O problema do regime não reside no facto do governo actual estar esgotado, mas na inexistência de uma alternativa séria capaz de convencer os eleitores a mudar. Tem sido assim desde o fim do último governo de Cavaco Silva, há quinze anos, portanto, e não se antevê que os próximos tempos nos tragam um PSD sem convulsões internas e com um projecto verdadeiramente reformista para o país. Os debates entre os seus candidatos a líderes têm sido confrangedores e, ao contrário do que se pensa pelo partido laranja, as últimas sondagens dizem-nos claramente que os eleitores preferem o governo de Sócrates à balbúrdia e ao desnorte do PSD, pese embora não acreditarem na capacidade do governo actual para resolver os problemas do país. É neste género de circunstâncias, quando os regimes se demonstram incapazes de renovação e de dar resposta às necessidades básicas das pessoas, que eles costumam extinguir-se. Até agora, tem-nos valido a União Europeia. Se esta continuar em crise económica e financeira, deixará inevitavelmente de nos valer. O que a seguir virá é, por enquanto, uma incógnita.
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