18 abril 2011

revisões prudenciais

Em retrospectiva, a raiz da bolha creditícia que em 2008 estourou, e cujos efeitos estão longe do fim, esteve na abolição do sistema de câmbios fixos - convertíveis em ouro - de Bretton Woods, que, no início da década de 70, Richard Nixon deitou para o lixo. Desde então, a massa monetária aumentou exponencialmente e a consequência foi uma explosão do crédito concedido, por um lado, e a implosão nos critérios de concessão de crédito da banca, por outro. Assim, recentemente, muito se tem discutido acerca da almofada de capital que a banca deve aprovisionar, a fim de acomodar crises sistémicas como as de 2008. A Economist, há tempos, estimou que, em média, esta crise terá eliminado 4 pontos percentuais aos capitais próprios dos bancos, pelo que, rácios de capital inferiores a 8% serão imprudentes. Ora, é isto mesmo que as novas regras de prudência bancária - conhecidas como Basileia III - prevêem.

Porém, há quem leve estas considerações prudenciais bem mais a sério. É o caso da China, que esta noite aumentou os requisitos associados às reservas mínimas obrigatórias para 20,5%. Não sendo critérios directamente comparáveis, a verdade é que os rácios de capital e as reservas mínimas obrigatórias concorrem para o mesmo objectivo: assegurar a solidez do sistema financeiro. Ou seja, as revisões que, na Europa, são encaradas por alguns banqueiros como um atentado contra o sistema, são, afinal, comparadas com a iniciativa que se vê noutros países, bem tímidas. O que mostra que há muita revisão a fazer...

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