Sim, existe. É o padre católico e, em última instância, o Homem que o padre católico é suposto incarnar, Jesus Cristo. É a figura do padre católico que reune o amor incondicional ao próximo, a supremacia incondicional da Mulher sobre o homem (cf. aqui e aqui), e a contenção sexual levada ao extremo da castidade.
Antes de prosseguir, uma divagação é aqui devida. A função principal do "padre" protestante, às vezes chamado pastor ou mais frequentemente ministro, é a de, em nome da sua Igreja, desempenhar certos serviços sociais de apoios à comunidade, incluindo a liderança das cerimónias religiosas. Nesta visão social-funcional, não existe razão aparente para que as funções dos ministros não possam ser desempenhadas por homens casados e até mulheres. Pelo contrário, existe até a presunção de que na entrega de certos serviços comunitários (v.g., assistência aos pobres e doentes), as mulheres possam ser mais eficazes do que os homens.
Muito diferente, porém, é a natureza do padre na teologia católica. Aqui prevalece uma visão ontológica e sacramental, em que o padre se define muito mais pela sua identificação com Cristo, e pela sua capacidade para administrar os sacramentos - uma capacidade que ele próprio recebe pelo sacramento da ordenação -, do que pela prestação de quaisquer serviços à comunidade. O padre católico é, em primeiro lugar uma incarnação de Cristo, em parte homem e em parte Deus, com um pé na terra e outro no céu, e a sua principal função é pregar a palavra de Cristo. Mas, sendo assim, se o padre católico é uma incarnação de Cristo, então, segundo as Escrituras, ele tem se ser homem porque assim era Cristo, ele não pode ser casado porque Cristo não tinha mulher, e tem de ser casto, porque não se conhece em Cristo qualquer actividade sexual.
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