta tensão que se gerou recentemente entre os países do sul da Europa e os do norte (os PIIGS e os não-PIIGS, liderados pela Alemanha), e que ameaça pôr em causa a Comunidade Europeia, já deu para ver que os PIIGS nunca poderão competir economicamente com os alemães.

Como vencer a Alemanha, ou pelo menos como lhe dar a volta, nesta relação que, em cada dia que passa, se torna cada vez mais uma relação de dominação da Alemanha sobre os PIIGS, e de que a Grécia é apenas o exemplo liderante? Como podem os PIIGS livrar-se desta subordinação aos alemães, mais recentemente ilustrada pelos obséquios que o ministro das finanças português foi surpreendido a prestar ao seu homólogo alemão? Que recursos têm os PIIGS que a Alemanha e os outros países do norte da Europa não têm?

O que é que faz os protestantes sentirem-se tão inseguros perante os católicos? O que é que os católicos têm que os protestantes não têm? Extremismo, já respondi num post anterior e até indiquei a figura do padre católico como a figura de um extremista.

Uma população protestante é representada por uma distribuição normal com um desvio padrão pequeno, e à qual cortaram as abas. Pelo contrário, uma população católica é representada por uma distribuição normal com um elevadíssimo desvio-padrão, e as suas duas abas. É sobre as abas que pretendo agora concentrar-me porque é aí que estão os extremistas.

Que tipo de pessoas são essas que estão nas abas da população católica, na aba inferior como na aba superior, e que a população protestante não tem, quem são esses extremistas católicos que insegurizam os protestantes? Estes homens ou mulheres são bem capazes de ser o recurso mais valioso que os PIIGS têm para dar a volta aos alemães e à situação actual, porque são um recurso que só a cultura católica tem, e que a cultura protestante não tem.

Quem são eles?

São os santos e os demónios. São os santos e os demónios que são a causa da insegurança que os protestantes sentem em contacto com os católicos. Os católicos têm disso, os protestantes não têm.

Um santo, ao contrário daquilo que geralmente se pensa, não é um homem isento de falhas ou pecados, e muito menos um beato. Não faltam na história do catolicismo santos que foram imensamente pecadores. Aquilo que caracteriza o santo é a sua capaciadde para praticar uma ou várias virtudes cristãs ao ponto do heroísmo, e a prova da sua santidade está nos milagres. O santo é, por isso, e em primeiro lugar, um herói.

Quanto ao demónio, o homem capaz de todos os pecados, ele não é o oposto de Deus. Não, ele é também uma criatura de Deus. Nós vamos precisar de santos e pecadores para sairmos da situação em que nos encontramos e, de preferência, de homens que sejam ao mesmo tempo santos e demónios.

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