Em breve, Portugal vai ter de recomeçar tudo de novo, a sua organização económica, a sua organização política, a sua organização judiciária. Nessa altura, se eu pudesse, mudava o nome ao país. Não, não seria uma alteração radical. Seria uma inovação dentro da tradição. Aceitava tudo aquilo que a tradição nos legou - Portugal - e dava apenas um jeitinho, o jeitinho que ajusta às circunstâncias, ao objectivo da coisa ou, neste caso, à natureza da coisa. Juntava-lhe apenas duas letras e um acento - Portugália.
Ao contrário de Portugal, cujo género é indefinido, Portugália é um nome bonito, um nome feminino, um nome de mulher, que é aquilo que é Portugal - uma figura de mulher. À semelhança de Itália, o nome mais bonito de todos. Eu nunca tive veia poética, mas à Portugália penso que até eu iria inventar uns versos românticos. Nos anos 70, quando a Itália atravessava um período de grave conturbação com as Brigadas Vermelhas e o assassinato de Aldo Moro, Adamo dedicou-lhe uma canção - Cara Italia (Querida Itália). É uma canção romântica. Seria bom recomeçarmos a vida de novo com uma canção romântica, um hino à Portugália. Ajudava o moral, criava uma nova mística. Os portugueses vão precisar dela.
Sempre que escrevo sobre Portugal tenho em mente uma figura de mulher, e os meus argumentos são frequentemente desenhados perguntando "como é que as mulheres fariam aqui?" ou "estes comportamentos são comportamentos de mulher?" e só depois avanço para descrever ou prever aquilo que acontece ou pode vir a acontecer aos portugueses. Sucedeu assim também, quando falei sobre a propensão dos portugueses para importar e a sua retracção a exportar. É assim com uma mulher que, por força da curiosidade e vaidade femininas, gosta de comprar e experimentar tudo aquilo que há no mundo, mas não anda aí pelo mundo fora a oferecer-se.
O leitor Filipe apanhou-me o segredo, nos comentários que reproduzo a seguir e que estão numa caixa de comentários mais em baixo:
Ao contrário de Portugal, cujo género é indefinido, Portugália é um nome bonito, um nome feminino, um nome de mulher, que é aquilo que é Portugal - uma figura de mulher. À semelhança de Itália, o nome mais bonito de todos. Eu nunca tive veia poética, mas à Portugália penso que até eu iria inventar uns versos românticos. Nos anos 70, quando a Itália atravessava um período de grave conturbação com as Brigadas Vermelhas e o assassinato de Aldo Moro, Adamo dedicou-lhe uma canção - Cara Italia (Querida Itália). É uma canção romântica. Seria bom recomeçarmos a vida de novo com uma canção romântica, um hino à Portugália. Ajudava o moral, criava uma nova mística. Os portugueses vão precisar dela.
Sempre que escrevo sobre Portugal tenho em mente uma figura de mulher, e os meus argumentos são frequentemente desenhados perguntando "como é que as mulheres fariam aqui?" ou "estes comportamentos são comportamentos de mulher?" e só depois avanço para descrever ou prever aquilo que acontece ou pode vir a acontecer aos portugueses. Sucedeu assim também, quando falei sobre a propensão dos portugueses para importar e a sua retracção a exportar. É assim com uma mulher que, por força da curiosidade e vaidade femininas, gosta de comprar e experimentar tudo aquilo que há no mundo, mas não anda aí pelo mundo fora a oferecer-se.
O leitor Filipe apanhou-me o segredo, nos comentários que reproduzo a seguir e que estão numa caixa de comentários mais em baixo:
"Ora vendo a sociedade portuguesa como uma mulher, creio que percebi por que motivo não conseguimos exportar e promover os nossos produtos lá fora. E cheguei a esta conclusão depois de uma conversa com a minha sopeira. Dizia a Dona Conceição que já só tem dois patrões. Foi despedida de 4 casas nos últimos dois meses.
E eu disse-lhe: «Oh Dona Conceição, peça à sua filha para fazer uns papéis no PC e ponha em caixas de correio». Resposta; «Para quê? Para gozarem comigo? O menino acha que sou alguma oferecida?». Ora na minha família tenho pessoas com PME's. E a mentalidade é a mesma. Os clientes é que têm que vir ter com eles. Eles não se mostram aos potenciais clientes.
E então fez-se luz. Uma senhora não se oferece. Dá sinais e espera pelo convite do homem. Não toma a iniciativa. Ora vão à Suécia ou a Inglaterra e verão o que são mulheres oferecidas. Aqui não. Aqui elas esperam pelo convite, e depois escolhem. Maquilham-se, são sedutoras, mas não fazem a proposta.
Marketing? Publicidade? Nahhhhh. Os turistas se quiserem que venham cá. Os clientes se quiserem que apareçam. Nós não somos uns «oferecidos»!"
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