A crise terminou. Terminou no sentido em que já não comporta incertezas. A UE vai telegovernar Portugal via FMI, Sócrates está de malas aviadas e o partido socialista prepara-se para a travessia de um deserto com muito poucos oásis.
O corte na despesa que nos vão impor vai provocar uma profunda recessão económica que poderá ultrapassar os 5% do PIB. O desemprego vai rondar os 20% (embora nos dados oficiais possa não passar dos 14 ou 15%). Alguns grandes bancos poderão voltar para as mãos do Estado ou serem vendidos ao estrangeiro e as empresas que vivem à mesa do orçamento vão ter de ir depenicar noutras gamelas (Angola, talvez?).
Os portugueses vão começar a cair na real, vão arregaçar as mangas e fazerem-se à vida, como sempre fizeram ao longo dos séculos. Uma coisa, porém, vai mudar, pelo menos para a próxima geração – nunca mais vão querer ouvir falar de social-democracia, de socialismo ou de comunismo.
Creio que podemos vislumbrar uma luz ao fundo do túnel. Pelo menos o cancro foi identificado, está em vias de ser extirpado e o “doente” tem um óptimo prognóstico. Em vez de serem os governantes a mendigar que os deixem trabalhar, vão ser os portugueses a exigir que os deixem em paz.
Não há mal que nunca acabe!
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