Como muitos outros, também eu tenho estado a acompanhar o Mundial e os incidentes que têm rodeado a Selecção Nacional. Ora, antes do início da competição, entrei numa espécie de totobola relativo aos jogos da fase de grupos promovido pelo ginásio que frequento e vaticinei, para Portugal, dois empates (Costa do Marfim e Brasil) e uma vitória (Coreia do Norte). Ou seja, segundo a minha previsão, não é certo que a Selecção passe à segunda fase. E, depois, do que já vi deste Mundial, receio que não passe mesmo, pois, parece-me que a ideia de Portugal empatar contra o Brasil poderá ser um bocadinho optimista...
A minha crítica à equipa de Carlos Queiroz é simples: a equipa não tem alma, aliás, a equipa não funciona como tal. Sem prejuízo da menor qualidade do plantel - restam poucas dúvidas de que, nesta convocatória, há muito jogadores que não teriam lugar nas equipas com que Portugal se apresentou nas mais recentes grandes competições internacionais -, não tenho dúvidas de que o principal responsável pela performance decepcionante é o seleccionador Carlos Queiroz.
As grandes equipas não são apenas conjuntos de bons jogadores. Pode acontecer que o treinador não tenha grande influência - como parece ser o caso da Holanda, na minha opinião, a principal candidata a ganhar este Mundial -, porém, em geral, um líder forte traduz-se numa equipa forte. Os melhores exemplos são Alex Ferguson e José Mourinho. Mas há outros como Jorge Jesus no Benfica e, até há pouco tempo, Scolari na selecção portuguesa.
Infelizmente, Queiroz é um líder fraco, apesar de o imaginar bem intencionado e empenhado em conseguir bons resultados. No entanto, a liderança, não se aprende, conquista-se e isso o seleccionador não foi ainda capaz de fazer e, provavelmente, nunca o fará. Falta-lhe carisma, que é uma coisa inata...ou se tem ou não se tem. Assim, na ausência de um líder forte e com a equipa limitada ao génio - e, também, infelizmente, ao vedetismo - de Cristiano Ronaldo, à habilidade de Deco e à consistência de mais dois ou três jogadores, será, como disse e bem Mourinho, impossível chegar longe.
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