Neste post, refutei o conceito de “self-ownerhip” com base apenas na dedução. Não podemos ser proprietários de nós próprios porque os seres humanos não têm as características de uma propriedade. Assim sendo, o conceito de “self-ownership” é irracional e, em termos objectivistas, um Mal.
Proponho-me agora explorar o conceito de “self-ownership” numa perspectiva biológica.
Se fossemos donos de nós próprios (auto-proprietários – AP) teríamos plena liberdade para dispor da nossa existência (física e mental) como muito bem entendêssemos, sem quaisquer limites. Ora esta possibilidade pressupõe que fôssemos uma espécie de tabula rasa, onde tudo se pudesse rascunhar e “construir”. Não somos.
Nós somos mamíferos. Indivíduos de uma espécie superior de primatas, o Homo Sapiens. Somos veículos de expressões genéticas de um “pool” de genes específico, transportando características naturais que influenciam de forma determinante (não determinística) o nosso comportamento.
Não somos plenamente livres e portanto não somos donos de nós próprios, no entendimento que faço de “self-ownership”. Os construtivismos sociais chocam sempre com esta realidade, os seres humanos têm uma natureza própria que lhes molda o comportamento individual e social.
Em termos biológicos, penso até que poderíamos afirmar que são os nossos genes que "são donos de nós" e não o contrário. Uma fórmula interessante que corresponde, em termos metafísicos, a dizer que somos criaturas de Deus e que Lhe pertencemos.
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