Na comparação que tenho vindo a fazer entre os paradigmas da socieconomia socialista, liberal e católica, tenho procurado manter uma nível propositadamente abstracto e evitado descer ao concreto. É, porém, a altura de perguntar se uma dado país concreto, por exemplo, a Alemanha, a Inglaterra, a Suécia, Portugal, ou os EUA é socialista, liberal ou católico.
A resposta é que cada país concreto contém elementos destas três correntes de pensamento em graus diversos, cada uma puxando a sociedade na sua direcção e, consoante a sua força relativa, imprimindo a cada país concreto um carácter mais socialista, ou mais liberal ou mais católico. Voltarei a este tema, mas o meu propósito agora é salientar outro ponto.
Quer o liberalismo quer o socialismo emanam ambos do pensamento ou cultura protestante, e essa é a marca de origem comum que os opõe ao catolicismo, e que em última instância se traduz na sua oposição radical à autoridade pessoalizada (Papa). O liberalismo é mais antigo que o socialismo, o primeiro sendo uma manifestação do protestantismo britânico (Locke, Hume, Adam Smith, etc.), o segundo uma manifestação do protestantismo germânico (Marx, Hegel, etc.).
Entre os dois, o maior adversário do catolicismo, e aquele com o qual o catolicismo tem maior dificuldade em se reconciliar, é o liberalismo. A razão é que a doutrina social da Igreja assenta na ideia central de comunidade, que é uma ideia rejeitada pelo liberalismo para fundar uma sociedade. Na realidade, o liberalismo funda-a no seu oposto - o indivíduo. Não há reconciliação possível. A única comunidade importante para o liberalismo é o mundo - e é porque não há outra maior -, e daí o seu internacionalismo expresso modernamente na ideia da globalização.
O socialismo, tal como o catolicismo, parte da ideia de comunidade para estruturar a sociedade, só que a comunidade-chave do socialismo é a nação, enquanto a do catolicismo é a família. O socialismo parte da nação para forma comunitárias internacionais e até mundiais, e é nisso que se traduz o internacionalismo socialista. O catolicismo partilha com ele este caminho - também é internacionalista, na realidade ambiciona ser universal - mas antes de chegar à nação, põe a família e todas as comunidades intermédias como comunidades prioritárias. Não há dúvida que este ênfase comum na ideia de comunidade coloca o socialismo mais próximo do catolicismo do que o liberalismo.
O ponto a que pretendo chegar é o seguinte, voltando aos três paradigmas. Um país católico que se abra espontâneamente a essas correntes protestantes do pensamento social que são o liberalismo e o socialismo, caminha mais facilmente em direcção ao socialismo ou em direcção ao liberalismo? A resposta é, agora, óbvia - ao socialismo.
A resposta é que cada país concreto contém elementos destas três correntes de pensamento em graus diversos, cada uma puxando a sociedade na sua direcção e, consoante a sua força relativa, imprimindo a cada país concreto um carácter mais socialista, ou mais liberal ou mais católico. Voltarei a este tema, mas o meu propósito agora é salientar outro ponto.
Quer o liberalismo quer o socialismo emanam ambos do pensamento ou cultura protestante, e essa é a marca de origem comum que os opõe ao catolicismo, e que em última instância se traduz na sua oposição radical à autoridade pessoalizada (Papa). O liberalismo é mais antigo que o socialismo, o primeiro sendo uma manifestação do protestantismo britânico (Locke, Hume, Adam Smith, etc.), o segundo uma manifestação do protestantismo germânico (Marx, Hegel, etc.).
Entre os dois, o maior adversário do catolicismo, e aquele com o qual o catolicismo tem maior dificuldade em se reconciliar, é o liberalismo. A razão é que a doutrina social da Igreja assenta na ideia central de comunidade, que é uma ideia rejeitada pelo liberalismo para fundar uma sociedade. Na realidade, o liberalismo funda-a no seu oposto - o indivíduo. Não há reconciliação possível. A única comunidade importante para o liberalismo é o mundo - e é porque não há outra maior -, e daí o seu internacionalismo expresso modernamente na ideia da globalização.
O socialismo, tal como o catolicismo, parte da ideia de comunidade para estruturar a sociedade, só que a comunidade-chave do socialismo é a nação, enquanto a do catolicismo é a família. O socialismo parte da nação para forma comunitárias internacionais e até mundiais, e é nisso que se traduz o internacionalismo socialista. O catolicismo partilha com ele este caminho - também é internacionalista, na realidade ambiciona ser universal - mas antes de chegar à nação, põe a família e todas as comunidades intermédias como comunidades prioritárias. Não há dúvida que este ênfase comum na ideia de comunidade coloca o socialismo mais próximo do catolicismo do que o liberalismo.
O ponto a que pretendo chegar é o seguinte, voltando aos três paradigmas. Um país católico que se abra espontâneamente a essas correntes protestantes do pensamento social que são o liberalismo e o socialismo, caminha mais facilmente em direcção ao socialismo ou em direcção ao liberalismo? A resposta é, agora, óbvia - ao socialismo.
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