03 maio 2010

não tem risco

Quando Teixeira dos Santos afirma que a nossa comparticipação no bailout da Grécia não tem riscos, podemos cinicamente pensar que o Ministro das Finanças está a pregar à populaça. Foi esse o meu primeiro pensamento.
Depois, numa segunda análise, comecei a ponderar a hipótese de Teixeira dos Santos, de facto, considerar que a referida operação não tem riscos. Será verosímil esta perspectiva?
Teixeira dos Santos tem uma carreira de académico, aliás de excelência, de funcionário público, sempre em altos cargos, e de governante. Do seu CV não consta nenhuma actividade empresarial, financeira ou especulativa e portanto podemos presumir que a sua exposição profissional ao risco nunca foi grande.
Teixeira dos Santos poderia ter compensado esta lacuna com desportos radicais, como o alpinismo, o rafting ou o surf, mas não o estou a ver nessas andanças.
Não deverá, portanto, ter desenvolvido aquele sexto sentido para a catástrofe que nos avisa de que estamos a correr riscos exagerados. Sem essa intuição, o mundo deve parecer um sítio porreiríssimo, onde o maior risco que se pode correr é de nos chamarem tarde para o jantar.
Assim sendo, aceito sem reservas que o Ministro das Finanças não veja qualquer risco no bailout da Grécia. Nem nas auto-estradas, nem no TGV, nem no aeroporto, nem no défice, nem na dívida, nem no crescimento económico, nem no desemprego.
Portugal é um País porreiro, pá.

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