Se me pedissem para caracterizar como é que o homem do povo de cultura católica - tipicamente um português - define o seu caminho de vida em comparação com o homem do povo de cultura protestante - por exemplo, um inglês ou um alemão - eu responderia assim:
O homem do povo de cultura católica olha primeiro para cima para a autoridade, para os governantes, para ver o que eles dizem, qual a direcção que apontam, e depois para o lado, para os outros como ele, e se todos alinharem, ele alinha também. É um excelente modo de estar na vida quando a autoridade - os governantes - são homens de elite, um péssimo modo de estar na vida se a autoridade - os governantes - são homens do povo como ele (isto é, em democracia). O homem do povo de cultura católica actua em grupo e sob a orientação da autoridade.
O homem do povo de cultura protestante olha em frente. Interessa-lhe pouco o que a autoridade diz para definir o seu plano pessoal de vida, porque aquilo que caracteriza a cultura protestante é a sua pouca consideração pela autoridade. Interessa-lhe igualmente pouco aquilo que os outros fazem, porque a segunda característica da cultura protestante é o seu fraco sentido comunitário. Ele define o seu plano de vida individualmente e pela sua própria cabeça, correndo os riscos inerentes.
Se os planos saem frustrados, o homem do povo de cultura católica culpa a autoridade - os governantes - e protesta em grupo, porque todos se sentem enganados. Pelo contrário, o homem do povo de cultura protestante não culpa ninguém excepto a si próprio.
O VPV hoje no Público, num artigo tipicamente católico, acha que a chamada geração à rasca foi enganada pelos sucessivos governantes, sobretudo os ministros da Educação, a começar em Veiga Simão. Coitada... ao fim de quarenta anos e só agora descobriu o engano. Mais vale tarde do que nunca.
Sem comentários:
Enviar um comentário