Numa entrevista da CNN, um embaixador de um país islâmico, de que não recordo o nome, respondeu assim, a uma questão da entrevistadora.
- Do you want me to criticize the Grand Mufti?
Os Muftis são sábios islâmicos eleitos pelos seus pares, com grande autoridade junto da população. Criticar abertamente um Grande Mufti é como insultar a nação porque, de algum modo, as suas opiniões são o “espelho da nação”.
Poderia dizer o mesmo em relação a qualquer outro grande líder religioso, o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, o Dalai Lama ou, por maioria de razão, o nosso Papa Bento XVI.
Isto não significa que as ideias dos grandes líderes religiosos sejam incontestáveis, apenas que devem ser contestadas de forma respeitosa, através de argumentos racionais e nunca com ataques ad hominem. Um insulto ao Papa constituí um insulto a todos os católicos e estes têm o direito e o dever de “soltar os cães” ao atacante. Não fisicamente, mas verbalmente, no mesmo tom e com a mesma veemência.
Este “direito de resposta” deve ser exercido por laicos, que não estejam obrigados a dar a outra face a quem quer que seja. Laicos que entendam o papel fundamental da religião na vida humana e que se constituam como a primeira linha de defesa dos nossos valores colectivos, uma espécie de cães de Deus.
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