No post anterior, eu comparei uma economia católica a um edifício de três andares em forma de pirâmide. No primeiro andar estão as instituições dedicadas à dádiva. É o andar do Amor. No segundo andar, mais pequeno que o primeiro, estão as instituições dedicadas à troca. É o andar do Mercado. No terceiro andar, o mais pequeno de todos, está a instituição dedicada à imposição. É o andar do Estado. Curiosamente, as iniciais dos três andares do edifício católico formam o imperativo AME.
Numa economia luterana ou socialista a ordem dos andares é rigorosamente invertida, o primeiro e o mais amplo andar sendo o andar do Estado, seguindo-se o do Mercado e no topo o andar do Amor, o mais pequeno de todos. E numa economia anglicana ou liberal é invertida a ordem dos dois andares de baixo, sendo o primeiro e o maior o andar do Mercado, seguido do andar do Amor e em cima, o mais pequeno de todos, o andar do Estado.
Eu gostaria agora de falar do PIB, que é um conceito estatístico que teve origem nos trabalhos do economista inglês John Maynard Keynes nos anos 30 e que se destina a medir a produção de um país durante o ano. O PIB é também uma medida dos rendimentos gerados no país durante esse período de tempo, e por isso é geralmente tomado, numa base per capita, como a medida-padrão para comparar níveis de riqueza entre países.
Eu já um dia criei inimizades desnecessárias por ter escrito que tomo com dupla precaução tudo aquilo que é dito e escrito por autores de cultura judaica. Permito-me agora fazer uma generalização a tudo o que é dito e escrito por autores de cultura protestante: pode ser verdade, pode ser mentira, pode ser apenas meia-verdade. E sendo o conceito do PIB originário de Inglaterra é isso mesmo que me proponho fazer em relação a ele, saber se é verdade, mentira ou apenas meia-verdade.
Foi o próprio Mark Twain que escreveu - e parece-me que, no caso dele, estava a falar verdade - que há três tipos de mentiras - as mentiras, as mentiras danadas e as mentiras estatísticas. Ora, o PIB pertence precisamente a esta última categoria, é uma mentira estatística, embora também tenha um bom bocado de mentira danada sobretudo para nós, portugueses, e para todos os povos que pertencem à nossa cultura católica. Às vezes penso se existe alguma ideia ou algum conceito da cultura protestante que não seja danado para a cultura católica.
Suponha um país onde durante o ano só se produziram 50 lâmpadas que se venderam ao preço de 2 euros cada. O PIB deste país é 100 euros. O economista ou estaticista pode chegar ao valor do PIB por duas vias alternativas, a óptica dos rendimentos ou a óptica da despesa.
Na óptica dos rendimentos, ele sabe que os 100 euros que representam o PIB foram recebidos por alguém, e portanto soma os rendimentos pagos no ano nesse país aos participantes no processo produtivo. Assim, a fábrica que produziu as lâmpadas pagou 60 euros em salários aos seus trabalhadores (S), 15 em rendas a senhorios pela utilização do edifício e outros equipamentos (R), 5 em juros aos bancos que financiaram a produção (J) e 20 foram os lucros dos empresários. Somando tudo, está encontrado o PIB=S+R+J+L=60+15+5+20=100.
Na óptica das despesas, o economista soma as despesas que os vários agentes económicos fizeram em lâmpadas. Os particulares compraram 55 euros de lâmpadas para alumiar as suas casas (despesa chamada Consumo Privado, C), as empresas compraram 10 euros de lâmpadas para as incorporarem noutro processo produtivo, por exemplo, na produção de automóveis (Investimento, I), o Estado comprou 18 para alumiar as repartições públicas (Despesa do Estado, G, do inglês Government), e os estrangeiros compraram 17 euros em lâmpadas (Exportações Líquidas, NX, do inglês Net Exports). Somando as despesas que se fizeram sobre as lâmpadas, obtém-se o PIB=C+I+G+NX=55+10+18+17=100.
