Ontem, a Direcção Geral do Orçamento divulgou o seu relatório mensal de execução orçamental, apresentando o balanço das receitas e despesas do Estado referentes ao período de Janeiro a Março deste ano. O relatório evidenciou dois aspectos: a) que as receitas fiscais nestes primeiros três meses do ano aumentaram 0,9% face ao mesmo período do ano passado e; b) que a despesa primária do Estado aumentou 1,4% face ao mesmo período homólogo. Hoje, o FMI actualizou as suas estimativas de crescimento para a economia portuguesa e reviu em baixa a projecção do PIB. Segundo o FMI, a economia nacional deverá crescer apenas 0,3%, abaixo da previsão do Governo - tida como conservadora - de 0,7%.
Ou seja, seja no cenário macroeconómico mais optimista (o do Governo) ou naquele que é mais pessimista (o do FMI), observa-se que a despesa primária, já depois de ajustada pela inflação, continuará a crescer acima do ritmo de crescimento do PIB. E que o desequilíbrio das contas público se manterá largamente inalterado. Por fim, a acrescentar ao rol de dificuldades orçamentais, está a subida das "yields" que, contas redondas, a partir dos níveis actuais, por cada ponto percentual de aumento se traduzirá em sensivelmente um ponto percentual no défice.
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