29 dezembro 2010

contributos para a (des)educação de adultos

Esta notícia levou-me a consultar algumas teses de doutoramento da UM. A tarefa foi muito fácil porque a Biblioteca da UM faz o favor de as disponibilizar em formato digital.
O material disponível é tanto e tão precioso que é um risco destacarmos um único trabalho. Não resisti, porém, a incluir aqui o abstracto de uma tese de doutoramento apresentada na UM em 2008. A originalidade é tal que a sua divulgação também serve como garantia de que o plágio, na UM, é forçosamente uma raridade.

Abstract:
Este trabalho, intitulado A Racionalidade Comunicativa: contributos para a educação de adultos, é a dissertação de Doutoramento em Educação, área de especialização em Filosofia da Educação, de ____________________. É constituído por um índice, indicações preliminares, seis capítulos, sendo o primeiro preambular, uma conclusão e bibliografia. Nas indicações preliminares justificam-se os objectivos da investigação; explica-se a metodologia usada; e indica-se a forma de organização do trabalho. No capítulo preambular problematizamos a tendência para um tipo de cogitação incorporado na vivência contemporânea, fixado na crença de que a uma acumulação de conhecimento correspondem níveis mais elevados de desenvolvimento. As abordagens críticas associam esta visão fragmentada do conhecimento aos efeitos do processo de racionalização crescente na nossa sociedade moderna. Não havendo uma uniformidade de perspectivas, delas se demarcam três posições que consideramos relevantes para a explicação deste mesmo processo: a de Max Weber, a dos teóricos críticos da segunda geração da Escola de Frankfurt e a de Jurgen Habermas, que expomos respectivamente ao longo dos segundo, terceiro e quarto capítulos. No quinto capítulo centramos a nossa atenção na proposta habermasiana sobre a consensualidade dialógica, própria da racionalidade comunicativa, que consideramos de grande valor na educação de adultos. Aludimos aqui também ao facto de Habermas se referir às narrativas como o lugar onde é projectada a atmosfera vivenciada no ‘mundo da vida’. No sexto capítulo trazemos à colação a exigência de auto-questionamento e de reflexão crítica no processo que envolve a educação de adultos; desenvolvemos a ideia de interesse emancipatório e da sua relação intrínseca com o autoconhecimento, sublinhando a valia que para ele podem assumir as narrativas breves. Na conclusão elencam-se, capítulo a capítulo, as principais ilações retiradas do trabalho desenvolvido de acordo com os objectivos da investigação previamente demarcados. Algumas das citações foram vertidas para Língua Portuguesa, de forma a uniformizar o trabalho. A bibliografia, tanto a citada como a consultada, segue a elementar ordem alfabética.


PS: Reparem na originalidade de um capítulo de "indicações preliminares", seguido de outro de natureza "preambular" e da inclusão de uma bibliografia que segue a "elementar ordem alfabética". Trata-se de um esforço de racionalidade que projecta a atmosfera vivenciada no "mundo da vida" e que traz à colação a exigência de auto-questionamento e de reflexão crítica.
Tenho pena da rapariga desdoutorada.

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