20 agosto 2010

Dilma da Silva?


A corrida para as presidenciais brasileiras caminha para o final e, tudo indica, deverá ganhar a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, aliada de longa data de Lula da Silva. Quanto ao candidato José Serra, do centro/direita, desperdiçou os dez pontos percentuais que em Março tinha de avanço, face ao PT, e prepara-se para ser derrotado, possivelmente na primeira volta.

Os "spin doctors" de Lula têm procurado colar Dilma ao actual presidente: os dois pensam o mesmo, logo, a prosperidade gerada por um terá continuidade no outro. Infelizmente, não me parece que assim vá ser. No caso de Lula, o seu passado na luta sindical ter-lhe-á inculcado o espírito pragmático e conciliador - e a adaptabilidade - que tem marcado a sua presidência. Depois, aquela sua faceta de bonacheirão, dá-lhe a simpatia do povo. Dilma, pelo contrário, não revela essas facetas.

Filha de imigrantes búlgaros que prosperaram na construção no Brasil, renegou às suas origens burguesas, quando ainda estava no ensino secundário, e como é frequente nos filhos de pais ricos dedicou-se à luta revolucionária e à ideologia marxista. Da prisão, saltou, directamente, para a política. Em suma, esquerda caviar no seu esplendor. Além disso, escreveu a Economist há dias, "Ms. Rousseff (...) has a weakness for offering half-hour answers to one-line questions", o que denota uma certa predisposição por tiques bolívares. E, por fim, last but not least...a senhora Rousseff, dois casamentos e dois divórcios depois, parece encarnar uma espécie de feminismo que, misturado com poder, não me parece augurar nada de bom.

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