Há dois reparos a fazer à interessante (e tentadora) crítica que o Pedro Arroja tem vindo a fazer nos seus últimos posts à democracia liberal, nomeadamente ao princípio igualitário na formação da soberania partilhado entre pessoas com idades e experiências de vida muito diferentes. A primeira, colhida no próprio liberalismo que o Pedro critica, tem a ver com a dimensão da soberania: se esta for, como se pretende para um Estado Liberal, funcionalmente reduzida, os malefícios de más escolhas, eventualmente provocadas por eleitores imaturos, serão naturalmente reduzidos a um mínimo humanamente aceitável. É o problema do “tira estado, mete estado”, que cada vez mais me parece ser o mais relevante das democracias liberais e que, se não for controlado, continuará a provocar graves abusos de poder. Na maior parte dos casos, diga-se em abono da verdade, provocados pelas gerações mais velhas e marcadas por experiências pretéritas nefastas (tomem-se em consideração as consequências da subida ao poder na Europa das gerações do “Maio de 68”). O segundo ponto tem a ver com a própria dinâmica social: um jovem com 18, 20 anos de idade pode, de facto, ser levado a fazer escolhas políticas pouco racionais, provocadas pela emotividade própria da idade, mas sempre poderá corrigir as suas escolhas à medida que o tempo for passando e se for tornando mais maduro e eventualmente mais sensato. Uma sociedade humana deve ter isto em consideração: as diferentes etapas da vida e os modos distintos como a olhamos à medida que o tempo vai passando por nós. A representação política não sairá diminuída se tiver essas diferenças em conta e, pelo contrário, mostra-nos a nossa História recente que foram muitas vezes os mais novos a impor algum bom senso político aos mais velhos. Basta pensarmos no que aconteceu no pós 25 de Abril de 74 nos liceus de Portugal. 31 março 2010
nos liceus de portugal
Há dois reparos a fazer à interessante (e tentadora) crítica que o Pedro Arroja tem vindo a fazer nos seus últimos posts à democracia liberal, nomeadamente ao princípio igualitário na formação da soberania partilhado entre pessoas com idades e experiências de vida muito diferentes. A primeira, colhida no próprio liberalismo que o Pedro critica, tem a ver com a dimensão da soberania: se esta for, como se pretende para um Estado Liberal, funcionalmente reduzida, os malefícios de más escolhas, eventualmente provocadas por eleitores imaturos, serão naturalmente reduzidos a um mínimo humanamente aceitável. É o problema do “tira estado, mete estado”, que cada vez mais me parece ser o mais relevante das democracias liberais e que, se não for controlado, continuará a provocar graves abusos de poder. Na maior parte dos casos, diga-se em abono da verdade, provocados pelas gerações mais velhas e marcadas por experiências pretéritas nefastas (tomem-se em consideração as consequências da subida ao poder na Europa das gerações do “Maio de 68”). O segundo ponto tem a ver com a própria dinâmica social: um jovem com 18, 20 anos de idade pode, de facto, ser levado a fazer escolhas políticas pouco racionais, provocadas pela emotividade própria da idade, mas sempre poderá corrigir as suas escolhas à medida que o tempo for passando e se for tornando mais maduro e eventualmente mais sensato. Uma sociedade humana deve ter isto em consideração: as diferentes etapas da vida e os modos distintos como a olhamos à medida que o tempo vai passando por nós. A representação política não sairá diminuída se tiver essas diferenças em conta e, pelo contrário, mostra-nos a nossa História recente que foram muitas vezes os mais novos a impor algum bom senso político aos mais velhos. Basta pensarmos no que aconteceu no pós 25 de Abril de 74 nos liceus de Portugal.
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