28 fevereiro 2011

fogo cruzado

Esta manhã, numa conferência onde participaram os principais banqueiros, reguladores bancários e o Ministro das Finanças, estalou uma polémica entre Fernando Ulrich - quem mais poderia ser! - e Teixeira dos Santos. Pois parece que este último pediu à banca que aumentasse o capital, a fim de projectar para o exterior uma imagem nacional de solidez institucional, tendo levado como resposta, do primeiro, que aquela opção seria um "erro histórico", sugerindo em alternativa que o Estado tratasse a banca da forma como trata o sector eléctrico (com tarifas e rentabilidades garantidas). Ao mesmo tempo, em paralelo, o Governador do Banco de Portugal sugeriu que os bancos vendessem activos não estratégicos, nomeadamente parte da carteira de crédito que não interessa.
Devo dizer o seguinte: a minha perspectiva aproxima-se daquilo que foi dito pelo Governador, pois, numa conjuntura em que a incerteza regulatória afugenta os investidores dos aumentos de capital dos bancos, a única forma de desalavancar a actividade bancária é precisamente através da redução do balanço por via da contracção da carteira de crédito. Quanto a Teixeira dos Santos, o que disse foi meramente a reprodução das orientações de Basileia III, porém, fê-lo a troco de um argumento que não colhe, ou seja, sugerindo implicitamente que os bancos são responsáveis pela insegurança dos mercados em relação a Portugal. E quanto a Ulrich, o desfecho previsto (o tal "erro histórico") pode muito bem vir a suceder, pois uma contracção do crédito em nada ajudará à recuperação da economia portuguesa, contudo, se houve erro histórico foi ter-se permitido a noção de "too big to fail"...coisa que, não tendo sido tão notória em Portugal, se pretende atenuar através de Basileia III.

1 comentário:

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