O pormenor que eu achei mais interessante neste artigo do i referido pelo Joaquim é a obsessão do jornalista em o padre prestar contas ao fisco. Às vezes, os jornais deviam ter mais cuidado com os jornalistas que empregam.
Porque o facto mais saliente daquela exploração de azeite que cresceu como um milagre ao ponto de adquirir uma dimensão empresarial -, mas que parece passar despercebido, embora seja referido na notícia -, é o de que ela nasceu com o propósito único e explícito de dar - dar às casas de repouso e de retiro.
Esta notícia, porém, inspirou-me para dar mais um passo naquele que parece ser, cada vez mais, um propósito da minha vida - contribuir para uma teoria económica do catolicismo, que se possa contrapôr nas universidades, nos gabinetes ministeriais e nos aerópagos internacionais às duas correntes de teoria económica dominantes, ambas de inspiração protestante - a teoria económica de inspiração liberal e a teoria económica de inspiração socialista.
Num post anterior referi que, para o catolicismo, a forma privilegiada de relação económica entre as pessoas é a dádiva. O catolicismo não exclui nenhuma outra forma de relacionamento, na realidade admite-as a todas, como o empréstimo, a cedência ou concessão, a troca, a imposição ou tributação, na realidade até o roubo (esta última, em condições muito bem especificadas). Mas de todas estas formas, a primeira e a mais importante para o catolicismo é a dádiva.
Por simplificação, considerarei a dádiva em comparação com as duas outras formas de relacionamento económico que são privilegiadas nas teorias económicas liberal e socialista, respectivamente - a troca e a imposição ou tributação.
A troca é a forma de relacionamento privilegiada na economia liberal que teve origem no protestantismo anglo-saxónico, sujeito, como já referi, a uma grande influência calvinista. Ela encontra a sua melhor expressão em países como a Inglaterra, os EUA, o Canadá a Austrália, Hong-Kong, Singapura, Nova Zelândia e geralmente em todos os países sujeitos à influência britânica.
A imposição ou tributação é a forma de relacionamento privilegiada da economia socialista, inspirada no protestantismo germânico e luterano. Ela encontra a sua melhor expressão, não tanto na Alemanha - embora também aí - que possui uma grande população católica, mas sobretudo nos países escandinavos, como a Suécia e a Noruega que são os países onde o luteranismo se encontra em estado mais puro, ao ponto de constituir religião do Estado.
Dádiva, troca e imposição. À medida que caminhamos da primeira para a última, adivinhamos também o que está por detrás da teologia católica e de cada uma das teologias protestantes, respectivamente a britânica e a germânica. A dádiva está baseada no amor ao próximo, a troca está baseada no interesse ou no dinheiro, a imposição ou tributação está baseada no poder. E ao percorrer este caminho, da dádiva para a troca e da troca para a imposição (e mesmo considerando as formas intermédias como o empréstimo e a concessão, situadas ambas entre as duas primeiras) compreendemos também que passámos da dádiva para o seu exacto oposto - a imposição.
Quer o catolicismo quer as diferentes formas de protestantismo procuram honestamente reflectir a mensagem cristã. O problema não é de honestidade. O problema é de verdade e de erro. E qual das três formas de relacionamento económico, a dádiva - baseada no amor ao próximo -, a troca - baseada no interesse ou no dinheiro - ou a imposição - baseada no poder, reflecte melhor a mensagem cristã? Para que é que Cristo veio ao mundo, para amar os outros, para satisfazer interesses, ou para ter poder?
Porque o facto mais saliente daquela exploração de azeite que cresceu como um milagre ao ponto de adquirir uma dimensão empresarial -, mas que parece passar despercebido, embora seja referido na notícia -, é o de que ela nasceu com o propósito único e explícito de dar - dar às casas de repouso e de retiro.
Esta notícia, porém, inspirou-me para dar mais um passo naquele que parece ser, cada vez mais, um propósito da minha vida - contribuir para uma teoria económica do catolicismo, que se possa contrapôr nas universidades, nos gabinetes ministeriais e nos aerópagos internacionais às duas correntes de teoria económica dominantes, ambas de inspiração protestante - a teoria económica de inspiração liberal e a teoria económica de inspiração socialista.
Num post anterior referi que, para o catolicismo, a forma privilegiada de relação económica entre as pessoas é a dádiva. O catolicismo não exclui nenhuma outra forma de relacionamento, na realidade admite-as a todas, como o empréstimo, a cedência ou concessão, a troca, a imposição ou tributação, na realidade até o roubo (esta última, em condições muito bem especificadas). Mas de todas estas formas, a primeira e a mais importante para o catolicismo é a dádiva.
Por simplificação, considerarei a dádiva em comparação com as duas outras formas de relacionamento económico que são privilegiadas nas teorias económicas liberal e socialista, respectivamente - a troca e a imposição ou tributação.
A troca é a forma de relacionamento privilegiada na economia liberal que teve origem no protestantismo anglo-saxónico, sujeito, como já referi, a uma grande influência calvinista. Ela encontra a sua melhor expressão em países como a Inglaterra, os EUA, o Canadá a Austrália, Hong-Kong, Singapura, Nova Zelândia e geralmente em todos os países sujeitos à influência britânica.
A imposição ou tributação é a forma de relacionamento privilegiada da economia socialista, inspirada no protestantismo germânico e luterano. Ela encontra a sua melhor expressão, não tanto na Alemanha - embora também aí - que possui uma grande população católica, mas sobretudo nos países escandinavos, como a Suécia e a Noruega que são os países onde o luteranismo se encontra em estado mais puro, ao ponto de constituir religião do Estado.
Dádiva, troca e imposição. À medida que caminhamos da primeira para a última, adivinhamos também o que está por detrás da teologia católica e de cada uma das teologias protestantes, respectivamente a britânica e a germânica. A dádiva está baseada no amor ao próximo, a troca está baseada no interesse ou no dinheiro, a imposição ou tributação está baseada no poder. E ao percorrer este caminho, da dádiva para a troca e da troca para a imposição (e mesmo considerando as formas intermédias como o empréstimo e a concessão, situadas ambas entre as duas primeiras) compreendemos também que passámos da dádiva para o seu exacto oposto - a imposição.
Quer o catolicismo quer as diferentes formas de protestantismo procuram honestamente reflectir a mensagem cristã. O problema não é de honestidade. O problema é de verdade e de erro. E qual das três formas de relacionamento económico, a dádiva - baseada no amor ao próximo -, a troca - baseada no interesse ou no dinheiro - ou a imposição - baseada no poder, reflecte melhor a mensagem cristã? Para que é que Cristo veio ao mundo, para amar os outros, para satisfazer interesses, ou para ter poder?
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