Parece que, este fim de semana, os economistas do país acordaram para o problema do crescimento desmesurado da despesa e, também, dos impostos. Como se aquele não fosse visível em todos os relatórios de execução orçamental que a Direcção Geral do Orçamento publicou em 2010...
Enfim, como se vê, aquela história da carochinha que o Governo nos vendeu em Maio, segundo a qual o défice seria combatido com redução da despesa e aumentos dos impostos, em partes iguais, foi isso mesmo: uma historieta. Ou, se quisermos, uma aldrabice. Infelizmente, a incredulidade do PSD é difícil de engolir, pois, como os comunicados de então indicavam, as medidas de Maio eram extremamente precisas do lado dos impostos e muito nebulosas do lado da despesa. Ou seja, o PS decididamente não serve, mas o PSD também não convence. Não há em Portugal qualquer alternativa política ao desnorte que, por cá, grassa.
Assim, na ausência de um Presidente da República activo - Cavaco, como sempre, está na Lua -, concordo com aqueles que defendem a manutenção do governo minoritário e um orçamento por duodécimas para 2011 e, também, para 2012, 2013, 2014, enfim, "ad-eternum". Seria a garantia de que, pelo menos, não se fariam mais disparates para além dos que já foram feitos. Até porque no actual quadro político, uma nova eleição resultaria num novo governo minoritário. Infelizmente, uma situação destas só pode ter uma interpretação: o país está mesmo à deriva. Ou seja, nem a direcção, nem os protagonistas, nem o regime político servem para desenbocar este barco. E pior que tudo isto apenas a indiferença dos portugueses, que, com excepção daqueles que vão aos comícios para comer espetada e beber vinho, também não querem saber do assunto. Como país, temos o Governo que merecemos.
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