12 janeiro 2012

uma grande aventura

Nos próximos anos, Portugal vai ter de reduzir drasticamente as suas importações. O desmembramento da zona euro e uma moeda nacional que desvalorize (na ordem de 30%) e reflicta com verdade a competitividade externa da economia vai ser o primeiro travão às importações, e aquele que está mesmo à mão, aumentando o preço de tudo o que é importado.

A desvalorização cambial não vai, porém, ser suficiente. O Estado vai ter de impôr restricções adicionais às importações. Só assim nós seremos capazes de pagar aquilo que devemos ao exterior.

A questão que pretendo aqui responder é a seguinte: vão os portugueses sofrer muito com todos estes impedimentos às importações, vai o seu nível de vida ser reduzido drasticamente, como por vezes se invoca com o fantasma da saída do euro? A resposta é um conclusivo não. Dois anos depois da saída do Euro, e da imposição adicional de restricções às importações, a economia portuguesa está acrescer alegremente, os empregos serão abundantes e já ninguém se lembrará do Euro.

A nossa é uma cultura católica, universal, uma cultura onde existe tudo aquilo que há no mundo e o principal são, neste aspecto, os recursos humanos. Existem pessoas em Portugal com todas as personalidades possíveis que existem no mundo. Mais importante, existem em Portugal pessoas com todas as competências possíveis que existem no mundo, pessoas que sabem fazer tudo aquilo que há no mundo. Não apenas quem saiba pescar, fazer pasteis de nata e jogar cricket, mas quem saiba fazer aviões, autocarros, automóveis e até bombas atómicas. Estão é por aí escondidas, desvalorizadas, metidas no meio da multidão, porque ninguém lhes liga. Os portugueses, se lhes derem escolha, preferem é um peixe estrangeiro, talvez até um pastel de nata estrangeiro, um avião estrangeiro, um automóvel estrangeiro e até uma bomba atómica feita por um físico nuclear estrangeiro.

Porém, eu tenho a certeza que, se procurarmos, encontramos em Portugal um cientista nuclear, provavelmente vários, com enorme competência para fazer uma bomba atómica, encontraremos todas as matérias primas necessárias, ou utilizaremos outras, seremos capazes de fabricar equipamentos de transporte, acondicionamento e lançamento da bomba. E assim seremos capazes de destruir um país inimigo. Desde que ele não seja muito grande.

O fim do do Euro não vai ser nenhuma tragédia. Pelo contrário, vai ser uma grande aventura, uma aventura em que nós iremos conhecer portugueses, que até aqui desconhecíamos ou ignorávamos, e que são pessoas de extraordinários talentos e competências.

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