A decisão, ontem anunciada pela Comissão Europeia, de divulgar os testes de solidez (stress tests) realizados aos bancos europeus conduzirá, um pouco por toda a Europa, ao agravamento das condições macro económicas que a mesma Comissão tem tentado combater recentemente. Ou seja, combater o crescimento da dívida pública e/ou a redução do défice orçamental ficará ainda mais difícil de se fazer.
Escreve, hoje, o International Herald Tribune que "Under the agreement there was also a pleadge to show flexibility in applying rules limiting government aid to companies. That would allow European governments to move to recapitalize any banks found to be in trouble - before the publication of the stress test results". Ou seja, se algum banco estiver em dificuldades, o governo, antes que o público em geral o saiba, poderá, no limite, nacionalizá-lo.
Enfim, a escolha não é fácil. Por um lado, a estabilidade do sector, a curto prazo, aumenta. Por outro lado, o incentivo à eliminação de algumas más práticas diminui. Com a agravante de, uma vez mais, se estarem a socializar perdas, prejudicando todos aqueles que nunca beneficiaram de um só cêntimo nos lucros principescos dos bancos.
Assim, é provável que, em Portugal, um dos nossos principais bancos privados seja, de facto, nacionalizado. Se não for agora, sê-lo-á até Dezembro de 2012, altura em que entrarão em vigor as novas regras relativas aos rácios de capital - conhecidas como Basileia III - e que obrigarão muitos bancos a acabar com algum do ilusionismo contabilístico dos últimos anos.
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