28 abril 2010

social-estatismo

No meio da crise em que Portugal se encontra, ninguém fez ainda a pergunta obrigatória: porque razão não cresce economicamente o país? Algumas almas propensas ao pavlovianismo dirão, rosnando e salivando, que a culpa é do "neoliberalismo". Trata-se de uma "explicação" há uns tempos inventada pelos nossos governantes para atirarem as culpas da sua própria irresponsabilidade para as costas de um inimigo sem rosto e, ainda por cima, inexistente. A somar a isto está já em curso mais um complemento explicativo: a cobiça predatória dos mercados internacionais e das agências de rating. Mais dois inimigos sem rosto, que nos permitem tirar a conclusão que a culpa é de todos, menos nossa.

A culpa da situação em que nos encontramos tem, contudo, outra origem: o modelo social-estatista que a III República impôs a Portugal, e que todos os responsáveis pelo país se recusaram a abandonar ao longo dos anos, agravando a nossa relação de dependência para com o estado. Eles criaram, à custa de um estado que supostamente seria o dinamizador da economia, necessidades inesgotáveis de recursos privados para pagarem os custos da sua ineficiência, da sua incompetência e da sua inutilidade. Geraram um gigantesco buraco nas finanças públicas, que foram tentando encobrir à custa dos cada vez mais exauridos recursos da economia privada. Com esta política, não resolveram o défice das suas próprias contas, porque foram incapazes de reformar o estado e as suas atribuições, e, pelo caminho, destruiram as empresas nacionais e as poupanças dos cidadãos, estes sim verdadeiros criadores de riqueza. Quando existem, claro.

O aviso foi, de resto, claramente feito por José Sócrates quando, na campanha eleitoral que o levou ao poder, anunciou que iria criar 150.000 novos empregos. Era desta mentalidade que devíamos ter fugido. Foi, porém, a ela que nos atiramos de braços abertos. Os resultados estão à vista e a factura vem a caminho.

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