Capitalismo iliberal é uma contradição de termos, um conceito problemático que só existe na cabeça de alguns intelectuais. Por definição, o capitalismo é um sistema económico baseado na livre iniciativa e no mercado. Ora quer um quer outro destes ingredientes só existe verdadeiramente em sociedades liberais. Logo, numa sociedade iliberal nunca poderá florescer uma economia capitalista, embora, reconheçamos, se possam desenvolver laivos de capitalismo ou formas travestidas de capitalismo.
A livre iniciativa depende do reconhecimento de direitos cívicos, em particular do direito à liberdade e do direito à propriedade. Uma sociedade autoritária, por mais devotada que esteja ao desenvolvimento, fracassará no longo prazo se não respeitar estes princípios.
De igual modo, líderes não eleitos têm mais dificuldade em estabelecer a ponte entre as suas visões e a experiência popular, tornando-se mais depressa parte dos problemas do que das soluções.
Quando penso na China, um regime ditatorial de partido (comunista?) único que tem permitido alguns mecanismos típicos de sociedades capitalistas, nunca se me ocorre imaginar que os chineses descobriram uma alternativa à democracia liberal. Apenas que estão apaixonados pelo consumo e que, em breve, essa paixão criará uma força nascente que arrasará os últimos vestígios do maoismo.
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