Num tempo de gente cinzenta e sombria, quando a independência de espírito é cada vez mais rara, e todos - ou quase todos - têm uma agenda, um programa, objectivos a cumprir, interesses mais ou menos velados, compromissos e reverências, beneficiar da liberdade do Pedro Arroja é um privilégio.
O Pedro tem o dom da inconveniência. Há vinte anos era ele liberal e ser liberal era tomado então como uma bizarria. Hoje somos todos "liberais" e existe uma quase unanimidade em torno do essencial que o Pedro disse e escreveu nessa altura. Muitos anos depois, no seu regresso à opinião publicada, o Pedro desdisse quase tudo em que acreditara e pelo que antes tanto se expusera. Criou desagrado e defraudou as expectativas. Mas continuou a dizer o que lhe apeteceu e a discorrer sobre aquilo em que acreditava. Chegou ao catolicismo como chegara, vinte anos atrás, ao liberalismo: pela razão. E tentou construir um método de interpretação e análise da sociedade portuguesa que é, em muitos aspectos, verdadeiramente original. Excedeu-se - como sempre faz e faz muito bem - mas sempre assinou por baixo o que escreveu e deixou sempre abertas as caixas de comentários para que nelas se debitassem os impropérios julgados convenientes,
Por mim, preferia o velho Arroja liberal do passado ao Arroja católico dos nossos dias. Penso que existem entre nós muitos católicos francamente aptos a defender as suas convicções, e poucos liberais capazes de fazer o mesmo pelo liberalismo. E não creio que daqui por vinte anos todos sejamos católicos, do modo como somos hoje "liberais". Ou, se calhar, estarei enganado....
Sendo embora o Portugal Contemporâneo um blog colectivo, ele tem hoje a marca inequívoca do Pedro Arroja. Muito mais do que a do Ricardo e do Joaquim, que não me levarão certamente a mal por o dizer, e mesmo até do que a minha, que fundei e mantive o blog sózinho durante muito tempo.
Escuso, por isso, de dizer que o Pedro utilizará sempre o blog como entender, porque não se diz aos outros o que devem fazer daquilo que é seu. Por mim, apesar de discordar frequentemente do que tem escrito nos últimos tempos, muito me agradaria continuar a lê-lo por cá.
O Pedro tem o dom da inconveniência. Há vinte anos era ele liberal e ser liberal era tomado então como uma bizarria. Hoje somos todos "liberais" e existe uma quase unanimidade em torno do essencial que o Pedro disse e escreveu nessa altura. Muitos anos depois, no seu regresso à opinião publicada, o Pedro desdisse quase tudo em que acreditara e pelo que antes tanto se expusera. Criou desagrado e defraudou as expectativas. Mas continuou a dizer o que lhe apeteceu e a discorrer sobre aquilo em que acreditava. Chegou ao catolicismo como chegara, vinte anos atrás, ao liberalismo: pela razão. E tentou construir um método de interpretação e análise da sociedade portuguesa que é, em muitos aspectos, verdadeiramente original. Excedeu-se - como sempre faz e faz muito bem - mas sempre assinou por baixo o que escreveu e deixou sempre abertas as caixas de comentários para que nelas se debitassem os impropérios julgados convenientes,
Por mim, preferia o velho Arroja liberal do passado ao Arroja católico dos nossos dias. Penso que existem entre nós muitos católicos francamente aptos a defender as suas convicções, e poucos liberais capazes de fazer o mesmo pelo liberalismo. E não creio que daqui por vinte anos todos sejamos católicos, do modo como somos hoje "liberais". Ou, se calhar, estarei enganado....
Sendo embora o Portugal Contemporâneo um blog colectivo, ele tem hoje a marca inequívoca do Pedro Arroja. Muito mais do que a do Ricardo e do Joaquim, que não me levarão certamente a mal por o dizer, e mesmo até do que a minha, que fundei e mantive o blog sózinho durante muito tempo.
Escuso, por isso, de dizer que o Pedro utilizará sempre o blog como entender, porque não se diz aos outros o que devem fazer daquilo que é seu. Por mim, apesar de discordar frequentemente do que tem escrito nos últimos tempos, muito me agradaria continuar a lê-lo por cá.
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