Não há dúvida que o PIB deste país é 100, o valor total da sua produção durante o ano, e este é também o valor total dos rendimentos recebidos pelos seus cidadãos. Porém, suponha agora que todos decidiram produzir as lâmpadas de graça, cada um entregando a sua participação no processo produtivo como uma dádiva, os trabalhadores (S=0), os senhorios (R=0), os bancos (J=0) e os empresários (L=0), e que a fábrica distribuiu gratuitamente as lâmpadas a quem as procurou, aos particulares (C=0), às empresas (I=0), ao Estado (G=0) e aos estrangeiros (NX=0). O PIB deste país é agora igual a zero.
A razão é que o PIB só mede o valor da produção dos bens e serviços que é reciprocada através de um valor monetário, seja um preço seja um imposto (no caso dos bens e serviços produzidos pelo Estado). O PIB só inclui aquilo que é produzido no andar do Mercado e no andar do Estado. O PIB não inclui aquilo que é produzido no andar do Amor. Ora, numa economia católica este é precisamente o maior de todos os andares, enquanto na economia luterana ou socialista é o menor dos andares, e na economia anglicana ou liberal é o andar intermédio.
Não surpreende, por isso, que, quando se compara a riqueza ou rendimento dos países com base no PIB per capita, o resultado revele que em primeiro lugar estão os países nórdicos, em último estão os católicos, ocupando os anglo-saxónicos a posição intermédia. É que os países católicos possuem tradicionalmente um grande andar do Amor que não está contado no PIB; ao passo que o andar do Amor dos países nórdicos, que também não está contado no PIB, é muito pequeno, e o correspondente andar nos países anglos-saxónicos é de dimensão intermédia.
A conclusão é a de que as estatísticas do PIB per capita, quando utilizadas para comparar os níveis internacionais de riqueza, fazem parecer os países católicos desproporcionalmente mal, fazem-nos parecer países pobretanas na comparação com os países protestantes, transmitindo uma imagem deles que não corresponde à verdade. A razão, não é de mais insistir, é que eles têm um andar do Amor que é o maior de todos, e a riqueza que aqui é gerada não é incluída no PIB.
Em todas as ideias e conceitos que vêm do mundo protestante parece existir uma tendência cultural irreprimível para depreciar e fazer parecer mal tudo aquilo que é católico. Até no PIB.
Numa economia luterana ou socialista a ordem dos andares é rigorosamente invertida, o primeiro e o mais amplo andar sendo o andar do Estado, seguindo-se o do Mercado e no topo o andar do Amor, o mais pequeno de todos. E numa economia anglicana ou liberal é invertida a ordem dos dois andares de baixo, sendo o primeiro e o maior o andar do Mercado, seguido do andar do Amor e em cima, o mais pequeno de todos, o andar do Estado.
Eu gostaria agora de falar do PIB, que é um conceito estatístico que teve origem nos trabalhos do economista inglês John Maynard Keynes nos anos 30 e que se destina a medir a produção de um país durante o ano. O PIB é também uma medida dos rendimentos gerados no país durante esse período de tempo, e por isso é geralmente tomado, numa base per capita, como a medida-padrão para comparar níveis de riqueza entre países.
Eu já um dia criei inimizades desnecessárias por ter escrito que tomo com dupla precaução tudo aquilo que é dito e escrito por autores de cultura judaica. Permito-me agora fazer uma generalização a tudo o que é dito e escrito por autores de cultura protestante: pode ser verdade, pode ser mentira, pode ser apenas meia-verdade. E sendo o conceito do PIB originário de Inglaterra é isso mesmo que me proponho fazer em relação a ele, saber se é verdade, mentira ou apenas meia-verdade.
Foi o próprio Mark Twain que escreveu - e parece-me que, no caso dele, estava a falar verdade - que há três tipos de mentiras - as mentiras, as mentiras danadas e as mentiras estatísticas. Ora, o PIB pertence precisamente a esta última categoria, é uma mentira estatística, embora também tenha um bom bocado de mentira danada sobretudo para nós, portugueses, e para todos os povos que pertencem à nossa cultura católica. Às vezes penso se existe alguma ideia ou algum conceito da cultura protestante que não seja danado para a cultura católica.
