Há pouco, enquanto regressava da ilha do Porto Santo a bordo do "Lobo Marinho", aproveitei a viagem para passar os olhos pela imprensa portuguesa do dia anterior - a insularidade tem destas coisas... - e acabei por me fixar no artigo de José Eduardo Moniz, intitulado "A Firmeza da Cobardia", no qual aquele escrevia: "Imoral é o mínimo que se pode dizer da decisão governamental de cortar nos subsídios de desemprego, como se os portugueses que perderam os seus postos de trabalho fossem os grandes responsáveis pela crise. É uma visão fácil e cómoda por parte de quem manda. Mais uma vez se demonstra que este Executivo se verga perante os grandes e poderosos e se agiganta perante os mais débeis". De facto, se há medida que o Governo não deveria implementar nesta altura é aquela. Tal como escrevia José Eduardo Moniz, também eu aqui escrevi há semanas que não é nos subsídios de desemprego que se deve cortar. É, porventura, entre as alternativas disponíveis para reduzir a despesa, aquela que é menos eficiente do ponto de vista económico, que apenas contribuirá para agravar a iniquidade reinante no país.
Enfim, o exemplo anterior é sintomático. De uma vez por todas, as decisões políticas têm de possuir uma base técnica. Infelizmente, as decisões que vemos serem tomadas em Portugal pelos nossos políticos mais parecem saídas da mesa do café...
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