Num post anterior deixei em aberto a resposta à questão: mas, então, como se devem escolher os governantes, a começar pelo primeiro-ministro, num país católico?
Pelo regime de democracia, não. Isso é para os protestantes, que são todos iguais. O povo e a democracia escolhem um qualquer, e num país protestante qualquer um serve, porque cada um é praticamente igual aos outros.
Num país católico é diferente, são todos diferentes e, mais importante ainda, existem extremistas. Ainda lhes sai na rifa um extremista, um fulano com a mania das grandezas que só pensa em TGV's, em aeroportos e em pôr Pertegal a abastecer o mundo de energia eólica, enquanto o país vai à falência; ou um maníaco das pensões, que gosta é de acumular pensões de reforma umas atrás das outras. Ou ainda outro que só pensa em mulheres, veja-se o que aconteceu aos italianos. E o que dizer dos venezuelanos? Os brasileiros, há poucos anos elegeram o Lula, que era uma extremista. Correram sérios riscos, mas acabaram por ter sorte. Ele lá ganhou juízo.
O ponto importante é este: pôr o povo a escolher num país de tradição católica é um grande risco. O povo, que é um colectivo, e portanto não é uma entidade racional, escolhe um qualquer um. E ninguém sabe o que é que vai sair na rifa.
E se fôr um conselho de sábios a escolher? Pior ainda, aí a probabilidade é ainda maior de escolher um extremista. Com o seu sentido da perfeição, ainda escolhem um padre (a figura-mor do extremismo), um santo, uma imitação de Cristo, sem mesmo se lembrarem de que Cristo nunca quis governar coisa nenhuma ("O meu Reino não é deste mundo").
Então, quem deve escolher?
A Tradição.
A Tradição? E isso é democrático?, perguntarão os maníacos da democracia, os quais existem sobretudo em países católicos, porque a mania é uma forma de extremismo. É, é mesmo o mais democrático processo de escolha que se conhece, porque na tradição até os mortos falam. E votam.
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