02 fevereiro 2012

Falido?

A opinião que os mercados financeiros exprimem, através das cotações dos títulos da dívida pública portuguesa, das cotações dos bancos portugueses e de outras empresas cotadas, é a de que as nossas instituições - Estado e bancos, em primeiro lugar - são lixo.
Tome-se o caso dos títulos da dívida pública. Aquilo que as cotações exprimem, e que as agências de rating confirmam, é que o Estado português está falido, que não tem capacidade para pagar as suas dívidas, e que quem emprestou dinheiro ao Estado português vai ficar sem ele. Agora, páre um momento para pensar e avaliar se isto é ou não verdade.
Só as reservas em ouro que o Estado detém no Banco de Portugal dariam para pagar cerca de metade da dívida, de um golpe tornando Portugal de um dos países mais endividados da zona euro num dos menos endividados. Junte-se a isto, o enorme património imobiliário do Estado, o seu patriménio empresarial, e a sua capacidade, que ainda não está esgotada, para tributar os cidadãos. Falido?
A opinião que os mercados financeiros reflectem é a propaganda protestante que dura há cinco séculos, que isto tudo - aquilo que é católico, Portugal e os portugueses, geralmente todos os PIIGS - não presta para nada, e que, pelo contrário, eles é que são bons. É sob esta propaganda que eles agora já nos governam, nos asfixiam economicamente, e - se nada fôr feito - acabarão por nos submeter.

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