Na sequência deste post do Ricardo e deste artigo do Alberoni, gostaria de colocar uma pergunta:
- O que é que tem maiores custos políticos, proceder atempadamente às chamadas reformas estruturais ou cortar às cegas na despesa quando for inadiável?
Infelizmente, a minha resposta é que tem maiores custos políticos proceder às reformas estruturais. O poder político assenta em coligações de interesses e as reformas iriam alterar o equilíbrio, sempre precário, entre os diferentes parceiros. Logo, a base de apoio do governo poderia esboroar-se.
Pelo contrário, aguardar pelo último segundo, do último minuto, para proceder a cortes cegos na despesa, tem menos potencial para hostilizar os apoiantes. O governo dirá que tentou evitar as medidas mais duras e, ainda, que tratou todos por igual. Nessa perspectiva, poderá tentar manter a sua legitimidade para governar.
Claro que esta segunda via tem mais custos para o País, mas o partido do governo pode ver aí a sua única tábua de salvação.
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