Ontem, dia da greve geral, alguns líderes políticos fizeram questão de sublinhar que os trabalhadores estavam a exercer um direito fundamental, um direito sagrado.
Na minha opinião, tal não é verdade. A greve de ontem foi essencialmente uma greve política e as greves políticas não só não são um direito universalmente reconhecido como são estritamente proibidas em países muito mais democráticos do que o nosso. No R.U., por exemplo, a greve de ontem teria sido ilegal, os sindicatos teriam sido multados e os seus dirigentes responsabilizados judicialmente.
As greves políticas constituem uma anomalia nos regimes democráticos. São um meio de pressão política extra-democrático que procura favorecer interesses particulares de certos grupos profissionais sobre o interesse geral.
Nesse sentido, o apoio que alguns partidos (PCP e BE) deram à greve de ontem constitui uma verdadeira aberração. Estão a apoiar métodos políticos que subvertem as próprias instituições em que esses mesmos partidos estão representados. É uma anedota que diz muito sobre a confusão mental que afecta a "esquerda".
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