Na sequência do acordo político entre PS e PSD, politicamente, há um grande vencedor: José Sócrates. Pelo contrário, Pedro Passos Coelho perdeu em toda a linha. De resto, a afirmação, em comunicado do PSD, de que a equipa negocial de Eduardo Catroga atingiu os objectivos a que se propôs só pode ser para rir. Não só o Governo manteve a essência da sua proposta de orçamento, como se percebeu, durante as negociações, que Catroga - obviamente "inchado" com a sua súbita notoriedade, revelando queda para monólogos intermináveis e difusos - já não tem andamento para estas coisas.
Recordemos, pois, o essencial: Pedro Passos Coelho, no início de Setembro, afirmou que, com ele não haveria aumento de impostos, subentendendo-se que não viabilizaria um OE que fosse naquele sentido. Ora, o OE que agora será aprovado e que não encontrará a oposição efectiva do PSD está carregado de novos impostos. Quanto às obras públicas e PPP's, outro tema polémico, o comunicado conjunto do Governo e do PSD é evasivo, falando apenas num grupo de trabalho que irá analisar o assunto de agora em diante.
Em suma, é a terceira vez, no espaço de meio ano, que Pedro Passos Coelho entra a matar e sai de mansinho. Ora, assim, não vai lá. Se não tem nervo para assumir a ruptura, então, que fale menos, que é, precisamente, aquilo que Sócrates tem feito desde que o "mundo mudou"...
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