03 agosto 2010

viva a República

Se aceitarmos que o Estado é uma entidade legítima e, quando adequadamente concebido, coerente com os princípios libertários, temos de aceitar a legitimidade e a coerência da participação dos libertários nos órgãos do Estado, através dos processos políticos normais.
Essa intervenção pode ser fundamental para influenciar o processo político e difundir as ideias libertárias. A este propósito, gostaria de invocar o papel tão importante que Ron Paul tem desempenhado no Congresso norte-americano.
Dois problemas, contudo, dificultam (segundo RBR) a participação dos libertários no processo político: o populismo e o mito da democracia. O populismo (popularidade) porque o individualismo libertário tem pouco adeptos e o mito democrático porque a maior parte dos libertários aceita o jugo da maioria. Na minha opinião, ambas estas noções necessitam de clarificação.
O facto do libertarianismo não ser a ideologia mais popular do mundo não deve ser encarado como um muro inultrapassável, mas como um desafio à nossa capacidade criativa. Submeto, como elemento de reflexão, o movimento chamado “Tea Party”, nos EUA, que tanto tem promovido alguns princípios libertários.
Relativamente ao mito da democracia. Este problema é mais complexo porque nos obriga a distinguir entre as ditaduras da maioria prevalecentes na Europa e a República Jeffersoniana.
Na maior parte dos países europeus predominam as ditaduras da maioria. Um sistema que viola sistematicamente os direitos dos cidadãos e os transforma em súbditos. Um libertário nunca se poderia identificar com tais “democracias”.
Na República, contudo, o poder da maioria está constitucionalmente limitado pelos direitos de cidadania e, aí, o sistema democrático é apenas um meio de escolher os nossos representantes para um governo limitado.
A asserção de que “a democracia é o pior de todos os regimes, exceptuando todos os outros”, na minha opinião, é falsa. A República é superior à “democracia ilimitada”.
Como libertário, eu identifico-me com o regime republicano e congratulo-me com a sua democraticidade.

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