No final deste mês, terão passado seis meses desde que Dilma Rousseff se tornou a primeira Presidenta do Brasil. Desde então, em matéria econômica, Dilma tem-se esforçado em transmitir uma imagem de credibilidade, nomeadamente do ponto de vista orçamental, assumindo, pelo caminho, algumas apostas pessoais, em particular a (muito) discutível mudança na presidência do Banco Central do Brasil. Quanto aos dados concretos, do ponto de vista orçamental há, de facto, um superávite primário de 2% do PIB e quanto ao investimento estrangeiro directo, nos primeiros três meses de 2011 face ao período homólogo, aquele triplicou de valor para mais de 17 mil milhões de dólares. Em face do exposto, nos últimos seis meses, o real valorizou cerca de 6% face ao dólar norte-americano.
Agora, se a situação macro económica brasileira é este mar de rosas, por que é que a Bovespa, a bolsa canarinha, desde que Dilma for eleita Presidenta, e em clara divergência com o resto do mundo, apresenta já uma desvalorização de quase 10%? Uma resposta pode estar na Balança de Pagamentos, que, altamente deficitária nas rendas e nos serviços, se deteriorou nos primeiros três meses do ano. Porém, tendo em conta que esta deterioração na Balança de Pagamentos está, em parte - certamente, na rubrica de Rendas -, associada à própria projecção que o Brasil tem vindo a adquirir na cena internacional, duvido que, enfim, seja motivo para grande alarme. Assim, na origem desta inexplicável desvalorização sentida na Bovespa talvez possa estar o mesmo factor que esteve na origem do chamado milagre de Lula: a bolha no preço das matérias primas. Ou então, é alguma coisa que os investidores já farejaram acerca da política da Dilma, ou da Dilma herself...
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