Suponha um país onde durante o ano só se produziram 50 lâmpadas que se venderam ao preço de 2 euros cada. O PIB deste país é 100 euros. O economista ou estaticista pode chegar ao valor do PIB por duas vias alternativas, a óptica dos rendimentos ou a óptica da despesa.
Na óptica dos rendimentos, ele sabe que os 100 euros que representam o PIB foram recebidos por alguém, e portanto soma os rendimentos pagos no ano nesse país aos participantes no processo produtivo. Assim, a fábrica que produziu as lâmpadas pagou 60 euros em salários aos seus trabalhadores (S), 15 em rendas a senhorios pela utilização do edifício e outros equipamentos (R), 5 em juros aos bancos que financiaram a produção (J) e 20 foram os lucros dos empresários. Somando tudo, está encontrado o PIB=S+R+J+L=60+15+5+20=100.
Na óptica das despesas, o economista soma as despesas que os vários agentes económicos fizeram em lâmpadas. Os particulares compraram 55 euros de lâmpadas para alumiar as suas casas (despesa chamada Consumo Privado, C), as empresas compraram 10 euros de lâmpadas para as incorporarem noutro processo produtivo, por exemplo, na produção de automóveis (Investimento, I), o Estado comprou 18 para alumiar as repartições públicas (Despesa do Estado, G, do inglês Government), e os estrangeiros compraram 17 euros em lâmpadas (Exportações Líquidas, NX, do inglês Net Exports). Somando as despesas que se fizeram sobre as lâmpadas, obtém-se o PIB=C+I+G+NX=55+10+18+17=100.
Não há dúvida que o PIB deste país é 100, o valor total da sua produção durante o ano, e este é também o valor total dos rendimentos recebidos pelos seus cidadãos. Porém, suponha agora que todos decidiram produzir as lâmpadas de graça, cada um entregando a sua participação no processo produtivo como uma dádiva, os trabalhadores (S=0), os senhorios (R=0), os bancos (J=0) e os empresários (L=0), e que a fábrica distribuiu gratuitamente as lâmpadas a quem as procurou, aos particulares (C=0), às empresas (I=0), ao Estado (G=0) e aos estrangeiros (NX=0). O PIB deste país é agora igual a zero.
A razão é que o PIB só mede o valor da produção dos bens e serviços que é reciprocada através de um valor monetário, seja um preço seja um imposto (no caso dos bens e serviços produzidos pelo Estado). O PIB só inclui aquilo que é produzido no andar do Mercado e no andar do Estado. O PIB não inclui aquilo que é produzido no andar do Amor. Ora, numa economia católica este é precisamente o maior de todos os andares, enquanto na economia luterana ou socialista é o menor dos andares, e na economia anglicana ou liberal é o andar intermédio.
Não surpreende, por isso, que, quando se compara a riqueza ou rendimento dos países com base no PIB per capita, o resultado revele que em primeiro lugar estão os países nórdicos, em último estão os católicos, ocupando os anglo-saxónicos a posição intermédia. É que os países católicos possuem tradicionalmente um grande andar do Amor que não está contado no PIB; ao passo que o andar do Amor dos países nórdicos, que também não está contado no PIB, é muito pequeno, e o correspondente andar nos países anglos-saxónicos é de dimensão intermédia.
A conclusão é a de que as estatísticas do PIB per capita, quando utilizadas para comparar os níveis internacionais de riqueza, fazem parecer os países católicos desproporcionalmente mal, fazem-nos parecer países pobretanas na comparação com os países protestantes, transmitindo uma imagem deles que não corresponde à verdade. A razão, não é de mais insistir, é que eles têm um andar do Amor que é o maior de todos, e a riqueza que aqui é gerada não é incluída no PIB.
Em todas as ideias e conceitos que vêm do mundo protestante parece existir uma tendência cultural irreprimível para depreciar e fazer parecer mal tudo aquilo que é católico. Até no PIB.
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