Leio sempre com muito interesse O Insurgente e em particular os posts do RAF. O manifesto pela morte da ADSE atraiu a minha atenção porque veicula uma opinião exactamente oposta à minha.
A ADSE é um sistema de "managed care" excelente que despende com cada beneficiário menos do que o SNS e que gasta apenas 1% do seu orçamento na gestão. A este respeito, o livro do José Mendes Ribeiro "Saúde - a Liberdade de Escolher" é suficientemente explicativo, como o JMF argumenta neste post.
Talvez por falta de oportunidade, o post do RAF não se concentra em minudências orçamentais, afirmando apenas, peremptoriamente, que a ADSE não pode ser transformada num sistema universal. Pronto! Ninguém pode pedir a um estratega que seja em simultâneo guarda-livros. Adelante...
Um aspecto do post do RAF que achei muito engraçado foi constatar que o autor faz as mesmas críticas à ADSE que os opositores dos sistemas de saúde sovietizados fazem ao SNS. A saber:
1. Gastos pouco justificados e fraudulentos
2. O SNS favorece o desperdício de recursos e a fraude
3. É iníquo
4. Representa benefícios para alguns que são pagos em grande medida por todos.
5. O SNS representa um incentivo errado, sugere que todos podem ter tudo.
6. Nenhum seguro privado oferece ou algum dia ofereceria uma cobertura idêntica à do SNS.
7. Sugere que o planeamento central é superior ao mercado.
Reparei apenas numa diferença, os críticos do SNS têm-lhe chamado um cancro enquanto RAF apenas adjectiva a ADSE de abcesso.
Caro Rodrigo Adão da Fonseca:
Um abcesso ainda pode ser drenado... mas um cancro mata.
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