29 novembro 2010

o meu manifesto presidencial

Esta noite, o actual Presidente da República apresentou o seu manifesto eleitoral, com vista à sua reeleição no cargo. Mais uma vez, a exemplo de quando apresentou a recandidatura, o discurso foi caracterizado por um sem número de auto-elogios. Mas, com franqueza, já não há paciência! Eu já tomei a minha decisão: eu não votarei nas Presidenciais. E não votarei por duas razões.
Em primeiro lugar, porque não me revejo em nenhum destes homens. Alegre representa o socialismo que nos trouxe até aqui. Nobre é outra versão desse mesmo socialismo. Lopes é um anacronismo. Quanto a Cavaco, por mais auto-elogios que se faça, a sua prestação no cargo foi de uma inutilidade atroz, no preciso momento em que o país mais precisava de uma magistratura activa - aquela que o ainda Presidente agora promete - que disciplinasse uma classe política que, em especial nos últimos anos, se abandalhou em prejuízo da democracia e do povo. Acresce, ainda, outro aspecto não menos importante: tal como muitos comentam nos bastidores - mas que ninguém ousa comentar em público - eu sou da opinião de que o Presidente não parece estar bem de saúde. Todos têm o seu tempo e o tempo de Cavaco, porventura, já passou.
Não votarei porque, também, não me sinto representado neste modelo democrático. Seja nas Presidenciais, nas Legislativas, nas Autárquicas ou nas Europeias, esta política e estes políticos, em particular, deixaram-se corromper pelo poder. Iniciam-se, estabelecem-se e reformam-se na Assembleia da República. Não prestam contas. Nada os pára. Esta Democracia não merece ser sufragada. Pelo contrário, merece o nosso repúdio. A nossa absoluta indiferença. A nossa ausência. Merece que lhe voltemos as costas. Ora, é isso mesmo que eu vou fazer.

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